Recreação e lazer

FALSO LAZER.

Nos tempos romanos o pretor ou cônsul oferece ao público dias de festas com grandes banquetes, representações teatrais no circo, batalha até a morte no coliseu, divertimento e alegria, tudo para desviar a atenção dos plebeus para manter a paz, a ordem e o bom rendimento do trabalho árduo.

Tempos depois a população passou de rural para urbana, com isso, o dinheiro passou a valer mais do que as terras, o Pão ficou mais caro e o Circo dava lugar a produção em massa. Estabeleceram se regras reduzindo assim as horas de descanso, garantindo apenas o repouso obrigatório. Tendo também feriados, nos quais havia festas para desviar a atenção da manipulação política.

Na atualidade estamos de frente com cidadãos que estão com um grande déficit no setor do lazer. Não o falso lazer imposto pelo sistema, no qual desviam nossa atenção através da mídia televisiva para nos manter desligados da atual situação política, econômica, social do Brasil e do mundo, e sim de um lazer na qual podemos ter nosso direito de satisfação, descanso, divertimento, desenvolvimento da personalidade e do intelecto. Estamos em uma realidade em que temas que levam as pessoas a questionarem são abafados, somos influenciados a não questionar as autoridades, a consumir e a reproduzir com intuito de gerar mais capital.

Temos que criar o habito de pensar e questionar. Não deixar que contaminem nossas crenças, sair do comodismo para a política Pão e Circo perder seu efeito manipulador.

EDUCAÇÃO PARA O LAZER

As atividades que acontecem no tempo de não trabalho, não são separadas dos processos de socialização, educação e cultura sejam elas: jogos, danças, esportes e a outras práticas sociais ou não. Por meio delas e ao participarem dos processos de socialização, as pessoas sempre se educam. Algo que não esta ligada apenas a educação formal, determinado por instituições de ensino e sim criado, que atribui, mesmo que inconscientemente, aprendizado juntamente com lazer e cultura. Como é o caso da cultura hip-hop, ao dedicar o tempo livre as danças de rua na busca pelo divertimento encontraram a cultura hip-hop. Baseado nos princípios ideológicos colocados pelos elementos da cultura hip-hop e simbolizados pela atitude, em que pese à situação de pobreza em que estavam inseridos e o preconceito de que muitos foram vítimas, passaram a ter o objetivo de construir uma vida digna para si. Ao formarem o grupo, iniciaram um processo de socialização que acabou por substituir aquele que deveria ser vivenciado na escola e/ou no trabalho. Assim, naquele contexto particular, a cultura hip-hop vivenciada no lazer cumpriu a tarefa de atingir a consciência dos jovens. (Ciça Reckziegel).

Outro exemplo são as brincadeiras em horário de recreio nas escolas, onde Pedro é praticante de balé no bairro na parte da tarde, na escola joga futebol. Como ele é um menino “que faz as coisas que um menino deveria fazer” (o que se espera de um menino), ninguém implica com ele, apesar de saberem que ele faz balé. Já João, por ser um menino que brinca com as meninas, é chamado de “bicha” pelos seus colegas; ele não joga futebol nem se envolve em “lutinhas”, atividades classificadas como coisas de menino; chamá-lo

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