Sobre a História da Sexualidade Foucault Resumo
Por: Gabriel Aragão • 20/9/2019 • Abstract • 539 Palavras (3 Páginas) • 428 Visualizações
O dispositivo
O capítulo XVI se inicia com Foucault explicando o que é o “Dispositivo da Sexualidade” e o porquê de o termo ter sido utilizado. Para ele primeiramente, o uso deste termo tenta demarcar, “um conjunto decididamente heterogêneo que engloba discursos, instituições, organizações arquitetônicas, decisões regulamentares, leis, medidas administrativas, enunciados científicos, proposições filosóficas, morais, filantrópicas. Em suma o dito e o não dito são elementos dos dispositivos. E o dispositivo é a rede que se pode estabelecer entre esses estes elementos.” Em segundo lugar Foucault busca demarcar a natureza de relação que pode existir entre os elementos heterogêneos. Desta forma este discurso pode aparecer “como programa de uma instituição ou, ao contrário, como elemento que permite justificar e mascarar uma prática que permanece muda; pode ainda funcionar como reinterpretação desta prática, dando-lhe acesso a um novo campo de racionalidade. [...] existe um tipo de jogo, ou seja, mudanças de posição, modificações de funções, que também podem ser muito diferentes.” Em terceiro lugar Foucault caracteriza o dispositivo como uma forma de responder a uma urgência em determinada situação e período histórico, dessa forma é a atribuída ao dispositivo uma função majoritariamente estratégica.
A analítica do Poder
Para Foucault não existe o poder, para ele o “poder é um feixe de relações, mais ou menos organizado, mais ou menos piramidalizado, mais ou menos coordenado.” Diferentemente das teorias de poder de Rousseau e Boulainvilliers que era preciso partir de uma gênese e depois deduzir, no caso de considerar o poder como um feixe aberto, mais ou menos coordenado “(e sem dúvida mal coordenado)”, só seria preciso se munir de princípios de analise que permitam uma analítica das relações de poder.
O controle da sexualidade
Até meados do século XVI, a igreja não tinha um controle rigoroso referente à sexualidade que consistia na obrigação do sacramento, confissão anual, confissões dos diferentes pecados tendo, na metade do século XVI, a partir do Concílio de Trento surgiram novos métodos e de aperfeiçoamento na base da instituição eclesiástica direcionadas para seminários e conventos. Intensificando as relações de vida cotidiana e confissão direcionadas a consciência. É observado que a partir deste momento se instalou uma forma de controle amplo sobre o sexo, mas tendo o foco principal a sexualidade de gênese a particularidade de como controlar a vida sexual de forma distinta entre homens e mulheres.
O sexo era como um dado prévio e a sexualidade como um tempo discursivo e institucional. O discurso de sexualidade de não se aplicou inicialmente ao sexo, mas sim ao corpo, aos órgãos sexuais, aos prazeres, as relações de aliança, um dispositivo heterogêneo recoberto pelo dispositivo da sexualidade que produziu, o próprio discurso, a ideia do sexo. O sexo não era para fabricar prazer e sim a verdade. No século XVIII, o problema do sexo era o sexo masculino, a partir de um momento, a relação feminina com o sexo começou a ser dada tal importância, com a masturbação, em que até então era visto como algo era algo dramático. No século XIX grandes cirurgias foram feitas, a cauterização clitoriana era frequente na época. O instrumento da sexualidade é formado ao longo período e que se constituiu como um dispositivo de sujeição milenar. A sexualidade feminina é vista como um objeto econômico e político.
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