Violência como valor social
Por: barreto16 • 6/5/2015 • Trabalho acadêmico • 922 Palavras (4 Páginas) • 319 Visualizações
Violência como valor social
O tema vem sendo exaustivamente debatido à todos os níveis, desde um debate de Estado, até conversas de botequim, em voga questões como redução da maioridade penal, reforma do sistema prisional, mecanismos de atuação policial, políticas para segurança pública, violência no trânsito entre tantas outras temáticas que cercam este mesmo tema.
A violência não surgiu ontem, nem com a estruturação do capitalismo, mesmo que este seja pretexto – real – para muitas das práticas de violência dos dias atuais. A violência é instintiva, é do ser humano, surge na luta pela sobrevivência, na busca por alimentos, abrigos e outros. Porém com a passagem da fase nômade para o sedentarismo, passamos a produzir em escala superior a demanda, nossos alimentos perdendo assim nossa característica primitiva permeada pela violência.
Com a passagem acima descrita passamos por inúmeros ciclos sociais e processos históricos com a violência nos acompanhando em cada um deles, porém com significados diferentes, assumindo representações distintas das praticadas em cada época, como a bravura que era identificada pelos espartanos na violência ou na atual glória encontrada pelos muçulmanos xiitas no sentido de uma morte violenta fundamentada nos princípios do Alcorão significar a passagem ao paraíso.
Passados milhares de anos de existência o homem muito mudou, perdeu alguns valores, adquiriu outros tantos, em sua maioria peculiares as sociedades culturais onde estão inseridos, porém, destaca-se como valor universal a nítida apreciação da violência pelo homem, que por hora parece ser um valor mundial.
Violentamos nas mais diferentes formas nossas minorias, construímos primitivamente identidades atribuídas a grupos, os dominamos, subjulgamos e legitimamos a violência impetrada contra estes.
Entre os notáveis alvos da violência mundial atual as mulheres, os homossexuais, as crianças entre outros marginalizados em casos específicos, como os negros no ocidente, os cristãos em países majoritariamente islâmicos, os praticantes de religiões afro em países majoritariamente cristãos.
A prática da violência se inicia logo na infância, e vai se afirmando como valor ao longo da vida do individuo, a começar pela educação familiar, fragilizada, carente de diálogo e de sabedoria, onde muitas vezes os pais substituem o dialogo, as difíceis explicações sobre o que é certo e o que é errado, silenciam questionamentos, neutralizam posicionamentos, através da repressão por meio da violência.
Aparentemente estão disciplinando seu filho e o preparando para a vida mundana, porém, evidencia-se a fragilidade da boa relação familiar fraternal, e a desinteligência dos gestores familiares, em alguns casos é possível que dê certo, e o individuo realmente se torne um bom cidadão disciplinado, atinado aos valores do que é certo e errado, e com bom convívio social. Porém não é a regra, aliás, os casos onde a violência como prática educadora é bem sucedida são verdadeiras exceções. Não obstante faz-se necessário ressaltar que a maioria dos estupradores foram um dia abusados sexualmente, e dos agressores ou foram agredidos ou conviveram com algum tipo de agressão familiar. Educando as crianças com violência é obvio que essas reagiram com a mesma violência que lhes foi passada em situações adversas.
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