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Ser e tempo

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Por:   •  24/3/2014  •  Seminário  •  473 Palavras (2 Páginas)  •  287 Visualizações

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Sentido

Em sua obra Ser e Tempo Heidegger tem como principal objetivo fazer uma apresentação sobre a questão do ser, investigando seu sentido, procurando através da ontologia diferenciar ser e ente, e demonstrar o tempo como horizonte de compreensão do ser. Nesse sentido, o presente artigo propõe discutir a respeito do ser e do Dasein.

A busca pela interpretação do ser tem sua origem desde os filósofos clássicos. Na arrancada grega para encontrar uma interpretação a seu respeito, originaram-se certos preconceitos que acabaram por levar ao esquecimento do ser. Primeiramente, a concepção de que o ser é o conceito mais universal e mais vazio, resistindo a qualquer tentativa de definição. Depois, de que o ser se articula de maneira conceitual segundo gênero e espécie, sendo que a “universalidade” do ser “transcende” toda a universalidade genérica. Por fim, de que o ser é um conceito evidente por si mesmo, uma vez que em todo conhecimento enunciado ou relacionamento com os entes e até mesmo no relacionamento consigo mesmo, faz-se uso de ser.

A essa visão Heidegger faz uma crítica, pois tal pensamento causou dificuldades para se fazer um estudo a respeito do ser. Como conseqüência, observou-se o esquecimento do ser, o qual Heidegger propõe resgatar.

A busca presente nesse questionamento não é algo que seja totalmente desconhecido, mesmo que num primeiro momento seja algo inapreensível. Pergunta-se pelo ser, o qual determina o ente como ente, pois ele se encontra compreendido em qualquer discussão que se faça ou venha a fazer. Porém o ser dos entes não é em si mesmo um outro ente.

Essa questão é fundamental, pois visa às condições a priori de possibilidade não só das ciências que realizam pesquisas sobre os entes, e que ao realizá-la se movem na compreensão do ser. A questão sobre o ser aponta para as condições de possibilidade presente nas próprias ontologias que antecedem e fundam as chamadas ciências ônticas.

A investigação ontológica que se compreende corretamente confere à questão do ser um primado ontológico que vai muito além de simplesmente reassumir uma tradição venerada e um problema até agora sem transparência. (HEIDEGGER, Ser e Tempo, p.47)

A visualização, o compreender, o escolher, são atitudes que constituem o perguntar do ente, sendo que ao mesmo tempo são os modos de ser de um determinado ente, o próprio que se questiona. Dessa maneira, para elaborar a questão do ser, é necessário tornar transparente um ente que possa exercer a atividade de questionar em seu ser e ao mesmo tempo falar dele.

Na busca de encontrar uma solução para essa questão, Heidegger apresenta o Dasein, que se relaciona com o ser e pergunta pelo ser. O Dasein tem o primado ontológico como sendo sua existência interpretada na temporalidade. A pergunta sobre o ser deve ser interpretada para além das aparências, onde se percebe o sentido do cuidar que implica temporalidade, estrutura constitutiva do homem.

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