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Plano de Aula: A ética de Nietzsche no filme “A Onda”.

Por:   •  30/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.352 Palavras (10 Páginas)  •  632 Visualizações

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a) Tema da aula

A ética de Nietzsche no filme “A Onda”.

b) Série escolhida

Terceiro ano do ensino médio.

c) Conteúdo

Exibição na íntegra do filme alemão de 2008 “A Onda” do diretor Dennis Gansel, apresentação de alguns excertos de um texto inspirado no pensamento do filósofo prussiano Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) e debate em sala de aula.

d) Objetivos

- Como primeiro objetivo a aprendizagem que é de fundamental importância para os alunos do ensino médio que precisarão de alguns conceitos para enfrentar as provas dos vestibulares;

- O segundo objetivo é a prática da reflexão crítica a partir das ações e reações dos personagens do filme com relação às situações vividas perante a temática apresentada como, por exemplo, a perda de autonomia; e

- O terceiro objetivo é o questionamento que o aluno deverá aprender a fazer diante da sua realidade diária, na sua vida e nas suas relações, matéria essencialmente filosófica.

e) Justificativa

Com intenção de mobilizar os alunos para o aprendizado, a reflexão crítica e aos questionamentos pertinentes à realidade em comparação com algumas situações do filme “A Onda” que nos apresenta uma trama que os personagens, a partir de um fato real, fazem uma experiência com um regime autoritário e que precisam negociar com valores morais e éticos para obtenção dos seus objetivos, poderão dar conteúdo para incentivar o debate de ideias, bem como, os pensamentos do filósofo trabalhado iluminarão alguns conceitos do filme que possam ter sido ignorados pelos alunos.

f) Descrição do processo didático e metodológico na condução da aula

Considerando que o terceiro ano do ensino médio de Brasília costuma ter dois tempos semanais da disciplina Filosofia em algumas instituições particulares, o filme será exibido na íntegra nesses tempos que serão de aulas geminadas. No caso de apenas uma aula semanal, o professor deve solicitar um tempo a mais na coordenação ou para algum colega e assim realizar a exibição de forma que não precise pausar. Na semana seguinte, serão apresentados excertos de um texto relacionando o pensamento de Nietzsche quanto à ética, moral de rebanho, moral dos costumes, obediência das regras, desenvolvimento da culpa, legitimidade e equidade e da crueldade do ser humano e o professor fará pequenos apontamentos e levantará as questões para reflexão dos debates. Os alunos do terceiro ano do ensino médio iniciam o segundo semestre estudando a transvaloração dos valores, vontade de potência, genealogia da moral, niilismo, eterno retorno, moral apolínea e dionisíaca, entre outros assuntos relacionados ao pensamento nietzschiano. Estas aulas são como um projeto para a finalização do pensamento deste filósofo. Desta forma, os alunos serão divididos em grupos de quatro ou cinco e em sala de aula farão a discussão entre seus grupos para na próxima aula trazerem suas conclusões para o debate, as questões serão as mesmas para todos os grupos.

Quanto ao intrigante “A Onda” lançado exclusivamente para a televisão o filme tem sua história voltada para trabalhar questões contemporâneas sobre Educação, Filosofia e Política e, ainda, segundo o site Filosofia e o Cinema (2016) podemos dizer:

Foi baseado em um incidente real ocorrido em uma escola secundária norte-americana em 1967, em Palo Alto, Califórnia. Antes de virar filme, foi romanceado em livro. O filme norte-americano tem início com o professor de história Burt Ross explicando aos seus alunos a atmosfera da Alemanha, em 1930, a ascensão e o genocídio praticado pelos nazistas. Os questionamentos dos alunos levam o professor a realizar uma arriscada experiência pedagógica que consiste em reproduzir na sala de aula alguns clichês do nazismo: usariam o slogan “Poder, Disciplina e Superioridade” e um símbolo gráfico para representar “A onda”. O professor Ross se declara o líder do movimento “A onda”, exorta a disciplina e faz valer o poder superior do grupo sobre os indivíduos. O professor queria provar que elementos nazistas ainda podiam aparecer e causar estragos, mesmo depois de tudo o que ocorreu. Os estudantes o obedecem cegamente. A tímida recusa de um aluno o obriga a conviver com ameaças e exclusão do grupo. A escola inteira é envolvida no fanatismo da “A onda”, até que um casal de alunos mais consciente alerta ao professor ter perdido o controle da experiência pedagógica que passou ao domínio da realidade cotidiana da comunidade escolar. (Filosofia e Cinema, 2016)

A liberdade versus dominação é o tema central do filme, pois, para os personagens a busca pela liberdade levou a dominação e suas próprias ideologias e crenças acabaram os dominando sem perceberem. Semelhante situação os alunos viveram com relação à aceitação da experiência autoritária que se transforma numa experiência de esvaziamento.

Esse esvaziamento significa abrir mão da autonomia pela qual o indivíduo reconhece os seus valores e se vale dos mesmos para lidar com o mundo e, de tal modo, poder concordar e discordar das situações postas na vivência da realidade. (Canal do Educador)

Seguem-se abaixo excertos do texto da Professora de Filosofia Maudemarie Clark (2017) baseados no pensamento de Friedrich Nietzsche que serão utilizados para argumentar algumas situações do filme:

Não obstante, é importante reconhecer que não é a nossa moral em sua totalidade - nossa noção de certo e errado - que Nietzsche toma como sendo produto da moral escrava, mas apenas nossas ideias de bondade e virtude. ... argumenta-se, no campo etimológico, que “bom” originalmente era equivalente a “nobre” no sentido meramente político. Esse uso era feito por antigos grupos para designar a si mesmos como membros da classe política superior, em oposição aos plebeus e aos escravos. Nesse momento, não se tratava ainda de um termo ético, muito menos de um termo especificamente moral. Ele se torna um termo ético ao se transformar na noção de nobreza (superioridade) da alma, de modo que o termo que lhe serve de contraste passa a ser o equivalente a “ruim” em nossa acepção, e não meramente “comum”. Isso ocorre por conta da autoafirmação da nobreza, que se expressa através das palavras que eles utilizam para descreverem a si mesmos. Felizes com sua própria existência, era natural que eles experimentassem suas próprias

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