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Resenha - O que é positivismo - João Ribeiro Júnior

Por:   •  5/4/2021  •  Resenha  •  565 Palavras (3 Páginas)  •  1.171 Visualizações

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O texto do brasileiro João Ribeiro Júnior é denso e didático, apresentando de forma sagaz o que é o Positivismo, corrente de pensamento introduzida pelo filósofo Augusto Comte no início do século XIX, e delineia o papel desta corrente de pensamento na superação dos ideias do liberalismo para uma efetivação do progresso e também no desenvolvimento do Brasil, assistido na primeira metade do século XX.

O pensamento positivista tem como base uma reconciliação entre o racionalismo e o empirismo, para assim explicar a história da sociedade e dos homens. Assim, o positivismo passa a ter um caráter puramente metódico e doutrinário, uma vez que as certezas científicas proferidas pelo positivismo eram tidas como irrevogáveis e transmitidas de maneira doutrinária e não como método de se obter conhecimento. A figura de Enéas Carneiro, candidato a presidência, pode ser uma caricatura do pensamento positivista. Quem acompanhou seus discursos pôde perceber que ele preza muito o rigor e a doutrina e ao mesmo tempo o saber científico como algo a ser perseguido sistematicamente para a efetivação do progresso.  

O positivismo se preocupa menos com as causas dos fenômenos e mais com as leis gerais que os regem. A busca, portanto, é mais centrada no presente e no futuro. Desse modo, o positivismo deve tomar um motor de sustentação para sua efetivação, que nada mais é que o progresso. Para que haja a sustentação do positivismo, a importância dada ao individual defendida pelos contratualistas é questionada. Para o positivismo, a autoridade de um governo é mais relevante que os valores da Escola Liberal.

Positivismo é, portanto, uma filosofia que preza o determinismo, isto é, que o homem é um produto de determinados fatores. Ademais, considera desprezível a busca por causar finais. Assim, nada é discutido pelo positivismo a não ser aquilo que possa ser submetido à experiência. Com isso, o positivismo é um dogmatismo físico e um ceticismo metafísico.

Augusto Comte cria a Lei dos Três Estados, afirmando que as sociedades mas também os homens, passam por três estados evolutivos de concepção da realidade. O primeiro é o teológico-fictício, em que o homem imagina que os fenômenos são obras do sobrenatural. O segundo é metafísico-abstrato em que o homem imagina que os fenômenos são obras de entidades ocultas e abstratas. O terceiro é o positivo-científico, em que o homem imagina que os fenômenos são frutos de induções mas submetidas ao experimentalismo.

Comte também classifica a ciência, indo da mais básica, a matemática, até a mais complexa, a sociologia. É conhecido como pai da sociologia por isso. Ademais, coloca que as forças coletivas são superiores à vontade individual. Em vista disso, Comte abomina o Direito, uma vez que este determina leis irrevogáveis do indivíduo, e o autor afirma que o altruísmo deve superar o egoísmo para se estabelecer o estado moral humano que deve reger uma sociedade em progresso.

Em vista disso, Comte, se visto sem cuidado, parece como um defensor da ditadura. Bom, talvez seja isso, mas à primeira vista ele só está defendendo sua tese inicial de que o progresso se faz por meio da ordem e rigor.

Quando Comte cria a religião positivista, ele concilia o fetichismo do estado teológico com o positivismo. Comte faz um devaneio trazendo preceitos religiosos ao positivismo como forma desesperada de criar uma forma de comunhão com suas ideias, de trazer a sustentação dada pelo catolicismo ao cristianismo para o positivismo.

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