O Homem e a sua sede de infinito
Por: Marcílio Gomes • 29/10/2015 • Artigo • 3.953 Palavras (16 Páginas) • 287 Visualizações
O homem e a sua sede de infinito
Francisco Marcílio Gomes Carneiro [1]* |
Resumo: O Presente artigo tem por objetivo, em princípio, refletir e meditar sobre a sede de infinito que o homem leva no profundo de si mesmo, que o impele a ir além e o remete para alguém que a possa satisfazê-lo. Pode-se constatar que o homem não se basta a si próprio, pois desde as primeiras e mais remotas manifestações de sua atividade intelectual saíram à procura de outro infinito. Mediante esse paradoxo da vida real e do homem moderno, alguns filósofos e pensadores expuseram algumas de suas opiniões, incitando nessa modernidade o reconhecimento de Deus como realidade mais real do que nós mesmos, como fundamento do ser e fonte de todos os anseios que inquietam o coração do homem, mediante as três formas de conhecê-lo, ou ainda a outro extremo, que é justamente o fato de que o homem é levado à sua própria conquista do absoluto e afirmando totalmente a inexistência de Deus.
Palavras-chave: Homem; Deus; Religião; Infinito.
Abstract: The present article has the objective, in principle, reflect and meditate on the infinite thirst that man carries deep within himself, which compels him to go further and refers to someone who can satisfy you. One can see that the man is not just himself, because from the earliest and most remote manifestations of its intellectual activity went looking for infinity. Upon this paradox of real life and the modern man, some philosophers and thinkers have exposed some of his views, urging that modernity recognition of God as a reality more real than ourselves, as ground of being and the source of all desires that perturb heart of man, by the exercise of religion, or to the other extreme, which is precisely the fact that man is taken to his own conquest of absolute and stating fully the absence of God.
Key-words: Man; God; Religion; Infinite.
- INTRODUÇÃO
Constata-se ao longo da história, que desde as primeiras e mais remotas manifestações humanas, o homem saiu a procura do outro infinito através de suas atividades intelectuais, chegando ao homem ocidental que ainda não conseguiu por definitivo responder todos os anseios que envolvem “Deus”, a transcendência e o infinito, permanecendo então até os dias de hoje, como um desafio constante para a razão humana.
Dessa forma, pode-se atenuar a questão de que o homem não se basta a si próprio, ele tem sede do infinito e do encontro com o totalmente outro que busca angustiado, mesmo sem o saber, e esse caminho de busca torna-se mais desafiante, quando caminha-se sozinho e quando o terreno é desconhecido, pois na maioria das vezes, esse caminho para Deus se faz na solidão e sem rumos definidos, em que a razão não pode sobrepor o mistério.
Por outro lado, para os filósofos existencialistas, a exclusão de Deus exalta o protagonismo do homem na história e no mundo, e consequentemente, põe a zero à carência de sentido do SER do mundo e do próprio homem. Quando Sartre afirma, que o Ser é sem razão, sem causa, sem necessidade,[2] dessa forma, entende-se que só Deus poderia dar sentido total ao SER, e afirmando que Deus não existe, o SER permanece sem sentido, cabendo ao homem a responsabilidade radical de dar um sentido à existência das coisas do mundo.
Quando se fala em infinito para o homem, por natureza, associa-se as coisas de Deus, relaciona-se Ele como sua causa primeira e seu fim último, a chama da sua esperança, o objeto do seu amor, a luz da sua inteligência e a fonte de sua vida, por esse motivo, o homem jamais deve cessar de buscá-lo no infinito com todas as suas forças da mente, da vontade e do espírito, em todos os momentos da sua vida. De fato, “os homens sempre procuram Deus, talvez nos líderes políticos, nos ídolos, nos astros da música ou esporte. Procuram alguma coisa de essencial, mesmo sem sabê-lo. Buscam a divindade.”[3]
- O HOMEM E SEUS ANSEIOS
Basta um simples olhar pela história antiga, para ver com toda a clareza como surgiram simultaneamente, em diversas partes da terra, animadas por culturas diferentes, as questões fundamentais que caracterizam o percurso da existência humana: Quem sou eu? De onde venho e para onde vou? Porque existe o mal? O que é que existirá depois desta vida?
Este artigo não se deterá nestas perguntas fundamentais da existência humana, mas vale ressaltar que através desses questionamentos, nasce no interior do homem o desejo pelo saber, pelo conhecimento, pelo transcendente, pela verdade.
Percebe-se nos nossos dias atuais, que variados são os recursos que o homem possui para progredir no conhecimento da verdade, tornando assim cada vez mais humana a sua existência. De entre eles sobressai a filosofia, cujo contributo específico é colocar a questão do sentido da vida e esboçar a resposta: constitui, pois, uma das tarefas mais nobres da humanidade.
Efetivamente, a filosofia nasceu e começou a desenvolver-se quando o homem principiou a interrogar-se sobre o porquê das coisas e o seu fim. Ela demonstra, de diferentes modos e formas, que o desejo da verdade pertence à própria natureza do homem. Interrogar-se sobre o porquê das coisas é uma propriedade natural da sua razão, embora as respostas, que esta aos poucos vai dando, se integrem num horizonte que evidencia a complementaridade das diferentes culturas onde o próprio homem vive.
Levando em consideração que os desejos sejam nascentes das necessidades e questionamentos que o homem trás dentro de si, segundo (Goldsmith, 2005);
“Nos momentos de apuro e frustração, o homem começa a se questionar, mesmo que sejam só perguntas como estas: Por que deveria acontecer isto comigo? Ou Como posso evitar tais acontecimentos? A partir de então, surge no interior do homem, tais desejos de respostas e explicação para o mundo que o cerca.”
Contudo, o homem não pode viver sempre nesse circulo problemático por toda a vida, na esperança de encontrar uma solução sempre ao modo como pensa e que satisfará seus anseios e desejos. Na medida em que se aceita a verdade por si mesma, a sua condição humana melhorará, isto até se parece como algo impossível ou demasiadamente fabuloso, mas a verdade que sacia os desejos do homem pode está bem ao seu alcance que ele próprio talvez nem imagine.
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