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Resenha crítica: “DESAFIO DA COLABORAÇÃO”: Um recorte sobre o empreendedorismo social – A interface da gestão do terceiro setor em Manhuaçu

Por:   •  20/11/2018  •  Resenha  •  1.150 Palavras (5 Páginas)  •  299 Visualizações

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Resenha crítica: “DESAFIO DA COLABORAÇÃO”: Um recorte sobre o empreendedorismo social – A interface da gestão do terceiro setor em Manhuaçu

Resenha crítica

        Após leitura do artigo, podemos perceber que as soluções direcionadas para a melhoria da qualidade de vida da população, especialmente aquelas voltadas para a inclusão social, são introduzidas a partir de iniciativas filantrópicas, de responsabilidade social e do empreendedorismo social, estando nítido que as soluções das ditas agências públicas não têm conseguido atingir a totalidade da sociedade e nem alcançado de forma ampla a todas as camadas da sociedade. Destaca-se a importância de ações voltadas para soluções focadas na iniciativa, criatividade e envolvimento das comunidades locais como indutoras de desenvolvimento e resultados   que   ficam, como   dito, mais   próximas   da   realidade, dando   ênfase   à   ação   dos empreendedores sociais e dos fundamentos do empreendedorismo social, objeto deste recorte da interface do mesmo com a atuação de duas instituições do terceiro setor de Manhuaçu-MG. Os   estudiosos   do   desenvolvimento   econômico   acreditavam   que   bastava   incentivar o empreendedorismo entre os jovens para reduzir e até mesmo acabar com a pobreza, sendo este entendimento corroborado por Timmons (1989), que acreditava que o empreendedorismo se tratava de uma revolução silenciosa que iria exercer um efeito revolucionário no século XXI igual ou maior do que a revolução industrial exercera nos séculos passados. Schumpeter (1942) acreditava que o capitalismo triunfaria sobre o socialismo, exatamente, porque este último não possibilitava o desenvolvimento da economia empreendedora e o seu processo criativo, que culminaria com o processo que denominou de “destruição criativa” e que fincava as raízes para o desenvolvimento sustentável, sendo o motor que mantém e promove o desenvolvimento econômico, gerando produtos, serviços, negócios, processos e resultados. Ações deste tipo se tornam cada vez mais importante para a sociedade e para o governo,  pois  gestores  desses empreendimentos  nascem  da  insatisfação  com  a  realidade  social,  onde  os  governos  por  si  só  não  conseguem  implementar  soluções  para  os  problemas,  assim  os próprios  membros  da  sociedade  mobilizam  seu  poder  criativo  e  energias  e  juntamente  com  outras  pessoas  buscam  formas  de  solucionar  problemas  no  ambiente  onde  vivem,  tendo  ou  não  recursos financeiros. A pesquisa caracterizou-se quanto aos fins, pela pesquisa descritiva, que é aquela que expõe uma característica de alguma população, porém não tem o dever de explicar os fatos. Uma pesquisa descritiva é aquela que “vai além da simples identificação da existência de relação entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação”. Segundo Lakatos e Marconi (2011), a entrevista objetiva coleta de informações relevantes e a compreensão das experiências e perspectivas dos entrevistados em relação ao tema que está sendo pesquisado. Os empreendedores sociais percebem que existe uma necessidade social de desenvolvimento de suas atividades, sendo que um empreendedor da AMAM, uma entidade que nasceu em uma comunidade pobre do município de Manhuaçu, afirmou categoricamente, que a falta de envolvimento com alguma atividade de trabalho pode levar as “meninas que ficam na rua sem ter o que fazer à prostituição, à utilização de drogas e à gravidez precoce”. No caso da gestora do Núcleo do Câncer esta foi muito mais enfática e disse que a atividade não teria sentido, se fosse o lucro o seu objetivo. Na prática o senso de comprometimento com a melhoria da qualidade de vida das pessoas e a solução de problemas sociais, na primeira entidade, além de fazer a reciclagem de materiais que iriam contaminar o meio ambiente por muitos anos ainda cria um ambiente de trabalho e de inclusão de pessoas que vivem em condições de risco social. Por outro lado, contribui com a geração de alguma contribuição com a renda das pessoas, além de interferir no ambiente social, capacitando pessoas, retirando meninas das ruas e ensinando, conforme a sua gestora afirma, “um ofício para estas meninas, que poderiam acabar na prostituição, nas drogas ou até se engravidando precocemente”. Entrevistando funcionários e professores da FACIG que são usuários diretos das bolsas produzidas pela AMAM todos são unânimes em afirmar que o material é resistente, melhor que os envelopes utilizados anteriormente e que criam ou ressaltam a consciência ecológica de todos. Um oncologista que presta consultoria para instituições similares e que percebe a realidade com outros olhos, afirmando que trabalhou no atendimento e apoio de um Núcleo de Câncer na região, numa cidade próxima e que agora reside na capital do Estado, afirma que estas entidades em geral vivem com muitas dificuldades financeiras e que buscam ajudas pontuais como shows, rifas, bingos e as doações dos cidadãos de bem. Oncologista  afirma  que  os  Núcleos  do  Câncer,  em  geral,  prestam  serviços  gratuitos  aos necessitados  com  atendimentos  diversos,  destacando  fisioterapias,  reabilitação,  psicologia,  terapias específicas,  serviço  social,  assessoria  jurídica  dentre  outros e  ainda  dando orientações  diversas, marcando consultas e até fornecendo medicamentos “que são caros e indispensáveis”, sendo que o setor público deveria oferecer, mas os atrasos e as dificuldades em geral acabam por não atender no momento certo. Deduz-se que os instrumentos de gestão social são mais eficazes quando contam com o envolvimento e a parceria de todos os atores sociais. As ajudas e interações dos diversos setores são complementares e sinergéticas, criando um fator multiplicador social, que potencializa e alavanca resultados maiores e mais eficientes do que aqueles gerados pelas agências de Estado. Capital social gerado pelo empreendedorismo social é muito mais amplo do que o capital econômico do Estado, pois este último conta com a burocracia, com os entreves e com as dificuldades próprias das conveniências políticas, da corrupção e da má utilização das prioridades da comunidade.

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