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A Formação Pedagógica em Geografia no Centro Universitário Internacional Uninter

Por:   •  7/6/2023  •  Monografia  •  5.728 Palavras (23 Páginas)  •  134 Visualizações

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Geografia Crítica como alternativa para o sistema educacional geográfico brasileiro

Uma revisão bibliográfica dos autores Delgado de Carvalho, Paulo Freire e Karl Marx

 

PRESTI, Bianca Agostini

Formação Pedagógica em Geografia no Centro Universitário Internacional Uninter

 

 

NADAL, Thaisa M.

Professora do Centro Universitário Internacional Uninter

Resumo:

A metodologia pedagógica que se faz presente hoje na geografia no ensino brasileiro denuncia o distanciamento entre o campo de saber e a realidade dos discentes, através de práticas meramente descritivas e mnêmicas. Isto faz com que os sujeitos sejam colados a meros discursos ideológicos, não possuindo um senso crítico maior. Sendo a geografia uma práxis sócio-histórico, o trabalho apresenta a análise da contextualização da historicidade do processo didático-pedagógico da geografia escolar, perpassando pelas características do predomínio de técnica, informação e ciência, as quais refletem diretamente a cultura e a ideologia presente em cada época. Pensar na geografia enquanto ciência moderna possibilita uma maior compreensão sobre as bases teóricas que alicerçam esse campo de saber, pois esse recurso estratégico possibilita manobras políticas, financeiras e sociais. Assim, faz-se necessário questionar a quem o método de ensino hoje está atendendo. O estudo possui caráter descritivo, de uma revisão bibliográfica com abordagem qualitativa, perpassando pelo diálogo teórico entre os autores Delgado de Carvalho e Paulo Freire, juntamente com o material dialético de Karl Max. É preciso desconstruir a perspectiva de que a escola é somente uma fábrica de mão de obra para o sistema capitalista. Assim, a Geografia Crítica é elucidada ao passo que possibilita um encontro vivencial e cultural para os alunos, transformando a dinâmica nas salas de aulas a fim de possibilitar possíveis construções subjetivas e consequentemente críticas para protagonizar o discente de hoje, ao passo que no futuro será o agente atuante de nossa sociedade.

Palavras-chave: Geografia crítica. Geografia escolar. Pedagogia. Geografia moderna.

Introdução

A geografia escolar atualmente ainda se utiliza de procedimentos pedagógicos com processos e técnicas que desvinculam a realidade dos discentes, através de metodologias meramente descritivas e mnêmicas, isto é, habilidades de memória para nomenclaturas de aspectos físicos.

Esta metodologia pedagógica da Geografia Tradicional faz com que os discentes percam o interesse pela disciplina e para além, percebam a mesma como uma ciência fora da vida cotidiana. As inter-relações que são vivenciadas no cotidiano, como os espaços domiciliares, bairros, cidades, estados e até mesmo o próprio território escolar ainda são poucos dimensionados nas escolas brasileiras (LIRA, 2020).

Em contrapartida, a geografia enquanto ciência moderna se concretiza para mais além, traduzindo as relações dos fenômenos e os processos humanos num dado momento. Assim, o pensamento é evoluído enquanto práxis democrática e transformadora por elucidar estrategicamente um conjunto de práticas políticas daquele determinado tempo e espaço (BATISTA; SALVI, 2002). Desta maneira, a disciplina é um construto sócio-histórico, sendo assim, passíveis de conflitos, pois embates, pressões e contradições fazem ela própria.

Isto posto, o presente artigo propõe apresentar a análise da contextualização da historicidade do processo didático-pedagógico da geografia escolar, perpassando pelas características do predomínio de técnica, informação e ciência, as quais refletem diretamente a cultura e a ideologia presente em cada época. Assim, as reformas educacionais que se concretizaram no Brasil denunciam sobre quais demandas do sistema político brasileiro as instituições de ensino sistema buscam atender.

Ao dimensionar o contexto escolar presente, é passível de reflexões sobre quais pontos o sistema educativo brasileiro está visando cumprir. A quem atende o interesse de continuar essa metodologia de ensino arcaica?

Os problemas sociais que surgem de um determinado meio de produção em que uma sociedade se baseia, sendo esta capitalista, advém da intensificação das relações sociais. A velocidade com que o processo de urbanização no Brasil se concretizou na metade do século XX, através do modelo econômico emergente, fez com que surgissem novas e crescentes demandas de mão-de-obra para ocupar as funções que os setores secundário e terciário estavam exigindo. Desta maneira, a demanda educacional se vê na intensificação da expansão para atender cada vez mais um maior número de alunos, a fim de ocuparem esses espaços solicitados nas grandes empresas (BATISTA; SALVI, 2002).

As crises estruturais que resultam deste modo de produção, também ecoam nas ciências. Desta maneira, a geografia se faz essencial por estudar as reflexões, as interpretações e principalmente a relação do papel propriamente dito do conhecimento científico, sendo ele das ciências sociais ou humanas (PEREIRA; FERREIRA; SANTOS, 2014).

Sendo assim, o objetivo deste artigo é elucidar a problemática da geografia positivista enquanto fazer de sujeitos colados ao discurso totalitário, não havendo protagonismo e interpretação do estudante de seu mundo vivencial e cultural, ocasionando a impossibilidade de transformação da realidade socioespacial.

A importância do tema se dá pela necessidade de verificar como algumas normatizações da vida geográfica escolar refletem nas dificuldades de professores e da própria instituição em atuar na contra mão dessa ideologia. Buscamos visibilizar a Geografia Crítica enquanto caminho possível para a libertação do conhecimento geográfico escolar, contribuindo de forma significativa na ampliação do senso crítico dos alunos, através das contribuições metodológicas do pedagogo Paulo Freire e Delgado de Carvalho, conjuntamente com o material dialético marxista. É necessário possibilitar maiores práticas e criação de vínculos com a matéria, quebrando essa estrutura para os agentes atuantes neste cenário como alunos, professores e a própria instituição de ensino.

Metodologia

O presente estudo possui caráter descritivo através de revisão bibliográfica, com uma abordagem qualitativa, realizada a partir de artigos acadêmicos e livros coletados nas bases de dados Google Acadêmico, PERGAMUM, Domínio Público e Capes Periódicos.

Os dados foram coletados entre o período de outubro de 2022 a março de 2023, sendo utilizadas as seguintes palavras chave: geografia escolar, geografia crítica, pedagogia e psicopedagogia e com os operadores lógicos AND, OR e NOT — os operadores booleanos fornecem a intercessão, intersecção ou negação dos artigos que contenham todas as palavras-chave digitadas, restringindo a amplitude da pesquisa. Estudos nos quais não representavam o desenho do presente trabalho não foram registrados.

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