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Resumo da obra São Bernardo

Por:   •  24/11/2015  •  Resenha  •  4.745 Palavras (19 Páginas)  •  447 Visualizações

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FACULDADE PAULUS DE TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO - FAPCOM





Resumo de “São Bernardo”









São Paulo
2013

 

FAPCOM

FACULDADE PAULUS DE TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO

                                               

Resumo de “São Bernardo”


Trabalho desenvolvido para a disciplina de Oficina de Redação e Leitura, sobre a obra de: “São Bernardo”, como complemento da média do primeiro bimestre, sob a orientação do professor Claudio Fatigatti

São Paulo
2013

                                          Introdução

Quando pensei em compor a obra de São Bernardo, contei, a princípio, com a participação de alguns amigos que apoiavam a ideia de colaborarem com o desenvolvimento da literatura brasileira. Iniciei com a divisão das tarefas e, mais tarde, tendo a maioria deles recuado em dar continuidade ao projeto, restou-me apenas o Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, que, por fim, também não prosseguiu na elaboração do livro, porque utilizava palavras difíceis para o entendimento, e, assim, comprometeria o contexto de minha publicação. Daí, decidi-me a empenhar-me sozinho na publicação de meu livro.

O tempo em uma narrativa identifica a sequência em que os fatos ocorreram. Pode ser tanto cronológico: identificado na narração, através de citações que especificam datas ou momentos em um ciclo cronológico; ou, como vimos na obra de São Bernardo, um tempo psicológico; ou seja, o tempo é descrito pelo narrador e personagem por lembranças e emoções, alterando a ordem natural dos fatos, como visto nos trechos a seguir:

Como objetivava conseguir as terras de S. Bernardo, do qual trabalhei para o Salustiano Padilha, não me dediquei aos estudos e adquiri apenas conhecimentos sobre agropecuária, escrituração mercantil e outras noções técnicas. Assim, alcancei os bens que serão indicados mais adiante, apropriando-me da forma e da ocasião que me permitiram adquirir tais posses. Comparando-me com Madalena, professora, pessoa instruída, considero-me um ignorante no que tange à literatura: não almejei ser escritor, nem, já aos cinquenta anos, voltar à preparação estudantil que deveria ter recebido na juventude, e, agora, possuo um filho ainda pequeno que precisa ser sustentado.

Recordo-me de pessoas que fizeram parte de minha vida, como, a velha Margarida, que fora doceira quando morávamos numa pequena casa, atividade pela qual conseguíamos a renda para os gastos primordiais. Após muito tempo de procura, foi localizada em Jacaré-dos-Homens. Agora, com cem anos, mora em uma casinha em meu terreno e eu a mantenho em retribuição a ajuda que me fornecera outrora. Ainda não havia formado família quando iniciei a contar minha narrativa.

Relacionei-me com Germana, que posteriormente envolveu-se com João Fagundes, o resultado: foi uma briga com Germana e esfaquei João Fagundes, o que me custou quase quatro anos na cadeia. Lá, aprendi a ler com o Joaquim sapateiro uma bíblia protestante. Depois que fui solto, soube que Joaquim morreu e Germana estava na vida, com doenças do mundo. Nesse tempo, já não pensava nela, mas sim, em dinheiro. Tirei o título de eleitor e consegui de seu Pereira, agiota e chefe político, a quantia de cem mil-réis, com juros de cinco por cento ao mês. Foi assim, que comecei a estudar aritmética, para não ser roubado além do conveniente.

Toda narrativa, necessita de um cenário onde a trama se desenvolve. Para este cenário damos o nome de Espaço. Na obra, a fazenda São Bernardo, é o local onde acontecem os principais acontecimentos, demonstrado logo no início como espaço da trama como vimos nos trechos a seguir:

Fui muito explorado por seu Pereira, antigo dono da fazenda, mas depois de algum tempo vinguei-me: ele hipotecou-me a propriedade e tomei-lhe tudo, deixando-o somente com a roupa do corpo. No início, o dinheiro escapava-me, mas sempre o persegui sem descanso, negociando redes, animais, artigos religiosos e comprando fiado. Passei fome, sede, dormi no chão e realizei transações com arma engatilhada, como com o Dr. Sampaio, que não quis pagar-me uma boiada, mas que, em momento oportuno, o fiz pagar: com a ajuda de uns homens em Cancalancó, armei-lhe uma emboscada quando à caminho de sua fazenda. Apelando para a justiça e religião, não foi solto enquanto os trinta e seis contos e trezentos não vieram com o Casimiro Lopes. Este, portando um bilhete de Dr. Sampaio à família, trouxe o dinheiro. Assim, fui juntando minha fortuna num chocalho grande.

Casimiro Lopes, é corajoso e fiel às minhas ordens e interesses, comparo-o com um cão. O cachorro, Tubarão, obteve juntamente com a casa de São. Bernardo, que consegui por meio de um plano muito bem arquitetado para conquistar as terras de seu antigo patrão, Salustiano Padilha. Este morrera e como seu herdeiro, Luís Padilha, fosse inclinado aos gastos exagerados, com festas, bebidas e mulheres, e pouco entendido sobre investimentos relativos à produção agropecuária, foi, sem muito esforço, levado a ceder-me a propriedade de S. Bernardo, como forma de quitar os vários empréstimos realizados e liquidados em festas e em projetos mal planejados. Sua vaidade e inexperiência ao tratar sobre agronegócios proposto por mim, rendeu-lhe muitas ironias e descrédito. A partir dessa ocasião, concretizei o que ambicionava há muito: aproximei-me dele e, como não me pagava os empréstimos que realizou, consegui a propriedade de São Bernardo e comprei a casa e as terras por cinqüenta mil réis.

Nesse tempo, encontrei na Gazeta, do Brito, um velho de setenta anos, magro, alto e visivelmente com fome, que se chamava Ribeiro. Como precisava de um guarda-livros, trouxe-o para S. Bernardo. Quando moço, no povoado onde morava, era temido e respeitado por todo o maior, como era conhecido, era considerado juiz. Tinha muitos empregados e, sua esposa, ajudava na catequização das crianças. Isso no passado. O progresso transformou o povoado em cidade e sua sabedoria fora substituído por novas profissões. O mesmo ocorreu com sua mulher que acabou morrendo entristecida.

O personagem protagonista ou principal, é aquele no qual o desenrolar da história acontece, envolvendo todos os eventos, personagens e espaço ao redor de um único personagem, ou seja, ele é o centro de toda a narração. No livro São Bernardo, o personagem principal, Paulo Honório, apresenta também como narrador da história como visto no trecho abaixo:

Amanheci pensando em me casar. Sabia também, o quanto uma mulher era difícil e o quão difícil seria encontrar minha companheira e deixar um herdeiro para as terras de São Bernardo. Conhecia a Rosa do Marciano, muito ordinária, além de Dona Germana e outras da mesma laia que julgava por todas.

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