Portfólio Pedagogia
Exames: Portfólio Pedagogia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: anapaula3333 • 27/10/2014 • 2.170 Palavras (9 Páginas) • 339 Visualizações
INTRODUÇÃO
O presente texto vem nos revelar a importância da filosofia quanto ato reflexivo nas áreas do conhecimento. Sabemos que desde a antiguidade os primeiros filósofos refletiam sobre variados temas e assim foram surgindo as ciências, que hoje dependem da filosofia para continuar gerando problemáticas e reflexões.
Temos como objetivo promover um entendimento de como a filosofia permeia a prática docente. Buscamos em Sócrates e Platão fundamentos que contribuem para despertar no homem um olhar mais profundo sobre as contradições da realidade e da nossa sociedade.
O texto está organizado em três partes. Na primeira parte focaremos acerca da filosofia e o conhecimento no que tange à reflexão primeira da arte de filosofar e os tipos de conhecimento inerentes ao homem. Na segunda parte abordaremos breves reflexões sobre filosofia e comunicação. Nesta, tomaremos como foco os filósofos contemporâneos Gilles Deleuze e Jürgen Habermas e suas reflexões no que tange à comunicação e as novas tecnologias que
cercam o homem na atualidade. Na terceira e última parte explicitaremos de forma prática a participação da filosofia como base estrutural no ensino de língua estrangeira e no trato com as novas tecnologias de informação e comunicação.
O texto será tratado metodologicamente através de pesquisas bibliográficas e pela internet. Dentre os autores presentes no desenvolvimento do texto apresentamos: CHAUÍ, DELEUZE, HABERMAS, IAROZINSKI, MÜHL e NACCARATO.
1. FILOSOFIA E CONHECIMENTO
Entendemos que a Filosofia é base de todos ou quase todos os ramos do conhecimento. Esses conhecimentos induziram ao homem a apropriar-se da realidade e, ao mesmo tempo a penetrar-se nela. Essa posse nos atribui a grande vantagem de nos tornar mais capazes para a ação consciente.
Dessa forma o homem, antes de pensar a realidade, era provido do conhecimento através da sua interação com a natureza, devido a sua necessidade de sobreviver. Assim que começou a transformá-la, logo, percebeu a importância de ampliar e desenvolver suas próprias necessidades.
É notório observar o quão complexo é a realidade em relação ao homem, pois ele teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento para adequar-se. Tais conhecimentos estão divididos em categorias: o empírico, o científico, o filosófico e o teológico. Aqui, entretanto, vamos nos concentrar no que os filósofos gregos pensavam acerca do conhecimento.
Sócrates, em sua máxima - Conhece-te a ti mesmo, propôs a refletir que o homem, antes de
conhecer a natureza e a persuadir os outros, primeiro e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo. (CHAUÍ, 2000)1. Isso nos cabe a refletir que sem nos conhecermos não podemos nos construir e, quando nos conhecemos saímos do “palco das ilusões” para entrarmos na vida real.
Platão, como Sócrates, parte do conhecimento empírico, sensível, da opinião do vulgo e dos sofistas, para chegar ao conhecimento intelectual, conceitual, universal e imutável. A gnoseologia platônica, porém, tem o caráter científico, filosófico, que faltam à gnoseologia socrática, ainda que as conclusões sejam mais ou menos idênticas. O conhecimento sensível deve ser superado por um outro conhecimento, o conhecimento conceitual2[...]. Igualmente, Platão dividiu o conhecimento humano em duas formas de distintas: o conhecimento sensível, particular, mutável e relativo e o conhecimento intelectual, universal, imutável, absoluto, que ilumina o primeiro conhecimento, mas não deriva dele.
Importa salientar que para Platão o conhecimento sensível (crença e opinião) é apenas uma ilusão da realidade, como se fosse uma visão dos homens da caverna do texto “Alegoria da Caverna” e o conhecimento intelectual (raciocínio e indução) alcança a essência das coisas, as idéias. O mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida reprodução do mundo das Idéias.
Finalizando essa primeira etapa Chauí3 (2000) explana que:
“A Filosofia, cada vez mais, ocupa-se com as condições e os princípios do conhecimento que pretenda ser racional
e verdadeiro; com a origem, a forma e o conteúdo dos valores éticos, políticos, artísticos e culturais; com a compreensão das causas e das formas da ilusão e do preconceito no plano individual e coletivo; com as transformações históricas dos conceitos, das idéias e dos valores”.
Interpretando essa reflexão, Chauí atribui a Filosofia o estudo, a reflexão e interpretação de diversas questões buscando fundamento para o conhecimento sendo ele tido como racional epistemológico ou subjetivo. Enquanto o conhecimento científico tem como base a fundamentação teórica e crítica, a Filosofia apresenta o método.
No próximo tópico focaremos uma breve exposição sobre alguns filósofos contemporâneos e como a filosofia da educação permeia na prática docente de cada um deles.
2. A FILOSOFIA E COMUNICAÇÃO
2.1 Na ótica de Gilles Deleuze
“O que faz parte do papel do professor é o que eu disse sobre o ensaio anterior e a inspiração. Esse é o papel do professor.”
(Abecedário Deleuze4)
Gilles Deleuze, considerado um dos filósofos mais admirável do século XX, nasceu na França em 1925. Desenvolveu um abecedário em que defende a postura de que o papel existencial do professor promoverá uma reflexão desse papel e da leitura do ser professor atuante.
No texto Abecedário de Gilles Deleuze encontramos a afirmação de que o bom professor/pensador é aquele que elabora, cria novos conceitos filosóficos ou não. O próprio Deleuze cria um conceito novo que o intitula de
“inspiração” na educação.
O professor precisa de tempo de inspiração para fazer suas aulas, pois toda semana as aulas mudam, as pessoas mudam, e, tudo está em movimento. Todavia, inspirar-se não é ficar sentado e esperando como fazem os poetas e compositores. Logo inspirar-se é preparar-se. Esse será o maior papel do professor.
Enfim pudemos constatar em poucas palavras a proposta de Deleuze: o traçar planos, problematizar e criar conceitos. Assim como queremos que seja a filosofia: múltipla, aberta e diversa. E não somente como ato histórico, mimetizada naquilo que outros pensaram.
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