O DURKHEIM: Pontos importantes acerca.
Por: amandamasayoshi • 28/10/2017 • Artigo • 914 Palavras (4 Páginas) • 419 Visualizações
O francês Émile Durkheim assistiu, durante toda a sua vida, uma série de acontecimentos importantes que viria, posteriormente, a influenciar enormemente suas obras. Teve a adolescência marcada pela derrota de Sedan, a Comuna de Paris, que fora o primeiro governo operário da história, além do “vazio moral” provocado pela III República, que se deu por conta da ausência do ensino religioso nas escolas públicas através da Lei Naquet, que também instituiu o divórcio e o ensino gratuito na França. Nota-se, com isso, que Durkheim viveu numa época de reorganização social, político e econômico.
O repertório de ideias e valores da velha ordem social do qual sobrevivia alguns elementos foram destruídos pelo vendaval revolucionário de 1789. Era necessário, agora, criar-se um novo sistema científico. Existia, entre muitos intelectuais da época, a visão positivista, que via a história enquanto um processo evolutivo da humanidade, constituído de estágios distintos e sucessivos nas quais todas as sociedades deveriam passar, Durkheim, assim como os outros positivistas, formularam o método comparativo. Weber, (que forma, com Marx, os três paradigmas da sociologia) influenciado pelo idealismo alemão, discordava dessa concepção. Ele acreditava que a pesquisa histórica não resultava na formulação de leis evolutivas e generalizadas. Na realidade, a pesquisa histórica apontaria para as infindas diferenças existentes entre as sociedades.
A sua primeira preocupação seria a de como fazer para colocar a sociologia no estatuto de ciência, ou seja, fazer com que uma das suas características seja a objetividade do conhecimento. Para isso, Durkheim formula o objeto da sociologia: o fato social, que seria aqueles aspectos que moldam nossas ações como indivíduo; defendendo, inclusive, que o sociólogo deve estudar os fatos com a mesma objetividade e rigor na qual os físicos e químicos estudam a natureza. O seu princípio baseava-se em estudar os fatos sociais como coisas.
O mesmo ainda irá formular uma definição do que é sociedade. Para ele, a sociedade não seria a simples soma do indivíduo; Durkheim valorizava muito a relação indivíduo-sociedade, acreditava que a combinação das consciências individuais corresponderia a consciência coletiva. Atentando-se, novamente, ao método de estudo da sociologia, o fato social, tem-se, na obra “As regras do método sociológico” as três características do fato social: a generalidade, que afirma que é social tudo aquilo que é geral; a exterioridade, onde os fatos atuam sobre os indivíduos independentemente da vontade; e a coercitividade, que seria a força que os fatos sociais exercem sobre o indivíduo.
Preocupava-o, também, a coesão social, ou, melhor dito, com a interação social. Tentava responder ao que levava os indivíduos a viverem em sociedade, qual seria a força que agrega os indivíduos. Durkheim chega à conclusão de que essa interação era, primordialmente, uma questão de moralidade. Ele observou que na era industrial a tendência seria tornar as pessoas mais diferentes entre si. Como poderia, portanto, a sociedade se manter coesa se cada indivíduo busca o seu próprio interesse? Aponta-se, como elemento dominante e dinâmico desse processo a marcha da divisão social do trabalho.
Seu argumento observa que, conforme a divisão do trabalho vai ficando cada vez mais fragmentado e especializado, as formas relativamente simples de integração da sociedade tradicionais, que ele denomina como solidariedade mecânica, são solapadas ao mesmo tempo que são criadas bases de uma nova e mais complexa forma de interação denominada como solidariedade orgânica. Ele concebeu que o progresso da divisão do trabalho dissolve um tipo de sociedade e constitui outro.
Essa solidariedade apontada pelo autor nada tem a ver com o altruísmo, na verdade são laços que unem cada indivíduo a seu grupo de referência. Na solidariedade mecânica o sentido do “nós” é maior e mais forte que o sentido do “eu’. O grupo pesa mais que o indivíduo. Já os indivíduos na sociedade industrializada, profundamente marcada pela divisão do trabalho, se relaciona de forma distinta, há funções, mais individualidade e, principalmente, relações complementares, fazendo com que essas relações sejam interdependentes.
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