Fordismo E Taylorismo
Casos: Fordismo E Taylorismo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: diegodacruz • 20/11/2014 • 2.633 Palavras (11 Páginas) • 990 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que o trabalho na era fordista, que vigorou por quase todo oséculo XX, caracterizou-se pela exploração intensa do trabalhador. Visto comosimples apêndice da máquina, o operário fordista sofria com o trabalho repetitivo, massificado, mal pago, intenso e embrutecedor, trabalho esseexistente enquanto peça fundamental para o aumento do lucro capitalista.Quanto maior a exploração e menor a remuneração maior seria o lucro porquemaior é a mais-valia, que é o ganho do capital sobre o trabalho, do trabalho sobre o não trabalho.
Da crise do modelo fordista, nasce um novo modelo, fundamentado em fórmulas inovadoras no objetivo de superar as falhas do taylorismo/fordismo.Este modelo, chamado de toyotismo, elabora um discurso voltado para avalorização do trabalho em equipe, da qualidade no e do trabalho, damultifuncionalidade, da flexibilização e da qualificação do trabalhador. Oculta,porém, a exploração, a intensificação e a precarização do trabalho, inerentes àbusca desenfreada do lucro pelo sistema de metabolismo social do capital,que, por não ter limites, configura-se como ontologicamente incontrolável(MESZÁROS, 1995).
Relação entre Fordismo e Taylorismo:
No início do século XX duas formas de organização de produção industrial provocaram mudanças significativas no ambiente fabril: o taylorismo e o fordismo. Esses dois sistemas visavam à racionalização extrema da produção e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro.
Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), engenheiro mecânico, desenvolveu um conjunto de métodos para a produção industrial que ficou conhecido como taylorismo. De acordo com Taylor, o funcionário deveria apenas exercer sua função/tarefa em um menor tempo possível durante o processo produtivo, não havendo necessidade de conhecimento da forma como se chegava ao resultado final.
Sendo assim, o taylorismo aperfeiçoou o processo de divisão técnica do trabalho, sendo que o conhecimento do processo produtivo era de responsabilidade única do gerente, que também fiscalizava o tempo destinado a cada etapa da produção. Outra característica foi a padronização e a realização de atividades simples e repetitivas. Taylor apresentava grande rejeição aos sindicatos, fato que desencadeou diversos movimentos grevistas.
Henry Ford (1863 – 1947), por sua vez, desenvolveu o sistema de organização do trabalho industrial denominado fordismo. A principal característica do fordismo foi a introdução das linhas de montagem, na qual cada operário ficava em um determinado local realizando uma tarefa específica, enquanto o automóvel (produto fabricado) se deslocava pelo interior da fábrica em uma espécie de esteira. Com isso, as máquinas ditavam o ritmo do trabalho.
O funcionário da fábrica se especializava em apenas uma etapa do processo produtivo e repetia a mesma atividade durante toda a jornada de trabalho, fato que provocava uma alienação física e psicológica nos operários, que não tinham noção do processo produtivo do automóvel. Essa racionalização da produção proporcionou a popularização do automóvel de tal forma que os próprios operários puderam adquirir seus veículos.
Tanto o taylorismo quanto o fordismo tinham como objetivos a ampliação da produção em um menor espaço de tempo e dos lucros dos detentores dos meios de produção através da exploração da força de trabalho dos operários. O sucesso desses dois modelos fez com que várias empresas adotassem as técnicas desenvolvidas por Taylor e Ford, sendo utilizadas até os dias atuais por algumas indústrias.
Relação entre Fordismo e Toyotismo:
O sistema de produção fordista caracteriza-se principalmente pela mecanização do trabalho humano, tornando o trabalhador numa espécie de peça, engrenagem que tem seu papel definido no processo produtivo. Esse é realmente a característica principal deste modo de produção introduzido por Ford em suas fábricas de automóveis. Nelas, não havia necessidade de o trabalhador ter uma ideia geral do que está sendo produzido, ele deveria executar estritamente aquela tarefa, e no ritmo determinado pela máquina, pois a esteira da linha de produção não podia ficar esperando o tempo que o trabalhador pudesse atender à sua requisição, mas ao contrário, o trabalhador é que deveria atender à sua requisição.
Os trabalhadores não eram ouvidos pela gerência. Seu papel era não pensar ou questionar nenhuma das ordens, deviam apenas fazer o que deveria ser feito e no tempo determinado.
No processo de fabricação de outros componentes, fora da linha de montagem, eram empregadas as ideias do Taylorismo, que pregavam o não desperdício do tempo como sendo a principal maneira de melhorar o processo produtivo. Desta forma, o fordismo pregou a máxima produção no mínimo de tempo possível. Além do rígido e repetitivo processo produtivo, a ausência de diversidade de produtos marcou o fordismo.
No fordismo, a prioridade era a produção, a maior quantidade possível de produtos produzidos, deixando de lado a preocupação com a qualidade.
Em termos práticos, podemos dizer que o fordismo tinha a visão voltada para dentro da empresa, com objetivos direcionados ás questões financeiras internas, enquanto o toyotismo tem a visão direcionada para a demanda do mercado, ou seja, no toyotismo as oportunidades de aumento de lucro eram encontradas a partir do estudo da demanda, das necessidades do mercado. Já o fordismo acreditava que o importante era produzir cada vez mais, sem levar em consideração as variações na demanda.
Contudo, o sistema de produção Fordista só teve êxito, pelo menos inicialmente, devido à inexistência de concorrentes, estabilidade da economia e pouca diversidade de demanda, ou seja, não havia grande demanda para outros modelos de veículos.
A partir da década de 70 o modelo de produção Fordista começa a entrar em crise. Nova realidade econômica, novas tendências de demanda, inovação tecnológica e o surgimento de concorrentes fizeram esse modelo de produção mostrar-se inadequado e pouco eficaz naquele momento.
Neste cenário surge como novo e mais adequado modelo de produção, o toyotismo, um sistema produtivo que visava a qualidade total em todos as etapas do processo produtivo. Nele, a produção era flexível, e variava de acordo com a demanda. Ao contrário da Ford, que produzia em grandes quantidades e formava grandes estoques, a Toyota produzia o que era demandado no momento, evitando o desperdício e o risco de ter produtos estocados afetados pela queda da demanda ou obsolescência tecnológica.
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