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A Educação Ambiental

Por:   •  21/8/2019  •  Artigo  •  1.795 Palavras (8 Páginas)  •  258 Visualizações

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PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM A COMUNIDADE INDÍGENA MBYA GUARANI Prefeitura Municipal de Barra do Ribeiro BARRA DO RIBEIRO RIO GRANDE DO SUL AUTOR: John Fernando de Farias Würdig ENDEREÇO: Rua Dr. Mauricio Cardoso, no. 515 BAIRRO : Centro CEP: 96790 000 E-MAIL: johnambiente@bol.com.br ( comercial ), johnwurdig@yahoo.com.br, (particular) TELEFONE COMERCIAL: 51-4822126 OU 91515015 TELEFONE RESIDÊNCIAL: 51-4821958 Resumo Expandido Em Barra do Ribeiro a Comunidade Indígena Mbya Guarani reside nas proximidades da BR-116 onde possuem seus acampamentos e três reservas indígenas, a do Passo Grande, a Flor do Campo e a reserva da Cochilha da Cruz. Uma nova realidade se encontrava nos acampamentos, era a realidade dos resíduos sólidos que estavam causando inúmeras doenças e alterando a estética dos acampamentos fazendo com que a venda dos artesanatos indígena diminuísse. O Departamento do Meio preocupado com esta situação elaborou o Projeto de Educação Ambiental com a Comunidade Indígena Mbya Guarani e procurou a Equipe de Saúde Indígena da FUNASA que atua no Município á quatro anos. Então se iniciou o projeto com a capacitação da Equipe de Saúde (médica, enfermeira, técnicas em enfermagem e o odontologo), depois os Agentes de Saúde Indígena (AIS) e neste momento se explicou os problemas que o lixo ocasionam no meio ambiente, para a saúde do homem e qual o destino correto destes materiais. Os Agentes de Saúde Indígena confeccionaram cartazes com o que aprenderam, como é a situação dos acampamentos e como eles gostariam e ensinaram palavras chaves em Guarani. A próxima etapa foi à confecção de cartazes e para fixar o trabalho de educação usamos cartazes que focalizaram o perigo do lixo na transmissão de doenças, nos aparecimentos de animais peçonhentos, insetos, roedores e pragas, também sobre a contaminação das águas, do solo e do ar com a queima do lixo. A fim de esclarecer para a comunidade que se melhorar a questão do lixo, oferecerá um melhor bem estar criando um novo entendimento e responsabilidade na questão de saúde, para isto se levou amostras de águas contaminadas por vermes e águas com churume do lixo. Durante as palestras foram enfatizados os problemas de saúde causados pelo lixo e a comunidade se mostrou interessada, curiosa e interrogativa sobre a temática “lixo”. Para um maior entendimento de toda a comunidade houve a tradução da palestra pelos agentes indígena de saúde. Após o término das palestras realizou-se um questionamento para a comunidade sobre a importância do projeto, perguntando se achavam importante coletar o lixo, neste momento pedimos para levantar a mão, em unanimidade responderam com entusiasmo que sim. Sempre após as palestras realizamos um mutirão de limpeza dos acampamentos e reservas, neste momento toda a comunidade participou até as mulheres tiveram um papel participativo. Para o encerramento do evento foi realizada uma confraternização com lanches e sucos doados pela equipe do projeto, com o objetivo de se estimular a união das pessoas dando ênfase a lavagem das mãos antes da refeição e depositar o copo plástico no saco de lixo. Em todas as localidades onde se realizou o trabalho foram distribuídos para cada família sacos de lixo, ancinho e pás e um latão para depositar o lixo coletado,, material doado pela FUNASA e nos latões foi escrito lixo em português e YTY que é lixo em Guarani.O lixo é recolhido pelo caminhão do lixo da Prefeitura Municipal de Barra do Ribeiro e Camaquã. Ficou determinado que se houver algum problema em relação à coleta do lixo os agentes indígenas de saúde entrarão em contato com a equipe de saúde indígena para solucionar o problema, desde então não ocorreu nenhum problema no recolhimento.Os sacos de lixo serão distribuídos pelos agentes indígenas de saúde que fiscalizarão os acampamentos. Dois elementos foram fundamentais para o sucesso deste projeto, o primeiro é a confiança que a equipe de saúde adquiriu da comunidade indígena nestes quatro anos e o segundo é a grande fé que eles possuem e como a natureza é um bem sagrado ocorreu a preocupação em preservar. Palavras –chave : Lixo, educação, mudança. 1.Introdução : A concretização do Projeto de Educação Ambiental com a Comunidade Mbya Guarani, mostrou que com poucos recursos e com um excelente trabalho de Educação Ambiental é possível mudar a realidade da disposição inadequada dos resíduos sólidos dos acampamentos e das reservas, foram envolvidas 201 pessoas de Barra do Ribeiro até Camaquã. O lixo entrou na comunidade Mbya pelas mudanças na cultura e pela modernidade do mundo, pressionadas pela sobrevivência. Nós brancos sabemos lidar diariamente com o lixo e sabemos muito bem o seu perigo, mas isto somente conforme o grau de conhecimento das pessoas, por isto que encontramos em muitas vilas e favelas lixo prejudicando a saúde e poluindo o meio ambiente, então este sistema do projeto pode ser usado nestas localidades onde a comunidade já perdeu sua auto-estima. Na maioria dos casos não se pode inserir uma obra ou novo sistema em qualquer comunidade sem iniciar um trabalho de mapeamento social da área, sem realizar um dialogo com a comunidade (palestras, visitas e entrevistas) e conhecer qual a verdadeira necessidade desta localidade. A integração das áreas de saúde , meio ambiente, social, financeira e de engenharia garantem projetos que atuem com toda a problemática das comunidades, como ocorreu neste caso, que a saúde foi trabalhada de maneira preventiva e não de maneira curativa. É Somente através da EDUCAÇÃO que haverá um esclarecimento e mudanças das atitudes da comunidade indígena Mbya Guarani em relação ao lixo.Este projeto está trazendo muitos benefícios á saúde e ao meio ambiente, assim estamos prevenindo inúmeras doenças oferecendo um futuro melhor para esta comunidade. O trabalho de educação ambiental com povos indígenas foi realizado a fim de não inserir nenhuma mudança nas tradições do Mbya Guarani e sim dar um destino correto para os resíduos sólidos produzidos pela comunidade que já consome produtos industrializados a muitos anos e não sabe o que fazer com os resíduos que são provenientes do consumo, assim evitando as doenças relacionadas com o lixo e o impacto que ele causa na natureza com a demora da decomposição dos materiais. 2.Caracterização da Comunidade Mbya Guarani A característica da Comunidade Mbya Guarani é a paciência que possuem e seu desapego com os bens materiais, isto devido serem um povo itinerante ou nômade, assim como os ciganos, então não se prendem em um só lugar. Este povo já possui uma descaracterização de sua cultura original, mas isto não significa que deixarão de ser índios. Os índios mais velhos possuem um conhecimento avançado aos dos mais jovens, mas não estão disseminando este conhecimento, por estarem insatisfeitos com as atitudes dos jovens. A vida deste povo é remota, para eles se não tiverem o que comer hoje é porque “Nhanderu” (Deus), deu aquela situação à eles por terem feito alguma coisa de errado e se ganharem um rancho por exemplo de um Juruá (homem branco) é que “Nhanderu” iluminou o Juruá para lhe ajudar, este fato faz com que o Mbya não batalhe com garra para conseguir suas realizações.Outra característica deste povo é se impor um projeto, irão dizer que fazem, mas não vão executa-lo, se perguntar se querem realizar tal projeto e concordarem eles se integram completamente no projeto, foi o que ocorreu com o Projeto de Educação Ambiental. Esta comunidade revela em seu artesanato que mantêm suas origens culturais, em artefatos produzidos com taquara ou madeiras é registrado traços que foram encontrados em materiais arqueológicos de dois mil anos atrás. Ainda é mantido muitos rituais e uma fé muito grande em elementos da natureza, nas rezas e no pagé. 3. Metodologia e Materiais empregados Metodologia Capacitação da Equipe de saúde indígena, usar uma linguagem simples e recursos de preferência visuais como vídeos, fotos, cartazes e amostras de animais que sobrevivem no lixo e transmitem diversas enfermidades ao homem. Disponibilizar latões e sacos de lixo para o acondicionamento dos resíduos sólidos e também fornecer pás e ancinhos para a limpeza dos locais. Fazer com que o povo indígena enterre os materiais orgânicos para futuramente usar como adubo. Realizar mensalmente palestras nos acampamentos e nas reservas de Barra do Ribeiro e em Camaquã. Utilizar sempre um tradutor e os cartazes sempre na linguagem guarani. Buscar o apoio de empresas e outras entidades para fortalecer o projeto. Apresentar o projeto para a FUNASA. Realizar a troca de lixo por alimentos, apesar de não ser o correto este ato incentivará a comunidade a se integrar no projeto. Disponibilizar uma enorme quantidade de sacos de lixo para serem distribuídos pelos agentes indígenas de saúde por alguns anos. Materiais: 5.000 Sacos de lixo de 100 L., 20 latões de lixo, 20 rastilhos ou ancinho, 20 pás de lixo, 4 latas de tinta (branca e vermelha), estes materiais foram doados pela FUNASA. Alimentos para a confraternização, doação feita pela equipe. Cartazes, fotos, amostras de águas contaminadas. 4.Resultados O grupo não esperava quem em pouco tempo iria conseguir resultados tão satisfatórios como consegui com o projeto de Educação Ambiental com a Comunidade Indígena, isto graças à conquista da confiança dos Mbya na Equipe de Saúde e pela maneira humilde que foram realizadas as atividades. O recurso visual foi a melhor maneira de chamar a atenção dos Mbya para o problema que estavam enfrentando, mas tratavam com descaso pois não possuíam os conhecimentos dos fatos. No início alguns guaranis não queriam se integrar no projeto após eles verem o entusiasmo dos que estavam assistindo às palestras em pouco tempo eles estavam todos juntos perguntando e questionando sobre o tema. Na minha opinião este trabalho pode ser aplicado em outras comunidades indígenas ou que enfrentam o problema desde que ocorra o comprometimento do poder público com o recolhimento do lixo. Muitos impactos ambientais são originados por problemas sociais que depois se revertem em problemas de saúde e alguns impactos ambientais podem ser resolvidos se ocorrer um trabalho contínuo de educação ambiental, cortando o mal pela raiz como diz o dito popular. Podemos concluir que um pouco de força de vontade pode-se resolver muitos problemas e este projeto pretende com o passar do tempo realizar a coleta seletiva e compostagem dos resíduos. Também quando se preparamos para trabalhar com comunidades carentes temos que abraçar juntamente outros problemas e nunca poder dizer que não é de sua área pois deve haver uma grande integração das áreas humanas e exatas para os problemas serem trabalhados como um todo. 5.Fotos Comunidade Mbya Guarani reunida para assistir a palestra Cartazes utilizando a linguagem Guarani e imagens Curiosidade da comunidade e palestrante Tradução das palestras e curiosidade na amostra de água contaminada pelo lixo Mutirões de limpeza nos acampamentos e reservas Distribuição dos materiais para o acondicionamento do lixo Executores do projeto e coordenador do projeto. 6.Referências Bibliográficas MINISTÉRIO DA SAÚDE : FUNDÁÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Manual de Saneamento – vol. I 3 a . ed..Brasília, 1999.

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