Resenha "Humanismo Cívico Hoje", Bignotto
Por: Beatriz Miranda • 7/3/2017 • Resenha • 581 Palavras (3 Páginas) • 717 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Beatriz Castro Miranda
HUMANISMO CÍVICO HOJE
.
Mariana
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Beatriz Castro Miranda (matrícula 16.2.3029)
HUMANISMO CÍVICO HOJE
Resenha apresentada à disciplina de Filosofia
ministrada pela Professora Rachel Costa
Mariana
2017
HUMANISMO CÍVICO HOJE
BIGNOTTO, Newton.
O texto a ser resenhado trata sobre a recuperação dos conceitos elaborados por humanistas cívicos no Renascimento para o contexto atual, principalmente nas repúblicas americanas. Bignoto utiliza diversos autores que têm estudos sobre o humanismo cívico, como Burckhardt e Baron, que nos séculos XIX e XX resgataram as ideias políticas do humanismo.
O humanismo foi um movimento que baseou-se nos estudos da Antiguidade, como a filosofia aristotélica, mas que desenvolveu teorias próprias. Diferentemente de outras ideias políticas da época, os humanista colocaram o agir humano como a base para as transformações sociais e para a criação de instituições, de leis e das constituições. Bignotto considera como o aspecto mais importante do estudo do humanismo justamente o retorno da questão das origens das cidades, pois o olhar acerca do homem mudou no periodo humanista, como dito anteriormente. A partir daí, o homem passa a ser visto como um construtor de identidades.
A influência do pensamento humanista italiano deu-se no Brasil por meio de autores e de suas interpretações acerca do movimento, havendo, assim, não necessariamente uma continuação do pensamento humanista, mas a constatação de diversas ligações do republicanismo italiano com a república brasileira. Sendo assim, a origem do pensamento data do Renascimento, mas suas características mudam a partir do momento em que se analisa as especifidades do cenário político e social brasileiro.
Dessa forma, como discutido por Bignotto, fazer a filosofia política está na volta aos conceitos do passado, mas relacionando-os e refletindo-os com o contexto atual. Sendo assim, podemos notar que os humanistas cívicos foram de extrema importância para o desenvolvimento das repúblicas americanas, mas suas formulações originais não respondem, necessariamente, aos problemas da atualidade.
Outro ponto bastante debatido no texto é a atribuição da história americana e inglesa aos ideários liberais. Nesse caso, autores como Wood tratam da releitura desse passado republicano a partir do humanismo cívico, que seria a fonte na qual os republicanos americanos e ingles teriam se baseado. Essa questão pode ser justificada por meio do uso de certas teorias pelos liberais que, na verdade, situam-se no contexto humanista, como Maquiavel, descendente do pensamento humanista.
Dessa forma, o texto de Bignotto reflete as contribuições e as influências do humanismo cívico e seus debates na atualidade e adequando-as ao contexto das diferentes sociedade que interpretam a teoria e a aplicam de formas diversificadas. O grande ganho da recuperação do pensamento humanista se dá na construção da história por meio das mãos do homem e dos interesses da cidade e não apenas por necessidades econômicas e/ou por interesses particulares.
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