Resumo Filosofia " O que é Dialética"
Por: Lalá Lalá • 7/6/2016 • Trabalho acadêmico • 4.066 Palavras (17 Páginas) • 647 Visualizações
LARISSA DIANA GUIMARÃES REIS NFIE/UEMG
Origens da Dialética
A dialética na Grécia Antiga era, a arte do diálogo, logo foi se tornado a arte de, no diálogo, expor uma tese com uma argumentação que defina e distingue claramente os conceitos envolvidos da discussão.
Aristóteles considerava Zênon de Eléa, o fundador da dialética, outros consideravam Sócrates.
Em uma discussão sobre a função da filosófica, Sócrates desafiou os generais Lachés e Nícias a definirem o que era bravura e o político Caliclés a definir política e justiça, a dialética lhes oferecia ferramentas para entenderem a essência daquilo que se dedicavam.
Na concepção moderna, dialética significa o modo de se pensar as contradições da realidade e sua permanente transformação.
Para a concepção moderna, Heráclito de Éfeso (aprox. 540-480 a.C) em seus fragmentos lê-se sobre a constante mudança e das realidades que se transformam uma na outra, como vida ou morte.
Os gregos o chamaram de, O Obscuro. Havia perplexidade ao movimento e a mudança.
Parmênides, ensinava que o movimento era um fenômeno da superfície, mas que a essência profunda do ser era imutável. Essa linha de pensamento prevaleceu sob a dialética de Heráclito e era chamada de metafísica.
A metafísica impedia o desenvolvimento científico dos aspectos mais dinâmicos e instáveis da realidade.
A concepção metafísica prevaleceu ao longo da história, porque nas sociedades de classes, correspondia ao interesse das classes dominantes, que precisavam manter sólidas, suas instituições, conceitos e valores.
A metafísica se tornou hegemônica. A dialética foi sendo limitada, porém ela não desapareceu, mantendo espaço significativo em diversos filósofos importantes.
Aristóteles (384-322 a.C) reintroduziu princípios dialéticos em discussões dominadas pela metafísica. Antecessor a Heráclito foi um dos responsáveis pela sobrevivência da dialética. Ele observou que se dá o nome de movimento, a processos muitos diferentes. Para explicar cada movimento precisamos verificar a natureza dele. Para Aristóteles tudo possui potencialidades; que se atualizam como possibilidades de se transformarem em realidades efetivas. Graças a Aristóteles, os filósofos não abandonaram completamente o estudo do lado dinâmico e mutável do real.
No feudalismo na Idade Média, a dialética se enfraqueceu, por ser em uma sociedade estratificada, em que as pessoas viviam e morriam na mesma classe social em que nasciam. A ideologia dominante era monopolizada pela Igreja. A dialética com isso foi sendo afastado da filosofia, com a palavra se tornando sinônimo de lógica, ou empregada como “lógica das aparências” de uma forma pejorativa.
No regime de cidade-estado, na Grécia antiga, embora houvesse estratificação social, havia ampla circulação de mercadoria e de ideias. Discussão, comércio, problemas de interesse coletivo eram discutidos entre os cidadãos. No regime feudal, a cidade se esvaziou, no campo havia pouco comércio e organização para discussões, poucos cidadãos debatiam e poucas ideias eram discutidas.
A dialética lutou para não ser dominada pelo imperialismo da teologia. PetrusDmianus )1007-1072), um famoso ideólogo, dizia que para a salvação um homem precisava de se tornar monge, e que tal não precisava de filosofia. O árabe Averróes (1126-1198) e o francês Aberlado (1079-1142), defenderam a filosofia sem desafiar a teologia. Avverróes, apoiando-se em Aristóteles, afirmou que a versão filosófica da Verdade não precisava de imediato coincidir com a versão teológica. Aberlado mostrou que discussões sobre certas categorias em termos de pura lógica não precisava da abordagem teológica.
No século XIV, o comércio se desenvolveu modificando a sociedade feudal.Guilherme de Occam (aprox. 1285-1349), filósofo medievalsustentava que se Deus é todo-poderoso, tudo pode mudar (se Deus quisesse), e que a teologia não deveria tratar das coisas contingentes do mundo empírico.
A chamada “revolução comercial” que marca profundamente o séc. XVI, a época do renascimento, da descoberta da América, a s artes e as ciências se insurgiram contra os hábitos da Idade Média.
O astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), descobriu que a Terra não era imóvel, nem o centro do Universo e que girava em torno do Sol. Galileu (1564-1642) e Descartes (1596-1650) descobriram que a condição natural dos corpos era o movimento e não o repouso.
Pico de laMirandola (1463-1494), sustentou que o fato de o homem ser “inacabado” e poder evoluir lhe dava vantagem e comparação aos deuses e anjos. Giordano Bruno (1548-1600) exaltou o homo faber, capaz de dominar as forças naturais e de modificar criadoramente o mundo.
Com o Renascimento, a dialética voltou à luz e conquistou posições que manteve nos séculos seguintes. Pascal (1623-1654), pensador místico e conservador, reconheceram o caráter instável, dinâmico e contraditório da condição humana. Giambattista Vico (1680-1744), também conservador, achava que só Deus podia conhecer a natureza efetivamente, mas que o homem como o criador da própria história, podia conhecê-la. Essa formulação estimula à elaboração do método dialético, para compreender a realidade histórica.
Elementos da dialética se encontram nos pensamentos de vários filósofos do séc XVII, como Leibniz (1646-1716, Spinoza (1632-16777), Hobbes (1588-1679) e Pierre Bayle (1647-1706). Já se eram achados em Montaigne (1533-1592), no sec XVI. Porém Montaigne e os filósofos do séc XVII viviam em um certoisolamento aos movimentos políticos da época. Por isso a visão que tinham da história, era otimista, ou melancólico, superficial, com conteúdo negativista.
Na metade do Séc XVIII a situação começou a mudar. O Iluminismoque desembocou na Revolução Francesa, deu condições para a compreensão dos filósofos da dinâmica das transformações sociais. Os filósofos iluministas acompanharam de perto a Revolução, e contribuindo para que o mundo novo que estava surgindo fosse racional.
Em sua maioria os iluministas se contentaram com a visão simplificada do processo de transformação social, não refletiram sobre suas contradições internas, então, não trouxeram grandes contribuições para a dialética. O filósofo iluminista Denis Diderot (1713-1784) é uma exceção, contribuindo com uma obra rica.
Diderot compreendeu que o indivíduo era condicionado por um movimento mais amplo pelas mudanças da sociedade em que vivia. Escreveu textos dialéticos importantes, como Sonho de D’Alembert, Suplemento à Viagem de Bougainville, e sua obra mais importante O sobrinho de Rameau.
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