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Hannah Arendt e a Crítica aos Totalitarismos

Por:   •  25/11/2016  •  Relatório de pesquisa  •  1.811 Palavras (8 Páginas)  •  6.258 Visualizações

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Hannah Arendt e a crítica aos totalitarismos

        Hannah Arendt viveu o horror da ascensão do nazismo na Alemanha e a crescente perseguição aos judeus, com o fortalecimento de um discurso político racista. De família judaica viu-se obrigada a exilar-se nos Estados Unidos. Dedicou-se então a refletir sobre o totalitarismo, essa nova forma de governo, tomando-o como um problema filosófico e não apenas social.

Para Hannah estes regimes se fundamentam, segundo a autora, em uma ideologia, no terror e na mobilização das massas. Arendt retoma as clássicas análises de Montesquieu, para afirmar que o totalitarismo escapa a esse sistema analítico da política clássica. Numa monarquia, esse princípio é a honra; numa república, é a virtude; numa tirania, é o medo.

        Segundo Arendt, o totalitarismo escapa a esse esquema, na medida em que sua pretensão é a dominação total do ser humano, apagando a distinção entre as esferas pública e privada. Um governo totalitário não quer dominar apenas o cidadão (esfera pública); ele quer dominar também o indivíduo (esfera privada). Sendo assim, é evidente que o princípio de ação do governo totalitário não é virtude nem a honra. Seria o medo? Arendt afirma que não. O totalitarismo não é uma tirania como aquelas classicamente conhecidas. Para Arendt, o principio político do totalitarismo é o terror, que orna desnecessário qualquer daqueles princípios de ação expostos por Montesquieu.

        A dominação totalitária não segue a lei tradicionalmente conhecida; segue um esquema lógico, que se considera uma “lei da história”, no caso de Stalin, ou uma “lei da Natureza”, no caso de Hitler. Ambas as leis estão além das convenções humanas e não podem ser debatidas ou humanamente controladas. Aí está a base do terror totalitário: transformar em legal uma ação abominável dos governantes.

        Ainda segundo Arendt, o totalitarismo prepara os indivíduos para serem ao mesmo tempo carrascos e vítimas. É assim que funciona o terror totalitário: ninguém está a salvo. Mesmo aqueles que ocupam postos de poder no governo.

Segundo Arendt, o grande perigo do totalitarismo é o isolamento dos seres humanos, e o modo de evitar novos regimes de terror, é portanto resgatar os laços sociais e políticos entre os indivíduos.

Visão sobre os pensamentos de Hannah Arendt nos dias atuais

Hannah Arendt foi quem retratou melhor o horror que foi o regime totalitário. Trazendo seus pensamentos para atualidade, percebe-se que algumas ideias totalitárias ainda se fazem presentes até os dias atuais, é claro que em proporções muito menores, como por exemplo, a imposição de uma ideologia através da propaganda, uma fato bem atual dessa propaganda, é o horário partidário obrigatório, que acontece diariamente nos meios de comunicação (televisão, rádio, redes sociais etc.), onde políticos vão ao lá tentam impor na sociedade que sua metodologia de governo é, ou vai ser a melhor para ela.

Outro exemplo disso é os telejornais, que passam para os telespectadores uma verdade muito destorcida do fato, ou seja, aqueles que os assistem só ficam informados do que eles (os jornais) querem que fiquem, principalmente quando se fala de política.

Foucault, Disciplina e Biopoder

        O filósofo afirmou que, nas sociedades ocidentais, predominaram três tecnologias de poder distintas: o poder de soberania, o poder disciplinar e o biopoder.

  • Soberania: poder de vida e morte

        Foucault afirma que o princípio dessa tecnologia de poder era o direito que o soberano tinha sobre a vida e a morte de seus súditos. O governante soberano tinha o poder de estabelecer leis que se aplicavam a todos os seus súditos, mas não a ele mesmo.

Para Foucault, o poder apenas aparentemente emana do governante, pois é toda uma rede de poder distribuída entre as pessoas que sustenta a posição do soberano.

  • Disciplina para a submissão

        Segundo Foucault, foi a disciplina que sustentou o crescimento do capitalismo. É um tipo de poder que se exerce sobre indivíduos sobre seus corpos. Para que essa tecnologia de poder funcione com todo seu potencial, foram sendo criadas “instituições disciplinares” nas quais os indivíduos são confinados: a fábrica, o exercício, a prisão, o hospital, a escola. Por meio da disciplina o indivíduo pode ser conhecido, controlado e explorado, tirando-se dele tudo o que pode oferecer.

        A obediência e a conformação dos corpos os tornam mais produtivos. Segundo Foucault essa disciplina é a “arte das distribuições”, é de suma importância a distribuição dos indivíduos no espaço. Por isso é necessário delimitar esse espaço.  Não é por acaso que a arquitetura das escolas é muito semelhante, assim como a arquitetura das fábricas ou dos quarteis: trata-se da organização de um espaço disciplinar. E eles são o tempo todo vigiados e controlados. Quando se desviam do comportamento esperado, são punidos. A punição tem a função de normalizar sua ação, de fazer com que os indivíduos voltem a agir conforme o esperado.

  • Bio poder: bem-estar social

        Uma vez consolidada a tecnologia de poder disciplinar, Foucault afirma que, por volta do fim do século XVIII, começa a se constituir uma nova tecnologia, que ele propõe denominar biopoder, um poder sobre a vida. Mas o biopoder não deve ser confundido com poder soberano.

        O biopoder é complementar ao poder disciplinar, mas apresenta diferenças. Já vimos que o poder disciplinar se exerce sobre indivíduos adequando-os à norma. O biopoder é diferente porque se exerce sobre grandes grupos de indivíduos já disciplinados que formam as populações. O poder disciplinar é portanto, uma condição para que o biopoder se exerça e, enquanto a tecnologia centrada no corpo é individualizante, a tecnologia centrada na vida é massificante.

        Na visão de Foucault, as sociedades contemporâneas atuam com as duas tecnologias de poder simultaneamente: a disciplina e o biopoder.

Visão sobre os pensamentos de Michel Foucault nos dias atuais

As teorias Foucault, que abordam principalmente as relações entre poder e conhecimento, e como eles são usados como uma forma de controle social por meio das instituições sócias. E para mim suas analises sem vazem verdadeiras até hoje, e como exemplo, podemos pegar a escola que diz formar pessoas para terem um futuro promissor, mas quando na verdade esse futuro promissor, é que aquela pessoa que passou quinze, vinte anos, estudando possa trabalhar e dar lucros ao pais.

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