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O HOMEM CORDIAL NA FILOSOFIA

Por:   •  4/10/2021  •  Trabalho acadêmico  •  445 Palavras (2 Páginas)  •  181 Visualizações

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O Homem Cordial

Uma das principais marcas do brasileiro é a cordialidade, mas não como bondade, generosidade ou qualquer tipo de relação benéfica. No Brasil as relações afetuosas predominam. Por exemplo, o machismo no Brasil ele é “cheio de brincadeiras, afetos” não a uma relação explícita necessariamente violenta, não que não haja o machismo, mas muitas pessoas tentam mascarar essa violência através dessa forma.

O homem cordial, segundo Sérgio Buarque, precisa expandir o seu ser na vida social, precisa estender-se na coletividade e que não suporta o peso da individualidade e precisa “viver nos outros”. O “homem cordial” é, portanto, um artifício comportamental, que está gravado em nossa formação enquanto povo.

No texto mostra que o brasileiro tenta tirar vantagem de toda situação e ao mesmo tempo, buscar o menor esforço e o maior ganho, e nesses casos todos a cordialidade representaria uma relação social hipócrita, uma relação de mascaramento das violências, onde os afetos acabam colocando debaixo do tapete todos os nossos conflitos. Então essa ideia de que nós somos um povo pacífico é uma mera fachada, que é consolidada por relações de profundo afeto, quando na verdade, esses afetos mascaram violências que são cotidianas e corriqueiras.

Nós abrimos regras para toda exceção, como por exemplo, um aluno com muitas faltas e notas baixas pede para o professor dá um “jeitinho” para ele passar ou então vimos um cidadão estacionando na vaga de deficiente que fala que só vai passar cinco “minutinhos”. Repare que o uso do diminutivo ajuda a criar essas relações de afeto.

De acordo com Sérgio Buarque, até mesmo as relações com os Santos é cordial. Temos orações para o São Longuinho, “quem quer casar coloca o Santo Antônio de ponta-cabeça”. Essas atitudes, parecem uma relação profundamente íntima quase como se o Santo fosse um membro da família. Um exemplo que representa isso muito bem é mostrado pelo próprio Sérgio Buarque, “Ocorreu com o nosso Menino Jesus, companheiro de brinquedo das crianças e que faz pensar menos no Jesus dos evangelhos canônicos do que no de certos apócrifos, principalmente as diversas redações do Evangelho da Infância. Os que assistiram às festas do Senhor Bom Jesus de Pirapora, em São Paulo, conhecem a história do Cristo que desce do altar para sambar com o povo.”

Em geral, o homem cordial seria o retrato mais fiel do brasileiro. Ele seria de origem patriarcal, de herança rural, um homem dominado pelo coração, ou seja, um homem muito delicado por um lado, mas, por outro, também muito impulsivo e por vezes até

violento. Nesta visão, a rapidez com que o brasileiro passaria do caráter amável para a hostilidade seria uma das fortes características do nosso povo.

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