Meios de comunicação e sociedade
Por: Ysa Boaventura • 13/12/2015 • Trabalho acadêmico • 642 Palavras (3 Páginas) • 237 Visualizações
Desde a chegada dos meios de comunicação em massa, ao Brasil, as informações divulgadas sofrem influências de alguém ou de um conjunto de pessoas. Para administrar uma estação de TV ou rádio na década de 50, o proprietário precisava de um aval do presidente da república e só era concedida a licença às seus amigos, familiares ou pessoas de confiança, tudo era baseado em interesses políticos e não havia critérios sociais. Com a rede Globo não foi diferente, é por isso que o regime militar nunca precisou censurar a mesma.
A Globo utilizava, e ainda utiliza como marketing, bordões para estabelecer uma aproximação com o telespectador “A gente se vê por aqui” ou “Globo e você, tudo a ver”. Tentando manipular o pensamento da sociedade, colocando-se próxima das pessoas, para não questionarem o que é dito. “Por ser a maior rede de televisão do país e uma das maiores do mundo, a emissora possui uma capacidade sem paralelo de influenciar a cultura, a política e a opinião pública.”. Quando dizem que a indústria cultural criou uma “barbárie estilizada”, fala-se de que a cultura está regredindo e que não é necessário mais refletir sobre a qualidade do que é oferecido, precisa-se só aceitar, então com o tempo a qualidade diminui, mas o senso crítico das pessoas não percebe isso, devido à alta influência da indústria cultural.
Analisando o fato de que não havia critérios sociais para as estações de TV, a educação não era o foco, o governo chegou a costear 30% dos comerciais e decretar que outros seriam obrigatórios, durante o golpe de 64. Os comerciais apresentam uma cultura de massa, onde uma pequena parcela de pessoas diz à sociedade que todos sonham em ter alguns bens, os quais apenas um terço dos telespectadores tem condições de comprar. Não tendo consciência de quão fútil isso é, as pessoas simplesmente compram. Ninguém percebe que a cultura popular realmente não foi feita pela massa, porém apesar de não ser feita por ela, a massa facilmente adere ao pensamento. Aumentando a desigualdade social, contribuindo para a decadência da educação e comprovando que a cultura está regredindo mais e mais.
Segundo os frankfurtianos, a televisão “(...) oblitera a autonomia do pensamento e inflaciona a mente de preconceitos e adestramento das consciências de maneira sublimar”, ou seja, tira o direito das pessoas de refletir e pensar, sem serem influenciados por propagandas que fazem seu subconsciente achar que aquilo foi o que sempre quis na vida, como aconteceu na propaganda dos jeans Staroup, eles fazem o jeans ser o mais perfeito de todos. Cita-se a cultura de massa, mas nem se sabe, muitas vezes, o que seria a cultura. Alguns definiriam como sendo o que se adquire depois de refletir e ter conhecimentos de muitos livros, filmes ou músicas, entretanto, na cultura de massa não existe nada disso, não existe a possibilidade de pensar ou refletir. Então, Adorno e Horkheimer afirma ““cultura de massa” não é nem cultura”.
“A programação televisiva tem como objetivo principal “esvaziar” o senso crítico de quem assiste, deixando “mentes livres” para que a publicidade estimule o fetiche da mercadoria, próprio do capitalismo.”. Somente uma pequena parte da população, mais precisamente as elites escapam das influencias da cultura popular, por terem uma educação e uma concepção de mundo mais ampla que os demais. Quando conseguem tirar essas vendas dos olhos, essas pessoas podem até ser vistas como alguém sem cultura, porém ela preferiu dá prioridades a bens realmente importantes e não somente fúteis, ao contrário de quase toda a sociedade induzida. Essas pessoas conseguem sair da massa, e esses sim “(...) são os verdadeiros herdeiros da cultura”, escreveu Adorno.
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