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O Labirinto Quimérico: O Caminho da Dor na Filosofia Nietzschiana

Por:   •  7/12/2018  •  Monografia  •  9.407 Palavras (38 Páginas)  •  131 Visualizações

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RESUMO

O trabalho que se segue possui como maior importância, a relação entre a morte de Deus e a ética comum ao homem, partindo do aforismo do “O Homem Louco”, citado na obra “A Gaia Ciência”, onde Nietzsche expõe a noção do que seria a morte de Deus e a putrefação divina ao decorrer da obra. Também, encontra-se, neste artigo, a necessidade nietzschiana de superar o chamado “homem da ciência”, sendo tratado como membro do que é categorizado como niilista reativo – aquele que trata Deus como uma possibilidade descartada por hora. Para além, também, encontra-se nesta atividade, a necessidade nietzschiana de superar o niilista negativo, ou “último homem”. Para além, também é pretendido, neste trabalho, esclarecer o quanto o termo “vontade de poder” é polêmico quando estudado a partir de um olhar metafísico do termo, possibilitando erros na leitura nietzschiana. Pretendo esclarecer esta questão, e familiarizar o leitor com o vocabulário e interpretação das obras de Nietzsche. Após a superação destes, sendo como também a superação do assassinato de Deus, estima-se que o sujeito seja capaz de superar até mesmo a dor, como primeiro passo para a superação do ressentimento, de modo que se faça possível o surgimento do Além-do-Homem.

Como principal objetivo teórico, estima-se, portanto, trabalhar os conceitos dentro da morte de Deus que aparece, primeiramente, na obra “A Gaia Ciência”, trazendo consigo um cunho ideológico a respeito não só da morte, como da putrefação divina que se conecta perfeitamente ao passo que se analisa o conceito de superação, eterno retorno e compaixão em Nietzsche, presentes principalmente na obra “Assim Falou Zaratustra”.

Palavras-chave: Sem-sentido. Dor. Sofrimento. Superação. Deus. Nietzsche. Superação.

ABSTRACT

The most important point in the following work is the relation between the death of God and the common ethic to man, starting from the aphorism of “The Madman”, quoted in the book “The Gay Science”, where Nietzsche exposes the idea of what would be the death of God and the divine putrefaction in the course of the work.

Also, we find in this article the Nietzschean necessity to overcome the called “man of science”, being considered a member of what is categorized as a reactive nihilist – one who treats God as a possibility discarded for now. In addition, we find in this activity the Nietzschean need to overcome the negative nihilist, or “last man”. It is also intended, in this work, to elucidate how the term “power will” is polemic when studied from a metaphysical view, allowing errors in Nietzschean reading.

I intend to illustrate this question, and familiarize the reader with the vocabulary and interpretation of Nietzsche's works.

After overcoming these, as well as overcoming the murder of God, it is estimated that the subject is able to surpassing even pain, as a first step to surpassing resentment, In order to be able to arise the Beyond of Men.

As the main theoretical objective, it is therefore estimated that the concepts within the death of God appear firstly in the work “The Gay Science”, bringing with it an ideological stamp regarding not only death but also the divine putrefaction that connects perfectly to the step that analyzes the concept of overcoming, eternal return and compassion in Nietzsche, present mainly in the work “Thus Spake Zarathustra”.

Keywords: Nonsense. Pain. Suffering. Overcoming. God. Nietzsche.

SUMÁRIO

1

Introdução

1

2

O coração caótico

4

2.1

O Homem-Louco e sua procura por Deus

4

2.2

A dor do desamparo e o sem-sentido do mundo

8

3

O niilista e a dor

12

3.1

O niilismo de Schopenhauer e a negação da vida

12

3.2

Nietzsche e a Genealogia da Moral

14

4

Considerações finais

19

Referências bibliográficas

22

1 Introdução

Sem dúvidas, não há justificativa alguma em escrever introduções que sejam anteriores aos textos que, por si só, são introduções. É assim que me sinto escrevendo esta porta de entrada para o meu labirinto, uma vez que foi neste que tanto me perdi e me encontrei na tentativa de introduzir-me no pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900).

Tenho a estranha sensação de que antes de falar do texto que será apresentado, de fato, será preciso fazer uma breve apresentação sobre algo anterior ao mesmo, da mesma forma que, antes de produzir algo, precisamos, em nosso íntimo, perguntarmos a nós mesmos sobre os motivos pelo qual produziremos. Pois bem, que seja, então, desta forma, e espero que tenhamos sempre em mente o fato de que este caminho que iremos percorrer não passa de um caminho feito por um alguém cheio de interpretações, isto é, por mim; uma produção humana, demasiado humana, e só. Qualquer um que se atreva a ir para além disso em seus questionamentos diários não fará nada a não ser se perder neste labirinto quimérico que estou propondo: um labirinto imaginário, sem valor, irreal, o labirinto de lugar-nenhum.

A complexidade do pensamento nietzschiano vai para além de sua escrita, afinal, “ele não é um pensador superficial. Tampouco um pensador profundo. Nem ainda um pensador radical. Nietzsche é, segundo sua interessante classificação, um pensador do subsolo”1, o que dá uma breve característica sobre a primeira palavra do título deste texto em questão: o Labirinto.

O pensador alemão, com sua eterna característica de incomodar o sono2 acabou por criar um universo que se expande em larga escala: em primeiro momento, quando temos um tímido primeiro contato com

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