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Nicolau Maquiavel

Artigo: Nicolau Maquiavel. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  31/7/2014  •  1.479 Palavras (6 Páginas)  •  505 Visualizações

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Nicolau Maquiavel foi fundamental por ter elaborado uma análise do poder como fato político (independente de questões morais), inova ao propor uma separação entre Estado e governo. Crises frequentes em repúblicas e principados marcaram a fundo a história da Itália e servem de modelo para Maquiavel desenvolver seus discursos.

De sua prática política e de sua relação com a família Médici nascem as suas obras. Sua teoria do Estado, concebida a partir de uma meditação forçada no exílio, trouxe um avanço na medida em que rompe com os limites da pura especulação filosófica, de tradição secular.

A investigação empírica proposta por Maquiavel será sustentada por duas abordagens: de um lado a histórica e de outro a explicação do comportamento humano. Na primeira, apresenta o fenômeno histórico como constituído por ciclos, que se repetem, a partir de revoluções. Conhecer e entender os movimentos da história significa poder fazer uma mais precisa leitura dos fatos presentes. A observação do passado pode trazer o modelo de como agir no presente. Na falta desse modelo, a ação política poderá se basear nas semelhanças das circunstâncias históricas, passadas e presentes. Na análise sobre o comportamento humano, conclui que todos os homens, em todas as cidades e povos, são egoístas e ambiciosos e que somente são obstados quando coagidos pela força da lei (MAQUIAVEL, 1994).

As duas abordagens funcionam de forma a trazer estabilidade a um pensamento que está alicerçado no método empírico-comparativo. Sustentam não só as questões teóricas, mas também um conjunto de técnicas sobre como governar. Contudo, não fornecem um manual pronto e acabado para a ação política, apesar de destacar a repetição da história e a invariabilidade do comportamento humano, sugerem uma profunda investigação das circunstâncias sobre as quais se quer agir (arte de bem governar). Nesse ponto, Maquiavel foge do determinismo imposto pelo destino, já que os espíritos determinados e empreendedores poderão interferir na história, apesar das limitações impostas pela realidade. O filósofo coloca algumas questões: Como seria possível uma república aceitar o desafio da mudança dos tempos? Qual deveria ser a postura do governante? Como ele deveria agir? (MAQUIAVEL, 1994).

A possibilidade de propor uma ação política que tenha êxito diante dessa realidade faz com que Maquiavel leve em consideração as transformações e mudanças de seu tempo. Nessa empreitada, o filósofo propõe dois conceitos que formam uma tensão no estabelecimento das possibilidades da ação individual e coletiva, que são: a virtù e a fortuna. A primeira deve se sobrepor continuamente à segunda no sentido de dominá-la. A análise correta do Estado exige que se deixe de lado a simples observação de períodos de boa ou má sorte para se privilegiar a capacidade de adequação àquilo que o momento exige, em função da sua objetividade. A virtù apresenta-se não só como a capacidade de aproveitar o momento oportuno, a ocasião, como a capacidade de adesão ao que é emergente.

O homem de virtù que esteja à frente de um Estado está isento de culpa quando na persecução dos fins que visam a estabilidade política, posição que rendeu diversas críticas ao pensamento de Maquiavel. Contudo, seu poder poderá se degenerar em tirania e trazer novamente a instabilidade. Dessa forma, o governante que tenha virtù deverá buscar a estabilidade presente e futura do Estado que governa por meio da criação de leis e instituições que possam perpetuar seu legado. A ele, cabe a institucionalização da ordem e a busca pela coesão social. Sustenta que quanto maior o nível de liberdade maior os benefícios do Estado, pois homens livres identificam-se com os negócios de seu Estado e o defendem como coisa sua. Maior é o nível de solidariedade numa comunidade em que há a possibilidade de participação do governo (MAQUIAVEL, 1994).

As grandes contribuições de Maquiavel podem ser observadas principalmente no campo político. Foi capaz de captar as mudanças concretas de seu tempo e traduziu-as nas suas obras, que ganharam um ar de intensa contemporaneidade. Percebeu um conjunto de circunstâncias, tais como: o primado do Estado diante da religião e a dessacralização da figura do político.

Modernamente, têm-se procurado romper com a crítica ao caráter ideológico das obras de Maquiavel, como também se procura estabelecer um corte dotado de isenção sobre o ponto de vista moral. Assim, torna-se inegável a sua imensa contribuição ao propor a sistematização das questões políticas de seu tempo, pois enxerga a realidade com os olhos de um pensador do Renascimento. No bojo de seu pensamento estão presentes as linhas que contornarão a visão moderna de homem segundo uma concepção de indivíduo e a base para o entendimento do que sejam as instituições do Estado, no momento histórico em que viveu

Princípe:

Ao escrever O Príncipe, Maquiavel expressou nitidamente os seus sentimentos de desejo de ver uma Itália poderosa e unificada. Expressou também a necessidade (não só dele mas de todo o povo italiano) de um monarca com pulso firme, determinado que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos e nem medir esforços. Maquiavel foi muito criticado pelas idéias que ele defendeu em O Príncipe.

Maquiavel faz uma referência elogiosa a César Bórgia, que após ter encontrado na recém conquistada Romanha, um lugar assolado por pilhagens, furtos e maldades de todo tipo, confia o poder a Dom Ramiro d'Orco. Este, por meio de uma tirania

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