A MESORREGIÃO SUL/SUDOESTE DE MINAS GERAIS, COMPARADA A REALIDADE DA MICRORREGIÃO DE ANDRELÂNDIA: UM CASO A PARTE
Casos: A MESORREGIÃO SUL/SUDOESTE DE MINAS GERAIS, COMPARADA A REALIDADE DA MICRORREGIÃO DE ANDRELÂNDIA: UM CASO A PARTE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: camilageografa • 30/9/2014 • 2.601 Palavras (11 Páginas) • 621 Visualizações
2 REGIÃO
O termo região, do latim regione, dependendo do contexto, pode ser, por exemplo, uma grande extensão de terreno, ou parte que supõe ser dividida a atmosfera, ou território que se distingue dos demais por possuir características próprias, ou grande área até certo grau isolada por barreiras climáticas e físicas, que suporta uma fauna característica, diferente da de outras regiões, ou Área cujas partes são ecológica e economicamente inter-relacionadas, de acordo com Dicionário Michaelis.1
Dependendo da corrente do pensamento geográfico, o termo região possui conceitos diferenciados. Contudo, basicamente o conceito de região está ligado à noção fundamental de variação de área.
2.1 A EVOLUÇÃO DO CONCEITO À LUZ DO PENSAMENTO GEOGRAFICO
Ao longo da evolução do pensamento geográfico, o conceito de região foi uma categoria de análise de grande relevância que sofreu várias reformulações, rupturas ou crises ao longo do processo, cujos reflexos provêm da modernidade e da pós-modernidade. Para Corrêa (2002) a Região caracteriza-se como a principal via de acesso para entendermos a noção fundamental de diferenciação de áreas. O mesmo expõe a complexidade do assunto quando afirma ao “dizer que há diferentes conceituações de região. Cada uma delas tem um significado próprio e se insere dentro de umas das correntes do pensamento geográfico.” (CORRÊA, 2002, p.22)
1 Dicionário Michaelis. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues- portugues&palavra=regi%E3o&CP=144727&typeToSearchRadio=exactly&pagRadio=50. Acessado em: 03/10/2011
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No determinismo ambiental, no final do século XIX, a Geografia apoiava-se no conceito de região natural que defendia a interferência do meio no comportamento do homem. Como analisa Corrêa (2002):
A região natural é entendida como uma parte da superfície da terra, dimensionada segundo escalas territoriais diversificadas, e caracterizadas pela uniformidade resultante da combinação ou integração em áreas dos elementos da natureza: o clima, a vegetação, o relevo, a geologia e outros adicionais que diferenciariam ainda mais cada uma destas partes. Em outras palavras, uma região natural é um ecossistema onde seus elementos acham-se integrados são interagentes. (CORRÊA, 2002, p.23-24)
Assim, Correa expõe a visão de região natural, onde esta se impõe sobre todos os outros aspectos. Vários são os autores que propõem a divisão regional apoiada no conceito de região natural, Herbertson e Charles Dryer têm suas idéias expostas por Correa (2002), quando este afirma:
O clima aparece, em Herbertson, Dryer e outros, como o elemento fundamental da natureza. Não resta dúvida de que a variação espacial dos tipos de clima é um dado importante para se compreender a diferenciação da ocupação humana sobre a superfície da terra. (CORRÊA, 2002, p.25)
Assim, percebe-se, nesse momento, como os fatores naturais eram postos com primordiais para a divisão regional. Dentro desse contexto, como exemplo, Herbertson propõem dividir a Terra em seis tipos baseado na região natural que são: região polar, temperada quente, temperada fria, tropical montanhosa subtropical e terras baixas e úmidas aquatoriais. No Brasil o conceito de região Natural foi introduzido por Delgado de Carvalho sendo acompanhado por Fabio Guimarães, em 1913, como aborda Correa (2002):
Guimarães aceitando a identificação das regiões naturais propostas por Delgado de Carvalho, considera as seguintes grandes regiões naturais: norte, nordeste, leste, sul e centro-oeste. Estas unidades regionais maiores foram divididas em regiões, sendo estas, por sua vez, subdividida em zonas
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fisiográficas, caracterizadas por elementos de ordem humana. (CORRÊA, 2002, p.27)
Nesta fase o pensamento positivista de Charles Darwin influenciou diretamente os conceitos da Geografia. Lencioni (1999) menciona tal influência:
Darwin considerava que o que ocorre na realidade é derivado de causas determinadas e as causas que devem ser levadas em consideração são, necessariamente, as que obtiveram um certo grau de eficiência e, por isso,se afirmaram. Os elementos de análise considerados são, portanto, objetivos; ou seja, materiais e passiveis de experimentação. Como decorrência afirmada que as condições naturais condicionam as formas de vida, são determinantes e têm um valor absoluto. Nessa idéia de determinação é que reside a origem do termo determinismo para expressar os postulados evolucionistas fundados no pensamento darwinista. (LENCIONI, 1999, p.45)
Essa influencia atingiu também os conceitos de Ratzel, sobre as diferenciações de Terra:
A visão de que a forma com que o homem organiza sua vida é estreitamente determinada pelas condições naturais permitiu a Ratzel estabelecer a relação entre as diferentes formas de adaptação do homem ao meio e a diversidade de organização social e política no mundo. Permitiu perceber na totalidade suas partes. (LENCIONI, 1999, p.83)
No entanto, dizer que a natureza seria determinante sobre o homem não responde mais ao pensamento da comunidade cientifica no século XX, apesar de esses pensamentos terem contribuído muito para o crescimento da Geografia com ciência. Deste modo Moreira, (2000 apud Duque, 2006) nos mostra como a corrente possibilista passou por influenciar pensamento geográfico:
Os trabalhos dos geógrafos alemães, principalmente os de Ratzel, serão assimilados, mas dentro da reação ao seu germanismo. Os trabalhos de Ratzel provocarão amplos e acesos debates nas academias francesas, onde intelectuais como Durkheim, criador da sociologia funcionalista, farão coro aos geógrafos. Da crítica de Ratzel saíra o elemento chave da
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geografia da “escola Francesa”: a teoria do possibilismo. Seu formulador: Paul Vidal De La Blache. (MOREIRA, 2000 apud DUQUE, 2006, p.16)
De acordo com o possibilismo homem não estaria tão refém do meio natural, em contrapartida ao determinismo ambiental, conforme nos mostra Corrêa (2002):
Reagindo ao determinismo ambiental o possibilismo considera a evolução das relações entre o homem e a natureza que, ao longo da historia, passam de uma adaptação humana a uma ação
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