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Principais pensamentos de Nicolau Maquiavel, voltados para a engenharia

Por:   •  3/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.099 Palavras (5 Páginas)  •  545 Visualizações

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2 FILÓSOFOS

2.10 NICCOLÒ MACHIAVELLI, OU MAQUIAVEL

2.10.1 Biografia

Alguns escritores o identificam como apenas um historiador; outros dizem que, além de historiador, foi um importante filósofo político. A verdade é que Niccoló Machiavelli - entre nós Nicolau Maquiavel, nascido em Florença, Itália, em 03 de maio de 1469, e falecido em 20 de junho de 1527, dedicou grande parte de sua vida ao desenvolvimento e entendimento das maneiras de governar e manipular o poder. Pode-se dizer, ainda, que Maquiavel desenvolveu a ciência política (a arte de governar), tendo como principal engrenagem o poder centralizado para a criação e a defesa de um Estado forte. Trabalhou, também, na qualidade de funcionário público, como encarregado da embaixada de Florença, em França, na Prússia e em Roma, onde observa a natureza da vida política como subcampo de actividade humana com características próprias. A sua obra escrita mais imponente foi O Príncipe, escrita entre 1513-1514. O seu pensamento político é influenciado pela época do Renascimento em que viveu, neste período havia uma descrença e atenuação do espírito religioso e, afirmação, do humanismo, antropocentrismo e do pensamento profano, “tudo o que é humano passara a ser mais importante”.

2.10.2 Principais pensamentos e ideias

Segundo Nicholas Faern (2004, p. 65) Niccolò Machiavelli, ou Maquiavel, declarou que, para o soberano “mais vale ser temido que amado, é mais prudente ser cruel que compassivo”. Por causa de conselhos desse tipo, “maquiavelismo” tem sido, há séculos, um epíteto para vilania, quando mais propriamente, implica realismo. 

Os pensamentos que fizeram a má fama de Maquiavel foram elucidados em O Príncipe, escrito em 1513 para Lorenzo Medici, soberano de Florença. O livro não é moral nem imoral: é amoral. Não é nem um discurso de justificação do poder do Estado, nem um tratado sobre os objetivos morais que um soberano deveria perseguir. Ao contrário, é um guia neutro para se alcançar e manter o poder político. Suas estratégias tomam os homens como são, não como deveriam ser. (NICHOLAS FAERN. 2004, p. 65).

Para conservar o poder, o príncipe se faz uso da virtù, da fortuna e da força (violência). O poder que nasce da própria natureza humana encontra sua base na força, mas, o importante é a sabedoria no uso da força; ao governante para se manter no poder não basta ser simplesmente o mais forte; ele deve possuir virtù para manter o domínio adquirido. Para ele, a virtù, é a “qualidade do homem que o capacita a realizar grandes obras e feitos”, o “poder humano de efetuar mudanças e controlar eventos”, o “pré-requisito da liderança”, é a motivação interior, a força, a vontade que induz os homens, individualmente ou em grupo, a enfrentar a fortuna, a deusa que forma o contrapeso da virtú. A fortuna é o acaso, o curso da história, o destino cego, o fatalismo, a necessidade natural.

Segundo Aranha; Martins (2003, p. 234) “A leitura apressada de sua obra levou à criação do mito do maquiavelismo, que tem atravessado os séculos.”

Na linguagem comum, chamamos de maquiavélica:

A pessoa sem escrúpulos, traiçoeira, astuciosa que, para atingir seus fins, usa de mentira e de má-fé, e nos engana com tanta sutileza, que pensamos estar agindo livremente quando na verdade somos por ela manipulados. [..] costuma-se vulgarmente atribuir a Maquiavel a famosa máxima (que ele nunca escreveu): “os fins justificam os meios”. (ARANHA; MARTINS. 2003, p. 234).

O pensamento de Maquiavel é novidade, renovador e causa maior escândalo e rejeição porque envolve as relações entre ética e política. Para Maquiavel as coisas da política não eram da esfera da Igreja, que devia limitar-se aos assuntos da República dos Céus, mas sim, do príncipe. O Príncipe é quem deveria assumir o controle do Estado. Ele deve reunir, para tal, uma série de condições, tal como concentrar em si a astúcia da raposa e a coragem do leão, diz Maquiavel em O Príncipe. Inclusive ser dissimulado e perjuro se a segurança do Estado assim o exigir. E deve eliminar, sem contemplação ou hesitação, tudo aquilo que possa ameaçá-lo, preferindo ser temido a ser amado, pois ele sempre tem em conta a volubilidade humana.

Portanto, fica claro que o Estado que Maquiavel defende, não tem ligação com a Igreja; é independente. Para sua prosperidade é válido que o príncipe use meios até agressivos contra o povo. O príncipe deve ser astucioso e não provocar a ira no povo, agindo sempre com virtú, contando com a ajuda do povo, para, assim, conseguir a estabilidade do Estado. A obrigação maior dele é vencer e manter o Estado, não importando os meios utilizados para tanto. Se ele tiver sucesso nisso, sempre será louvado e honrado por todos, porque o que importa é a aparência e o resultado final da sua política, e não os pecados em que incorreu ou os métodos de que ele se socorreu para mantê-los.

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