O Meu Futuro
Por: Pascua Man • 13/5/2018 • Artigo • 540 Palavras (3 Páginas) • 150 Visualizações
O que é o tempo? Será que alguém mesmo sabe? Para os mortais o tempo é uma sensação, é algo inexplicável, é a transição mobilizada do futuro que por o mais ínfimo dos momentos se transforma em presente e logo a seguir imortaliza-se como passado, ali, para sempre intocável.
A noção de tempo é idiossincrásica, cientificamente o tempo é uma medição para sequenciar eventos e a sua duração.
Para os gregos, Chronos era o tempo eterno personificado, um deus remoto que rumava pelo universo, no entanto acreditavam também em outro deus, Kairós, o deus do tempo oportuno, potencial e não linear.
Até a filosofia questiona o tempo, havendo inúmeras ideologias quanto a este tema tão difícil de compreender.
E para mim? O que é o tempo? O que foi o meu passado? O que será do meu futuro?
Tempo, para mim é mais uma realidade alternativa, só percetível pelos nossos sentidos, o tempo não se compra nem se vende, o tempo "ganha-se" e "perde-se", cada segundo neste mundo é valioso, afinal de contas o tempo não espera por ninguém e estará presente até nos guiar à derradeira etapa. Só dás valor ao tempo quando vês a vida a passar.
O meu passado está escrito a tinta permanente, infelizmente não há borracha que tal coisa elimine. O passado é a maior das três realidades temporais, é a única que foi vivida e a única que teremos sempre conhecimento!
O futuro? O futuro é pouco objetivo, o futuro é uma mera previsão do decorrer dos eventos, existem infinitas possibilidades de como será o futuro. É triste saber que o tempo nunca para, essa é a única certeza do futuro...
Mais que saber isso, é saber lidar com o desaparecimento e maior é a certeza que o tempo não para, que um dia vou deixar de ter a minha mãe, os meus avós, o meu pai, os meus amigos, as minhas memórias e eu mesmo... É infeliz sim, o tempo vem devagar e vai recolhendo um por um, lentamente tudo o que existe vai se apagando, o sol vai deixando de brilhar, o meu legado vai ser esquecido e vaguear pelo eterno passado.
Eu consigo ouvir o relógio, tic-tac, tic-tac, o som vai ficando mais alto, vai se aproximando até que me ensurdeça. Adorava ser eterno, ter um botão para parar o tempo, para que pudesse absorver tudo à minha volta e realmente compreender a dimensão incerta de tudo, para que pudesse dizer à minha mãe que a amo, aos meus amigos que preciso deles e à vida que não se apresse a cessar. Preciso dos segundos preciosos, não de os desperdiçar com coisas sem noção, mais cedo ou mais tarde todos somos confrontados com a dura verdade.
Mesmo sendo duvidoso só a esperança me conforta do futuro. A noite bela já caiu, a Terra continua a sua jornada à volta da sua estrela; e o tempo? O tempo continua sem abrandar, que perceção temos mesmo nós do que são as coisas... passou mais de uma hora que comecei a escrever e que dei eu por isso? Aliás passaram mais de dezenas de milhares de anos que nós humanos ficámos conscientes... e o universo que deu por isso?
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