O Pensamento Fraco na Pós-Modernidade
Por: jcouto2020 • 4/5/2021 • Projeto de pesquisa • 1.295 Palavras (6 Páginas) • 265 Visualizações
PROJETO DE MONOGRAFIA
Título: O pensamento fraco na pós modernidade, conforme o livro O mal-estar da
pós-modernidade de Zygmunt Bauman.
Aluno: Jean Marcos do Couto
Orientador: Prof. Marco Aurélio Pinheiro Maida
Área de concentração: Antropologia filosófica.
Objetivo: Mostrar a visão de Zygmunt Bauman acerca da condição humana na pósmodernidade e como o pensamento constitui a estrutura social: não é o que a
sociedade fez com o ser humano, mas o que o ser humano fez de si.
Problema: Como foi o processo de mudança da forma de pensamento: do
pensamento forte ao fraco.
Hipótese: De acordo com os pensamentos de Bauman, no tempo de pensamento
forte a modernidade era caracterizada pela rigidez e solidificação das relações
humanas e as relações sociais e familiares eram rígidas e duradouras, diferente do
que se vê hoje, como o próprio caracteriza a modernidade como líquida, ou seja,
uma sociedade de pensamento fraco totalmente oposta à modernidade sólida. Este
conceito de pensamento fraco seria o momento histórico que vivemos atualmente,
as ideias e as relações estabelecidas entre as pessoas se transformam de maneira
muita rápida e imprevisível. O sujeito de certa forma se torna objeto do capitalismo e
assim passa a ser o que ele consome e não mais o que ele é. Para superar essa
fluidez e voltar para o que ele chama de pensamento forte é preciso que as relações
humanas deixem de ser individuais, nas quais buscam somente viver uma vida de
ganhos próprios, que não pensam na qualidade de vida de toda a sociedade e que a
busca pelo prazer individual o faz pensar que o ter é mais importante do que o ser.
Para reverter essa situação é necessário que o pensar em termos de comunidade
seja prioridade e voltarmos para a ideia de progresso de melhoria partilhada e não
mais para então somente a sobrevivência do indivíduo.
Justificativa: A crise do pensamento forte, típico da modernidade produziu uma
cultura fluida, caracterizada pela precariedade, incerteza, rapidez de movimento,
característicos do pensamento fraco. Vivemos com uma sensação de que algo está
errado com a humanidade. O mal-estar social é resultado de algo instalado na
consciência do homem pós-moderno como uma angustia, vive como um peregrino
sem rumo histórico. A sociedade contemporânea vive um sentimento de fracasso
por não alcançar a tão almejada felicidade. As utopias se desmancharam no ar, as
ideologias coletivas se fragmentaram em aspirações individuais.
[...] a tarefa de construir uma ordem nova e melhor para substituir a velha
ordem defeituosa não está hoje na agenda — pelo menos não na agenda
daquele domínio em que se supõe que a ação política resida. O “derretimento
dos sólidos”, traço permanente da modernidade, adquiriu, portanto, um novo
sentido, e, mais que tudo, foi redirecionado a um novo alvo [...]. Os sólidos
que estão para ser lançados no cadinho e os que estão derretendo neste
momento, o momento da modernidade fluida, são os elos que entrelaçam as
escolhas individuais em projetos e ações coletivas — os padrões de comunicação e coordenação entre as políticas de vida conduzidas
individualmente, de um lado, e as ações políticas de coletividades humanas,
de outro. (BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução: Plínio
Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. 258p.)
Toda a estrutura sólida de uma sociedade ancorada nos preceitos positivistas de
“ordem e progresso” ruíram. Daí resulta um mundo vivido como incerto,
incontrolável e assustador, bem diverso da segurança projetada em torno de uma
vida social estável, ou em torno da ordem, como pensava Freud em o Mal-estar na
civilização. A tese freudiana é de que na idade moderna os seres humanos
trocaram liberdade por segurança. O excesso de ordem, repressão e a regulação do
prazer gerou um mal-estar, um sentimento de culpa.
"A civilização se constrói sobre uma renúncia ao instinto." Espe-cialmente —
assim Freud nos diz — a civilização (leia-se: a moder-nidade) "impõe
grandes sacrifícios" à sexualidade e agressividade do homem. "O anseio de
liberdade, portanto, é dirigido contra formas e exigências particulares da
civilização ou contra a civilização como um todo." E não pode ser de outra
maneira. Os prazeres da vida civilizada, e Freud insiste nisso, vêm num
pacote fechado com os sofrimentos, a satisfação com o mal-estar, a
submissão com a rebelião. A civilização — a ordem imposta a uma
humanidade naturalmente desordenada — é um compromisso, uma troca
continuamente recla-mada e para sempre instigada a se renegociar. O
princípio de prazer está aí
...