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Resumo - Os Tres Ensaios da Teoria da Sexualidade

Por:   •  18/10/2016  •  Resenha  •  748 Palavras (3 Páginas)  •  3.294 Visualizações

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Resumo

Os Três Ensaios da Teoria da Sexualidade, 1905

Sigmund Freud

Parte III - As Transformações da Puberdade

André Luiz Pacheco

Na terceira parte dos Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, Sigmund Freud aborda as transformações ocorrentes na puberdade e assinala a diferença fundamental entre a sexualidade infantil e este novo tempo do desenvolvimento do sujeito; na infância, predominava o autoerotismo, na puberdade há uma definição de objeto. Assim, a pulsão sexual agora se organiza em direção à reprodução, o que Freud diz ser a normalidade da vida sexual; as patologias relacionadas à sexualidade são originadas de inibições em seu desenvolvimento.

O autor discorre sobre a tensão sexual e o mecanismo do pré-prazer. Este seria, em certo grau, responsável pela redução da tensão libidinal pelas mesmas zonas erógenas utilizadas na infância, porém não se limita a esta satisfação, em vez disso, participa da produção de um prazer mais intenso; tensão e prazer se relacionam inversamente. Desse modo, o pré-prazer é orientado por uma pulsão sexual infantil, enquanto que o prazer final só advém da puberdade.

Embora seja muito importante para este prazer final, o pré-prazer pode ser prejudicial se a excitação for demasiada, enfraquecendo a força pulsional necessária para se alcançar o prazer propriamente dito; neste caso, a excitação toma mesmo o lugar do alvo sexual normal, tornando possível o surgimento de perversões. Fica evidente que tanto a configuração normal quanto os desvios da vida sexual do sujeito são determinados por manifestações infantis da sexualidade.

Freud expõe algumas questões biológicas como a química das substâncias sexuais, o papel dos órgãos internos e supostas glândulas e suas relações com a libido e atividades sexuais. Apesar de sublinhar as devidas importâncias, o autor sinaliza que a libido não depende inteiramente de variáveis orgânicas.

O conceito de libido diz respeito a uma “força quantitativamente variável que poderia medir os processos e transformações ocorrentes no âmbito da excitação sexual” e se classifica em libido do ego e libido do objeto. A primeira seria investida primeiramente no ego, que seria seu reservatório; a segunda advém dos objetos nos quais foi investida a partir de uma catexia anterior, narcísica. Ainda sobre a libido, deve-se ter em mente que esta é, regular e normativamente, de natureza masculina. A pulsão é sempre ativa, ainda que se dirija a um alvo passivo.

Ainda que as atividades autoeróticas das zonas erógenas sejam idênticas em ambos os sexos, as inibições do desenvolvimento sexual das meninas ocorrem anteriormente e em menor grau quando comparadas às dos meninos. Ocorre, inclusive, o recalcamento de uma posição ativa, o que faz da passividade uma característica da feminilidade. Além disso, há uma mudança na zona sexual dominante da mulher, enquanto que o homem a conserva no pênis. Segundo Freud, este fator colabora para o surgimento de uma neurose histérica por se relacionar intimamente com a natureza da feminilidade.

Sabe-se, então, que a puberdade é marcada pela relação com o objeto sexual. O primeiro objeto da criança é o seio materno. Após a perda deste objeto, o desenvolvimento torna a pulsão autoerótica, somente depois é que a relação originária será restabelecida. Assim, “o encontro do objeto é, na verdade, um reencontro”.
        Freud afirma que é necessária uma estimulação da pulsão por parte da mãe (dos pais) para o seu desenvolvimento, inclusive para erigir a barreira do incesto e para integrar os preceitos morais que exercem papel significativo na posterior escolha do objeto -- nos psiconeuróticos, considerável parcela da atividade sexual que se endereça ao objeto permanece inconsciente devido às resistências à sexualidade. No entanto, esta estimulação deve ser moderada, caso contrário, produzirá crianças mimadas e neuróticas em potencial; é tênue a linha que separa a neurose dos pais da neurose dos filhos. A relação com os pais é, então, de extrema importância para o desenvolvimento considerado normal da vida sexual do sujeito, o amor sexual e o amor não-sexual advém das mesmas fontes, porém este é decorrente da fixação infantil da libido, qualquer adversidade nesse relacionamento implicará em prejuízos posteriormente.

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