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Jesuitas no processo de Colonização do Brasil

Por:   •  13/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.744 Palavras (11 Páginas)  •  320 Visualizações

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SEMINÁRIO DIOCESANO SÃO JOSÉ[pic 1]

ROBERTO CÉSAR BRAGA

OS JESUÍTAS NO BRASIL.

URUAÇU/GOIÁS

ROBERTO CÉSAR BRAGA

OS JESUÍTAS NO BRASIL.

Artigo apresentado a professora Angela Cristina  como requisito parcial para a obtenção de nota para o segundo semestre, na disciplina de Estagio Supervisionado.

URUAÇU/GOIÁS

Introdução

        Este presente artigo visa elaborar um panorama geral do inicio da educação no Brasil colonial dando enfoque na presença dos jesuítas em terras brasileiras. A Companhia de Jesus enquanto esteve à frente do projeto pedagógico das então colônias, obteve grandes resultados, e deixou frutos que podem ser colhidos até os dias de hoje.

        A história do Brasil colônia não pode ser desvinculada da história europeia, uma vez que os povos que a compõe, as tradições, os ritos e o modo de viver, aos poucos vão se entrelaçando e formando um novo povo, rico territorialmente, mas também no pensar e inovar.

        Esperamos que com este trabalho fique clara a contribuição positiva dos Soldados de Cristo (como eram comunmente chamados os jesuítas) e, portanto, da Igreja Católica, na formação de um pensamento filosófico, e no alçar voo das reflexões do homem brasileiro, ainda no entendimento da pessoa provida de dignidade e em sociedade, e nas práticas virtuosas que nos levaram as bases da nossa constituição.  

1 Da Europa ao Brasil: Origens de um Povo

Para falarmos da educação jesuíta e podermos dar um panorama daquilo que aconteceu no período colonial e posteriormente no Brasil Imperial, precisamos entender o que aconteceu na Europa e os motivou a sair do conforto já ‘estabelecido’ nas cortes, levando-os a acreditar no poder da aventura e do descobrimento.

Talvez um dos períodos mais impressionantes durante toda a história do Brasil, seja o período colonial, que inicialmente foi vivido pelos primeiros brasileiros, e aqueles que migraram do ‘velho mundo’ como uma nova Europa, observamos nessa época a migração dos costumes, do pensamento e do estilo de vida dos povos europeus, somente posteriormente deu-se margem para que surgisse a cultura brasileira.  Temos ali naquele momento, uma grande mistura de povos acontecendo, a miscigenação da qual resulta o homem brasileiro, iniciou ali. O índio conhecendo o europeu, e o europeu descobrindo que ainda havia coisas a serem desveladas no mundo todo. Impregnado nas mentes dos europeus da época, estava à ideia de que tudo o que poderia ser conquistado e explorado já tinha sido descoberto. A nobreza europeia vivia no esbanjamento, eram célebres os bailes dos salões franceses do Louvre, na Inglaterra jorrava-se o ouro vindo das colônias africanas, e na Espanha existiam as caravelas mais deslumbrantes de todo o mundo composta por centenas de navios, a frota espanhola era realmente impressionante.

O continente europeu é antigo, os povos, mais particularmente os camponeses que o habitavam, estavam esgotados do trabalho duro sob o julgo dos grandes senhores feudais, a riqueza gerada nos campos e os altos impostos cobrados pelos nobres já não eram mais suficientes para nutrir o luxuriante estilo de vida da coroa, o modo de viver já não era mais o mesmo, rapidamente as maiores potências da idade média, Inglaterra, França e Espanha começam a viver momentos de crise, tudo isso agravado pelo crescente numero da migração de pessoas dos campos para áreas urbanas, e ainda pela Peste Negra que matou milhões. A guerra dos cem anos entre Inglaterra e França acabou gerando mais fome e miséria ainda, e com ela os burgueses, talvez os únicos que conseguiram lucrar com esta, obtiveram o poder econômico e o livramento dos empecilhos dos nobres que tanto desejavam, para expandir os seus negócios e dar margem para iniciar a revolução marítima, era a nobreza que perdia o seu poder.

A necessidade associada ao espírito desbravador do europeu, fez com que rompessem suas formas ultrapassadas de ver o mundo, e uma antiga lenda do continente, que no passar dos séculos foi tomando forma na cabeça do homem. A frase “Non Terrae Plus Ultra[1]que significa, “Não há terras mais Além”, foi adotada pelos povos europeus, quase como uma certeza, principalmente pela Espanha, para demonstrar que tudo o que poderia existir, e as terras que poderiam ser descobertas já haviam sido povoadas. O Estreito de Gibraltar marcava os confins do mundo. Obviamente essa afirmação foi enfraquecida com o grande avanço marítimo notado a partir do final do século XV e inicio do XVI, que acabou resultando no descobrimento das Índias, e do Continente Americano.

Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil[2] (GUIRADO, 2001). 

Com a descoberta das novas terras, povoa-las tornou-se primordial, portanto a Terra de Santa Cruz, como inicialmente o Brasil foi chamado, transformou-se numa colônia portuguesa.

Desde o descobrimento até meados do ano de 1759, contamos com a presença dos padres jesuítas na catequização e evangelização dos povos aqui encontrados, o que será decisivo para a implantação da educação no Brasil colonial. Temos ai o inicio do pensamento brasileiro. A partir deste instante sob a influência europeia e dos seus filósofos, e do olhar atento dos jesuítas, inicia-se a construção de uma das maiores nações do mundo contemporâneo.

2 A Importância dos Jesuítas, e a sua Formação Filosófica Escolástica

        Sobre a importância dos jesuítas no contexto social brasileiro, principalmente na educação e catequização dos povos indígenas e na valorização do homem colonial, percebemos a sua singular relevância.

        Portugal para defender seus interesses em relação ao Brasil precisou iniciar uma rápida ocupação do litoral brasileiro em virtude do avanço de caravelas inglesas e espanholas, além das francesas, que também demonstravam certo nível de interesse por nossas terras, essa ocupação foi caracterizada pela inserção de mecanismos para a educação do homem na colônia, tarefa que confiada aos padres jesuítas.

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