Os Problemas Epistemológicos – Ockham
Por: Carlos André • 9/6/2017 • Trabalho acadêmico • 615 Palavras (3 Páginas) • 340 Visualizações
Problemas Epistemológicos – Ockham
Um conhecimento é válido se é imediatamente nítido ou se reduz a uma evidência imediata. Ockham distingue um conhecimento certo e evidente de ciência ou sabedoria, admitindo que a evidência é um atributo do conhecimento bem diferente da ciência, ou da intelecção, ou da sabedoria.
Guilherme de Ockham, em Problemas Epistemológicos, traz à luz alguns conceitos importante de sua epistemologia e imediatamente expõe que, sob o mesmo objeto e sob o mesmo aspecto, pode-se ter dois conhecimentos incomplexos distintos, isto é, há duas formas na ordem de conhecer: o intuitivo e o abstrativo a respeito.
Por conhecimento abstrativo não se entende aqui, necessariamente, o conhecimento de conceitos universais, mas sim o conhecimento abstrativo pode consistir um saber vulgar sobre um objeto qualquer. Ele se diferencia do outro conhecimento, somente porque se separa da existência ou da presença do objeto referido. Basta observarmos que um conhecimento abstrativo nunca nos poderá assegurar da existência de um fato contingente, já que não há base para assegurarmos certezas a respeito dele.
Ademais, tratando-se de um conhecimento meramente abstrativo, ainda que este se estabeleça relações e/ou associações de ideias, o conhecimento abstrativo não nos garante de modo algum que as coisas reais se conformem à ordem das ideias abstratas. Portanto, se quisermos realmente saber se o objeto ou as relações entre as ideias que pensamos são tais como na realidade, é necessário a posse de uma outra forma de conhecimento, a saber, de um conhecimento intuitivo, que nos coloque de posse de uma evidência imediata. Só o conhecimento intuitivo, que corresponde a uma intuição sensível, esclarece-nos acerca da existência do objeto. Só ele está em condições de colocar-nos a par de um fato propriamente dito. A respeito do conhecimento abstrativo ele indicaria para nós os universais, enquanto o intuitivo nos indicaria o primeiro passo de construção do conhecimento, o conhecimento dos singulares.
Em “Um universal é um objeto pensando” o que procura indicar Ockham é que o universal é uma qualidade da alma. O conhecimento abstrativo não é outra coisa senão o conhecimento de algum universal que se abstrai de muitas coisas. E se o universal é uma verdadeira qualidade existente subjetivamente na alma, como se pode sustentar com probabilidade, deve-se admitir que tal universal pode ser visto intuitivamente e que um mesmo conhecimento é intuitivo e abstrativo.Desse modo, não os distinguem oposição. Em um segundo sentido, existe um tipo de conhecimento abstrativo, aquele que prescinde da existência e da não existência e das outras condições que de modo contingente acontecem à coisa ou se predicam a respeito da coisa. Não se verifica que com o conhecimento intuitivo seja apreendido alguma coisa que não é conhecida com o conhecimento abstrativo, mas a mesma coisa é apreendida totalmente e sob a mesma razão por ambos os conhecimentos.
O ser se divide no ser na alma e no ser fora da alma, e este se divide em dez predicamentos. O universal seria um ser na alma em que habita, sendo, portanto, objetivo, pois caso fosse subjetivo, deveria dividir nos predicamentos, mas isso não acontece com as qualidades que concebemos. Da mesma forma ocorre com a ficção ou imaginação do que fazemos na mente: se admitirmos que essas coisas ficcionais subjetivas, seriam reais e neste mundo. Ockham ainda ressalta que as proposições lógicas não devem ser aceitar como ser subjetivo. Para Ockham, o ser é apenas um conceito e não algo com uma existência real, desse modo um ser objetivo. Além mais, não seria concebível um ser com uma existência subjetiva sendo apto para elucidar a natureza comum dos singulares. O universal não tem existência própria, mas é apenas um criação da alma intelectual humana para tentar esclarecer os singulares.
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