Nicolau Maquiavel - Maquiavel era mesmo maquiavélico?
Por: marialeobastos • 18/4/2017 • Ensaio • 2.660 Palavras (11 Páginas) • 281 Visualizações
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
[pic 1]
Tarefa do GA Tópico 4, Artigo: Maquiavel era mesmo maquiavélico?
FILOSOFIA
Professor: Inácio Helfer
Aluna: Maria Leopoldina de Jesus de Bastos
São Leopoldo, 08 de Abril de 2017.
Nicolau Maquiavel nasceu em Florença, Itália em 03/05/1469. Descendente de uma família florentina em situação precária. Sabia e praticava latim e possuía conhecimentos históricos. Entrou para política aos 29anos, sendo secretário da chancelaria. Sua obra mais famosa foi O Príncipe escrito em 1513, enquanto estava na prisão. A Itália passava por uma instabilidade política.
Maquiavel expressa pela primeira vez à noção de Estado como forma de organização da sociedade do modo como conhecemos hoje.
Considerado o pai da moderna ciência política; a obra quando foi escrita tinha a finalidade de ensinar um novo príncipe como conservar o poder e o controle em seu Estado, é preciso não só agir com sutileza; e mesmo com esperteza e crueldade, mas possuir também suas próprias tropas (em caso de guerra).
O texto tem permitido diversas interpretações. O livro esta dividido em 26 capítulos com temas políticos, um manual que instrui ao governante como chegar e manter-se no poder.
Por o conteúdo ser extenso destacarei alguns aspectos que o autor manifestou-se dividindo em capítulos.
Capítulo VIII- Há duas maneiras de se tornar príncipe que não atribuídas à sorte ou à capacidade, através do favor dos concidadãos e por meio criminoso, meios que podem ser usados se necessário. Quem é soberano por meio criminoso, se usar sua crueldade e não persistir nela e substituir por medidas benéficas aos seus subordinados estáo garantido no poder. As crueldades praticadas devem ser evitadas de repeti-las, deve-se tranquilizar o povo com o bem, quem permanece de arma em punho não poderá defender seus súditos, pois eles não terão confiança no seu governante e poderão tirar-lhe o poder.
Capítulo IX- Principado civil – O governo civil surge do desejo do povo de evitar a opressão e do desejo da aristocracia de comandar e oprimir o povo. Quem se faz governante" por favor "de seus concidadãos instaura o governo civil: chegar a esta posição não depende só sorte mas também da astúcia, chega-se à ela com apoio da aristocracia e opinião popular.
O governo é instituído pela aristocracia quando os ricos percebem que não podem resistir ao povo e unem-se elegendo um dos seus como príncipe para assegurar seus propósitos. Quem chega ao poder com a ajuda dos ricos tem mais dificuldade de manter o poder do que quem chega com o apoio do povo. O povo quando não consegue mais resistir aos aristocratas procura criar um príncipe que os proteja com sua autoridade.
O príncipe não pode se prevenir da agressividade do povo, que são muitos, mas pode dos poderosos que são poucos. Quem se tornar soberano pelo favor do povo deve manter sua amizade, basta não oprimi-lo. Para chegar a esta posição precisa de astúcia assistida pela sorte, através do apoio aristocrata e opinião popular. É necessário manter o povo a seu favor, caso contrário, não poderá contar com ele na adversidade.
Capítulo XV- Um príncipe deve aprender a usar a bondade segundo a necessidade, para não ir à ruína. Alguns chegaram a ter sucesso, mas nem sempre tiveram uma vitória digna e com ética, pois usaram de artifícios escusos. O príncipe deve evitar escândalos que possam prejudicar seu reinado, agindo de acordo com o momento. Todo soberano têm reputações que lhe valem ou não elogios: são liberais ou miseráveis, bravos ou corajosos, cruéis ou bondosos. Como não se possuem todas as qualidades deve ser prudente, há vícios que trazem bons resultados assim como há virtudes que levam à ruína.
Capítulo XVI- O príncipe deve ter atenção sobre a liberalidade. Um governante liberal que não cobra impostos tornará sua imagem estremecida quando for cobrar, pois o povo estava acostumado a não pagar. Os impostos devem ser cobrados em tempos de paz, para não passar por cobranças extras em épocas de guerra, não sofrendo assim uma má imagem perante o povo, em um possível aumento nos tributos. Não sendo possível ser liberal, deve-se ser prudente e se o chamarem de miserável, não deve se importar logo passara a ser visto como generoso quando perceberem que graças a seu controle terá recursos para defender dos inimigos. Não deve se preocupar com a fama de miserável, pois agindo assim terá que saquear os súditos, nem ser pobre e desprezado, nem obriga a ter uma conduta destruidora: a falta de liberalidade é um dos defeitos que lhe permite reinar.
Capítulo XVII- Da crueldade a piedade- É melhor ser amado que temido ou, antes temido que amado.
Todos os príncipes devem preferir ser considerados clementes e não cruéis, mas devem empregar bem esta clemência. Para manter o povo unido e leal, se precisar ser cruel, deve ser sem medo, deve agir com cuidado, com equilíbrio, prudência e humanidade de modo que o excesso de confiança não o leve à imprudência e a desconfiança e não o torne intolerante.
É preciso ao mesmo tempo ser amado e temido, por não ter os dois cabe escolher serem temidos, os homens são volúveis e dissimulados buscam escapar dos perigos com vantagens. Eles têm medo de ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, o amor é mantido por gratidão que se rompe quando não for mais necessário, mas o temor é mantido pelo medo do castigo. O príncipe deve ser temido de forma que mesmo que não ganhe o amor dos súditos ao menos evite o ódio. Quando à frente do exercito, é necessário que mantenha sua imagem de crueldade para manter a tropa unida para qualquer batalha.
...