Quais foram os benefícios e malefícios causados pelo progresso da tecnociência para nossa sociedade?

a) Quais foram os benefícios e malefícios causados pelo progresso da tecnociência para nossa sociedade?

Não há o que questionar sobre os benefícios do desenvolvimento da tecnociência, porém diante de tamanho avanço, trouxe também seus malefícios. Uma dualidade que a nossa sociedade está enfrentando, o que trouxe várias transformações de caráter político, econômico, social e filosófico (Silveira e Bazzo). Tem-se de um lado, criado e distribuído melhor os recursos e uma melhoria da qualidade de vida. Do outro, criando problemas e distribuindo riscos e danos à sociedade, e, em especial ao indivíduo.

Nota-se que o conhecimento dos avanços tecnológicos direcionam para a área da saúde e para a área da indústria; ora se mesclam utilizando-se do mesmo conhecimento para as suas aplicações, ora se modernizam para aplicações distintas. A robótica, por exemplo, foi idealizada para a área de produção industrial, mas também pode-se ver seu desenvolvimento para ajudar à pacientes com traumas de seus membros, por exemplo. Ou mesmo sendo utilizada para aperfeiçoar games, cada vez mais realistas; está para a área de entretenimento. O estudo da genética começou com o desenvolvimento de experimentos em plantas para se obter linhagem de gerações sucessivas melhoradas. Aprimorando para as descobertas dos recursos dos genes nos seres humanos. Lá atrás, na revolução industrial se projetou a substituição de ferramentas utilizadas pelos indivíduos por máquinas, da energia humana pela energia motriz.

Mas a questão levantada por Bacon e, que percebe-se que reina hoje é o poder. Quem detém o poder do conhecimento, deveria gerar benefícios para a coletividade, e, não, apenas, para a obtenção de lucro particular.

A tecnociência levou a inovações em diversas áreas de conhecimento, mas não previu o agravamento dessa exploração desenfreada de recursos, sejam econômicos, sociais, políticos ou mesmo, de recursos naturais.

Atualmente estamos com uma crise hídrica, seríssima. E, isto já foi relatado a mais de 10 anos atrás, por técnicos, quando tivemos também problemas de abastecimento. Na ocasião informaram que o país estava caminhando para ter problemas em suas represas nos próximos anos, devido a poluição da camada de ozônio que estava aquecendo a terra, e, consequentemente, haveria um distúrbio na natureza, quanto ao seu clima (estiagem).

O que a ciência tecnológica avançou para enfrentar esta crise? O que houve, foi a continuidade da má administração dos recursos naturais. Tanto que estamos diante de uma nova crise. A ação do homem degradando o seu ambiente. Neste aspecto, não houve qualquer avanço do saber para prevenir este impacto ambiental. O que se teve foi ajustes isolados para a contenção, monitoramento e controle de consumo; captação e armazenamento de água quando de período de chuvas; racionamento quanto período de estiagem; e, uso de sensores que regulam a distribuição de água. Todos relacionados a gestão de recursos naturais e, não a aplicação direta da ciência tecnológica.

Tivemos a Eco 1992, que gerou a Agenda 21, depois de 29 anos. Agora temos a Agenda 2030, com propostas de planejamento para um desenvolvimento sustentável. Ressalto a ODS 9 e a ODS 12, que estão, diretamente, ligadas à avanços tecnológicos responsável e sustentável. Mas, como isso vai ser planejado e efetivado, deslocando o poder do saber do “lucro” para a “coletividade”? O fator “humanidade” não evoluiu.

Em minha monografia para o curso de ciências econômicas em 1999 da UFRPE, tratei de um assunto relacionado. Quando falei sobre a escassez dos recursos naturais na economia. Lembro-me na época de relatar casos, em que as empresas assumiam os riscos da sua atividade econômica, ou seja, do impacto ambiental causado, pois as multas eram irrisórias, diante do “lucro” que se alcançava com a produção de seus produtos, jogando seus resíduos em rios, poluindo nascentes, que acabavam destruindo os próprios recursos naturais que as empresas utilizavam para a sua produção. Arruinando com a economia da região, causando problemas econômicos, e, também repercutindo na saúde da população. Assim, a aplicação do saber da tecnociência não tinha compromisso com a ética.

A ação da tecnologia avançava em ternos de produção e lucro para as grandes empresas, mas regride em termos sociais, ambientais e econômicos da coletividade, agravando desigualdades. (Silveira e Bazzo)

Em recente discurssão, em Junho/2021, na Semana do Meio Ambiente: Restauração dos Ecossistemas da IFPE, foi abordado em live, o sistema de logística reversa para o setor farmacêutico. O retorno de medicamentos vencidos ou em desuso para não poluir o meio ambiente, e, consequentemente, não causando danos ao espaço geográfico e a saúde da sociedade. Não é uma grande revolução, mas já é um pontapé para atenuar os danos causados pela tecnociência de algumas áreas, a indústria farmacêutica, por exemplo.

Listei de forma educativa e ilustrativa os benefícios e malefícios, causados na prática