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O conceito filosófico de trabalho, formulado por Karl Marx

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Por:   •  5/12/2014  •  Artigo  •  775 Palavras (4 Páginas)  •  751 Visualizações

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"É o trabalho, portanto, que atribui a maior parte do valor à terra, sem o qual ele dificilmente valeria alguma coisa; é a ele que devemos a maior parte de todos os produtos úteis da terra; por tudo isso a palha, farelo e pão desse acre de trigo valem mais do que o produto de um acre de uma terra igualmente boa, mas abandonada, sendo o valor daquele o efeito do trabalho (...)"

John Locke. "Da propriedade", trecho de O Segundo Tratado sobre o Governo Civil incluído no livro Os Clássicos da Política, vol. 1. Francisco Weffort (org.). São Paulo: Ática, 2002.

Valor

Karl Marx reconhece que Aristóteles elaborou em sua Ética a Nicômaco uma concepção precursora na tarefa de compreender o valor como forma. Todavia, no referente ao "trabalho", Aristóteles possuía uma visão compatível à de seu tempo. Ele valorizava a virtude do ócio, não no sentido da preguiça, mas do tempo livre para a atividade política e filosófica.

Marx inicia o Primeiro Manuscrito afirmando que a economia política parte dos fatos, como dados verdadeiros subjacentes à estrutura econômica e social, mas não faz esforços para explicá-los. A teoria econômica concebe somente o processo material segundo o qual se dá a existência da propriedade privada, a separação entre trabalho, capital e terra, a divisão do trabalho, a competição e a conceituação de valor de troca. Todavia, conforme Marx, o que deveria ser explicado é admitido como ponto de partida para a formulação das leis econômicas, sem que haja a preocupação em compreender como essas leis se originam da propriedade privada e da base da distinção entre trabalho, capital e terra. Desse modo, há um círculo vicioso na economia política, uma vez que afirma o que deveria deduzir, analogamente à teologia, quando explica a origem do mal na queda do homem: assegura como fato histórico aquilo que deveria elucidar.

Herbert Marcuse

Filósofo, teórico político e sociólogo alemão naturalizado americano, Herbert Marcuse (1898- 1979), integrou na juventude, o Partido Social-Democrata Alemão, formou-se em filosofia e, no final da década de 1920, foi para Freiburg estudar com Martin Heidegger, com quem sempre manteve um vínculo de admiração e crítica. De família judia, Marcuse deixou a Alemanha em 1933, época em que foi admitido no Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, naquele momento já baseado em Genebra. Com Adorno e Horkheimer, Marcuse vai para os EUA em 1934, onde construiu uma sólida carreira intelectual e universitária: Herbert Marcuse lecionou nas universidades de Columbia, Harvard, Brandeis e California. Durante a Segunda Guerra Mundial, desempenhou papel de analista de relatórios para o serviço de espionagem do governo americano. Com o final do conflito, decidiu permanecer nos EUA e escreveu livros como Eros e Civilização (1955) e O Homem Unidimensional (1964).

Herbert Marcuse, em seu ensaio Sobre os Fundamentos Filosóficos do Conceito de Trabalho Alienado na Ciência Econômica, considera que a teoria econômica prescinde de uma definição de trabalho enquanto tal. Nesse campo de conhecimento, trabalho é entendido apenas como atividade econômica e, por conseguinte, como essencialmente contraposto a atividades artísticas, políticas e a todas as que não estejam diretamente ligadas às

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