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Relação da política do Brasil com o livro O Principe, de Maquiavel

Por:   •  19/9/2016  •  Dissertação  •  2.350 Palavras (10 Páginas)  •  1.737 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALAGOAS

PROFESSOR: DEYVSON RODRIGUES

FILOSOFIA

Palmeira dos Índios – AL, 2016

ALUNA: EWELLEN LÍVIA BARBOSA FARIAS

TURMA: 213 - A

O LIVRO “O PRÍNCIPE” E A POLÍTICA DO BRASIL

Palmeira dos Índios – AL, 201

        No ano de 1513, nasce uma das maiores obras da politica, o livro “O Príncipe”. Escrito por Nicolau Maquiavel, um grande gênio da ciência política, essa obra nos mostra quais as principais medidas que um príncipe deve tomar para governar o seu Estado, aconselhando a como manter seu governo da forma mais eficiente possível. Nele, Nicolau descreve as maneiras de se conduzir nos negócios públicos, e principalmente, como conquistar e manter seu principado O livro foi escrito como um método de governo para Lorenzo de Médicis, para explicação da sua tirania do governo. Trata-se de um dos tratados políticos mais fundamentais, elaborado pelo pensamento humano. Apesar de tantos anos depois de escrito, este é um livro que ainda está bastante presente nos dias atuais, inclusive na política brasileira nos últimos tempos. Sabe-se que a democracia é recente no Brasil, porém, todos esses príncipes que administram o Brasil utilizaram muitos dos decretos de Maquiavel, resultando em pontos positivos e negativos para o país.

        Em 1930, inicia-se no Brasil a “Era Vargas”, que foi governada por Getúlio Vargas, o qual para a geração antiga é visto como um dos melhores governantes do país. Analisando a política do presidente, observar-se que ele utilizava muitos dos conceitos de Maquiavel presentes em seu livro. Começando no inicio de seu governo, quando Vargas nomeou interventores de cada estado para que o ajudasse a organizar seu poder, fazendo semelhança com uma frase de Maquiavel, que dizia que “todos os principados que deixaram memória de si foram governados por um príncipe e seus súditos, os quais, por graça e concessão sua, o ajudam a governar o reino como delegados”, sendo que essa medida faria com que o ato de governar se tornasse mais fácil. Maquiavel dizia que “os príncipes sábios agradam o povo e não aborrecem os grandes”, e pode-se observar isso tanto na quebra da bolsa de valores em 1929, quando a indústria do café foi revitalizada, o que satisfez a elite cafeicultora, quanto pelo fato de Vargas ajudar a classe trabalhadora com os vários direitos e medidas que foram conquistados em seu governo, por isso o conhecemos como “Pai dos pobres e Mãe dos ricos”.

        Passam-se alguns anos e o cenário político brasileiro vivem várias alterações, resultadas da ditadura militar e da inflação deixada pelos próprios militares. Até que, após um tempo, o Brasil recebe em seu cenário político, duas pessoas que tiveram um histórico bastante polêmico na história da política e em seus governos conturbados: Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso. Ambos utilizaram os conceitos maquiavélicos, inclusive FHC tinha o livro na cabeceira de sua cama. Um dos preceitos de Maquiavel estão relacionados a “fortuna” e a “virtú”. E o que seria isso para Nicolau? Ele afirmava que a fortuna seriam as circunstâncias em que o governante se encontra para exercer sua função e a virtú seria a capacidade do governante de controlar essa fortuna. Os dois ex-presidentes souberam fazer bom uso da fortuna, porém a verdadeira virtude os faltou. Maquiavel dizia que há uma incompatibilidade no que diz respeito do poder possuído pelo presidente, pois acima dele está a constituição, que foi o que não ocorreu no governo Collor, pois ele achava que podia está acima dela, sendo que para ele o termo democracia estava mais associado à autocracia, que é quando o governo é baseado nas convicções de uma única pessoa, que nesse caso, era ele próprio. Ele também dizia que “a um príncipe é necessário ter o povo ao seu lado”, e com essa frase pode-se fazer a comparação com os Caras Pintadas, que foi um grupo de movimento estudantil que estavam insatisfeitos com o governo de Fernando, sendo assim eles se uniram para “derrubar” o então presidente. Devido a sua má conduta como presidente, ele não conseguiu ter o povo ao seu lado, não apenas esses estudantes, mas várias outras pessoas insatisfeitas com seu governo, até que em 1992, o presidente sofre o Impeachment e é retirado do seu cargo, e aqui pode-se concluir, que “os fins justificam os meios”, como disse Maquiavel.

Os governos dos ex-presidentes foram marcados por um novo modelo de política capitalista, o chamado neoliberalismo. O objetivo desse modelo é eliminar a participação do estado na economia e fazer com que o mercado tenha a maior participação na mesma, além da privatização das empresas estatais. Collor foi o primeiro a implantar minimamente esse modelo e FHC o implantou com mais força, visto que o principal motivo disso era acabar com a inflação. Uma das frases citadas de Maquiavel, diz que “as injúrias devem ser cometidas de uma vez só, de modo que, por sua brevidade, ofendam menos ao paladar, ao passo que os benefícios devem ser feitos aos poucos, para que sejam mais bem saboreados”. Assim, os estrangeiros começaram a concorrer livremente no mercado nacional, e vários gastos, como de telefone, energia, e outros serviços, começaram a ter um menor peso nos gastos da população. Houve também benefícios para a mesma com bolsa-escola, bolsa-alimentação, distribuição gratuita de remédio, entre outros, e é aqui que está presente mais um dos fundamentos de Maquiavel, onde “um príncipe precisa ter o povo a seu lado, do contrário não terá apoio nas adversidades”. Após a reeleição de FHC, o país enfrenta novos problemas, pois acaba havendo uma crise energética, onde a população presenciou uma ameaça de apagão elétrico. Isso mostrou a ineficiência das privatizações, que ao invés de reduzir os custos, resultou em uma dívida de R$54,2 bilhões e na desvalorização da moeda, gerando problemas nas escolas públicas e federais, na saúde, na energia, entre outros E assim Maquiavel diz: “Mas aquele que, com o apoio dos poderosos, se torne príncipe contra o povo deve antes de tudo tentar obter a simpatia popular - o que será fácil, bastando para isso protegê-lo”, pois apesar do fracasso do governo de FHC e do povo ter sido bastante desfavorecido, o então presidente se mostrou um príncipe de qualidade, pois além de ter alcançado grande sucesso ao se manter no poder, ainda hoje é homenageado e venerado como um verdadeiro governador.

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