Resumo Crepúsculo dos Ídolos
Por: lourencoq • 12/12/2016 • Trabalho acadêmico • 1.205 Palavras (5 Páginas) • 1.844 Visualizações
Friedrich Nietzsche
“Crepúsculo dos Ídolos”
- A “RAZÃO” NA FILOSOFIA
1- Nietzsche inicia o terceiro capítulo do livro "Crepúsculo do Ídolos" fazendo uma objeção ao fato de todas as filosofias modernas terem se apoiado em teorias antigas, rejeitando sua morte natural, e usando-as como base para novas construções filosóficas, que de inédito nada possuem. Segundo Nietzsche, todos esses filósofos da modernidade acreditam no Ser, contudo, não tem a capacidade de se apoderar deste, pois consideram que algo os engana, os sentidos. Conclui então, que devemos nos desprender das amarras dos sentidos e da história.
2- Se os filósofos tradicionais rejeitavam os sentidos por acreditarem que eles fossem múltiplos e variáveis, Heráclito os rejeitava por conceber as coisas como dotadas de duração e unidade. Apesar de respeitar Heráclito, Nietzsche alega que ele foi injusto com os sentidos, pois eles não mentem, na verdade o que nos faz “falsea-los” é exatamente a “razão”. Entretanto, o autor concorda veementemente com a afirmação de que o Ser é uma ficção.
3- Nietzsche afirma que possuímos potentes instrumentos de observação em nosso corpo, como o nariz, que consegue um nível de precisão superior ao de uma máquina. A ciência da atualidade é fomentada no testemunho dos sentidos, e tudo além disso não é ciência, como a metafísica, a epistemologia ou a psicologia.
4- Outra peculiaridade dos filósofos modernos é citada com certa reprovação: o fato deles sempre colocarem as causas primeiras como últimas e as últimas como primeiras. Colocam no início os conceitos mas elevados, que deveriam estar por último. Conclui-se que tudo que é de primeira ordem deveria prover de si mesmo(causa sui). Conceitos superiores, como o ser, a verdade e o bem são de primeira ordem, e deveriam ser a causa sui, qualquer outra origem é passível de dúvida. Através dessa lógica contraditória, os modernos chegaram ao conceito de Deus.
5- Nessa parte do capítulo, Nietzsche concebe o problema do erro e da aparência. Antes, a mudança era tida como prova de aparência, mas hoje, a necessidade de se fixar a unidade, a duração, a identidade, faz com que a preocupação da razão nos induza ao erro. Além disso, ao crermos no “eu" como ser e substância, nos projetamos sobre todas as coisas. (criando assim o conceito de coisa)
6- A fim de facilitar a compreensão e gerar certa contradição, Nietzsche formula quatro teses acerca de sua visão. A primeira tese diz que as razões que fizeram esse mundo ser considerado de aparências justificam a sua realidade. A segunda proposição afirma que os signos característicos do “não ser, foram atribuidos à essência das coisas constituíram a concepção de mundo real, uma vez que é apenas uma ilusão ótico-moral. A terceira tese faz referência ao caráter fantasmagórico de filosofar sobre uma vida melhor, o que nos move a fabular sobre outro mundo. A última tese sugere que dividir o mundo entre “mundo real”e “mundo das aparências” é apenas um sinal da decadência humana.
- COMO O "MUNDO-VERDADE" TORNOU-SE ENFIM UMA FÁBULA(História de um erro)
*Capítulo destinado a explicar porque a filosofia se equivocou em acreditar em um “mundo verdadeiro”
1- Para o virtuoso, o sábio, o mundo verdadeiro é ele mesmo, ele constitui a verdade.
2- O verdadeiro mundo prometido ao sábio, ao religioso, não é possível de ser alcançado no tempo presente.
3- O mundo indemonstrável, prometido(mas que não se pode prometer), é tanto um consolo como um imperativo para os que crêem.
4- O mundo-verdade é inacessível, portanto, desconhecido. Sendo desconhecido, como pode pode consolar, salvar ou obrigar a algo?
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