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Resenha "O Príncipe", Maquiavel

Por:   •  7/3/2017  •  Resenha  •  1.080 Palavras (5 Páginas)  •  570 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

Beatriz Castro Miranda

O PRÍNCIPE

.

Mariana

2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

Beatriz Castro Miranda (matrícula 16.2.3029)

O PRÍNCIPE

 Resenha apresentada à disciplina de Filosofia

ministrada pela Professora Rachel Costa

Mariana

2017

O PRÍNCIPE

MAQUIAVEL, Nicolau. “O Príncipe”. Trad: Lívio Xavier. São Paulo: Abril S.A. Cultural, 1973.

Escrito há quase quinhentos anos, “O Príncipe” ainda é lido por milhares de pessoas e isso se dá devido à sua contemporaniedade em relação aos assuntos políticos e à natureza humana. Divido em 26 capítulos, o livro tem uma linguagem direta e de fácil entendimento por parte dos leitores.

Maquiavel foi um filósofo político italiano que viveu em Veneza no século XV. “O Príncipe” é a sua obra mais conhecida e foi ela quem determinou o surgimento do termo maquiavélico, que seria uma pessoa inescrupulosa e de má fé. O termo usado hoje perde um pouco de seu sentido original, mas sua raiz vem a partir da frase: “os fins justificam os meios” que aparece na obra de Maquiavel.

Considerado o pai da ciência política moderna, o filósofo escreveu, originalmente, uma carta destinada a Lorenzo de Medici, o duque de Urbino e é considerada uma obra instrutiva no que diz respeito à forma como um príncipe deve agir e organizar o governo para manter-se no poder e ter controle sobre do estado no qual governa.

Nos primeiros capítulos da obra, Maquiavel trata dos principados: como identificá-los, como diferenciá-los, a sua hereditariedade, a dificuldade de um governante manter-se no poder com os novos principados, além de explicitar formas de se chegar ao poder, seja por meio de fins violentos, seja por meio do consentimento popular.

Um ponto que é muito atual na obra de Maquiavel encontra-se no capítulo IX que trata sobre o governo civil, ou seja, a forma de governo na qual o povo escolhe seu governante. Sendo assim, o autor afirma que ao associar-se ao povo o governante tem mais chances de manter-se no poder do que se sua ascensão tivesse relação com os nobres. Podemos ver um pouco do sentindo de “populismo” nessa passagem.

A partir do capítulo XII, Maquiavel discorre sobre o poderio militar do príncipe e sobre as milícias, sendo essas últimas não confiáveis. Assim, as forças militares realizadas por meio de bons exércitos são de extrema necessidade para que o monarca mantenha-se no poder. Acerca das milícias e de forças auxiliares, Maquiavel considera que elas desqualificam os exércitos e não são confiáveis, como pode-se ver na seguinte passagem:

“Digo, pois, que as armas com as quais um príncipe defende o seu Estado, ou são suas próprias ou são mercenárias, ou auxiliares ou mistas. As mercenárias e as auxiliares são inúteis e perigosas e, se alguém tem o seu Estado apoiado nas tropas mercenárias, jamais estará firme e seguro, porque elas são desunidas, ambiciosas, indisciplinadas, infiéis;” (MAQUIAVEL,p.44)

Passando pelo capítulo XV, é possível ver a dissertação de Maquiavel acerca das atribuições de um príncipe. O autor considera que o governante deve equilibrar suas ações entre o bem e o mal, não sendo liberal demais e nem luxuoso em excesso.

No capítulo XVII surge a icônica frase atribuída a Maquiavel: é melhor ser temido do que ser amado. A conclusão ao ler esse capítulo é de que ser temido é realmente melhor do que ser amado, já que os homens amam a quem querem e devido à sua vontade e o temor é o que vem do governante, sendo o que os mantêm unidos. O autor alerta sobre o uso da piedade em demasia, pois ser cruel na medida certa mantém o povo leal ao seu monarca.

A aparência e a integridade do princípe são tratadas no capítulo XVIII. Maquiavel usa as metáforas do lobo e do leão, sendo o lobo associado às virtudes de dissimulação e astúcia e o leão associado à força. Dessa forma, cabe ao monarca exercitar os dois lados animais de sua personalidade e cabe a ele também o exercício de aparentar ser aquilo que o povo quer que ele seja –atributos morais e éticos-.

Sobre conspirações, Maquiavel trata no capítulo XIX e XX acerca de como o rei deve ser cuidado com a atenção que dá aos nobres e ao povo, sendo o povo o seu verdadeiro alicerce para a manutenção do governo. O povo detém o poder e o príncipe deve preocupar-se em manter sólida essa base de apoio. Mesmo que existam barreiras físicas que impeçam guerras, é o povo que pega em armas e de nada adianta caso o governante seja odiado.

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