O QUE É CIENTÍFICO - FICHAMENTO
Por: Luís Alberto • 2/9/2015 • Dissertação • 1.133 Palavras (5 Páginas) • 309 Visualizações
REFERÊNCIA:
ALVES, Rubem. O Que é Científico?. 4ª edição. Minas Gerais: Editora Loyola, 1999.
RESUMO:
Rubem Alves nasceu em 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, Minas Gerais. Estudou em Nova York, onde recebeu o título de Mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary. Lá, torna-se Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary. De volta no Brasil, torna-se psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise. Vira autor de inúmeros livros e colaborador em diversos jornais e revistas com crônicas de grande sucesso. É membro da Academia Campinense de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura. Seu livro “O Que é Cientifico?”, publicado em janeiro de 1999, pela editora Loyola, concebido com a união de contos, dados científicos, parábolas e fatos da realidade universal, empenha-se em questionar o que é científico, como aduz o próprio título, de maneira inteligente e lúcida. Trata de mostrar que não só aquilo que possui base cientifica é relevante e respeitável, consistindo em demonstrar a relevância do lado humano das coisas. Encantos, sensações, sentimentos, deleites, tudo aquilo que existe e que faz parte da realidade, mas que, entretanto, por não serem elementos tangíveis ou visíveis, não podem ser medidos, quantificados e avaliados pela ciência.
NOGUEIRA-JUNIOR, A. Projeto Releituras, Rubem Alves – Biografia. Disponível em: http://www.releituras.com/rubemalves_bio.asp. Acesso em: 19 mar. 2014.
PARACER POR CAPÍTULO:
Capítulo I - Redes e Peixes
“Há muita coisa no mundo, muita coisa mesmo, que as redes dos membros da confraria não conseguem pegar. São criaturas mais leves, que exigem redes de outro tipo, mais sutis, mas delicadas. E, no entanto, são absolutamente reais. Só que não nadam no rio.” (p. 18)
O capítulo mostra que todas as coisas que não tem embasamento científico também fazem parte da realidade humana. Relata a finco a ciência, que com toda sua vastidão e grandiosidade, jamais será capaz de medir a emoção das coisas mais sutis que faz parte do dia-a-dia de todos. Como aduz uma passagem do livro transcrita de Manoel de Barros: “A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um sabiá, mas não pode medir seus encantos”.
Capítulo II - A Mente é um Estômago
“A mente é um processador de informações.” (p. 22)
Neste capítulo o autor traz uma analogia entre a mente e um estômago. Ilustra essa idéia com perspicácia ao referir-se a uma vaca, que se alimenta apenas de capim, refletindo contra o cérebro humano que, assim como um estômago, precisa ser alimentado. No entanto, o cérebro não possui limites e não se alimenta apenas de um único tipo de informação. Leva-se também em conta o modo como cada um nutre seu próprio cérebro, no qual indivíduos dos mais diversos possuem seus próprios gostos e o alimenta de maneira diferente e pessoal.
Capítulo III - Jogo das Palavras
“Frequentemente os professores de filosofia pensam tanto o pensamento de outros que acabam por não ter pensamentos próprios.” (p. 29)
“Precisamos dos dois: do conhecimento e da beleza. Mas a beleza não é cientifica.” (p.34)
Por mais que palavras fundamentem ou descrevam minuciosamente todas as coisas, em qualquer campo, palavras serão apenas palavras se não se permitir ver a emoção por detrás delas. A restrição da visão, metáfora para nosso próprio ser, em virtude do lado técnico proposto pela ciência, acorrenta deliberadamente toda a capacidade mental que se tem, sendo um bloqueio para os sentimentos e opressão para a inteligência.
Capítulo IV - O Cientista Fala
“Outra rede: meu corpo é a outra rede, feita de coração, sangue e emoção. Deixa passar o que a ciência segura. E segura o que a ciência deixa passar.” (p.41-42).
Diante de uma imensurável realidade e impulsionados pela curiosidade e desconfiança, é quase sempre compreensível a necessidade de conhecimento dos cientistas. Não obstante, apesar de tamanha inteligência e dedicação, os mesmos não são capazes de explicar o mundo e suas coisas mais triviais, em seu mais íntimo e real significado.
Capítulo V - Dogmas
“O convicto sempre pensa que sua bobeira é sabedoria.” (p. 46)
“Há sempre o perigo de que a ciência – coisa tão boa – se torne uma convicção religiosa, um dogma sobre a única via metodológica
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