A Teoria e Prática da Geografia
Por: Mauriceia Corguinha Rimes • 25/8/2019 • Trabalho acadêmico • 1.598 Palavras (7 Páginas) • 234 Visualizações
Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro[pic 1]
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Licenciaturas (Ciências Biológicas, Física, História, Matemática, Química e Turismo)
Pólos da UERJ (ARE, DCA, MAG, MPE, NFR, NIG, PAR, PET, PIR, RES Centro, RES FAT, SPE, SAQ, VRE e Posto de Rio das Flores)
I AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA DE FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO I - 2010/2
Coordenadores da Disciplina: Prof.s: José Mauro Gonçalves Nunes e
Margareth Maria Neves dos Santos de Oliveira
Matrícula: ____________ | Aluno(a):__________________________________________ | |
Pólo:_________________________ | Curso:_______________ | Nota:______________ |
Caro(a) Aluno(a), leia atentamente as orientações abaixo e Boa Avaliação!
Aluno(a), as avaliações a distância – AD - têm um caráter mais voltado para a pesquisa, esta pode ser bibliográfica, de campo, dentre outras. Portanto, neste momento procuramos planejar atividades que favoreçam o seu conhecimento teórico e a sua futura prática educacional.
Esta AD auxiliará você a sistematizar os estudos iniciais realizados sobre o conteúdo da disciplina e objetiva identificar a rede de compreensão realizada sobre as interfaces dos conteúdos dispostos.
Sua elaboração baseou-se no Estudo de Caso intitulado Matemática X Tênis de Mesa: O que há em comum?. Neste sentido, releia as aulas 1 a 8 do Volume 1, módulos 1 e 2 de FE I e textos complementares 1, 1.1., 2, 2.1, 3 e 3.1 abordados até o momento e faça o que se segue para elaborar as questões propostas:
ESTUDO DE CASO:
MATEMÁTICA X TÊNIS DE MESA: O QUE HÁ EM COMUM?
O Relato da Professora Priscila
Há 11 anos leciono no Município do Rio de Janeiro com alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e encontro, desde então, resistência, dificuldade e aversão à Matemática por parte dos estudantes. Na escola em que leciono, o cenário se repete com uma turma de 9o Ano, causando aos alunos angústias e sofrimentos quanto ao seu aprendizado. Pelo fato de os alunos apresentarem inúmeras dificuldades relacionadas ao conteúdo, nem sempre estudado nos anos anteriores, e preferirem os momentos de lazer (recreios ou tempos vagos praticando diversos jogos, inclusive Tênis de Mesa), idealizei e ofereci uma atividade matemática na qual este jogo era o foco principal.
Num primeiro momento, solicitei aos alunos a realização de uma pesquisa sobre o esporte, sua origem, suas regras e como deveria ser praticado. Os alunos ficaram muito entusiasmados no início, pois acreditavam que os conteúdos matemáticos seriam esquecidos por algum tempo nas aulas de Matemática.
Foi feita uma apresentação e discussão sobre o esporte e, a partir das pesquisas trazidas pelos alunos, os conteúdos matemáticos começaram a emergir. Juntamente ao material trazido pelos alunos, foi-lhes apresentado um manual preparado pelo instrutor de Tênis de Mesa, Marcos Yamada (2007)[1] que pode ilustrar com muita propriedade alguns conteúdos que poderiam ser trabalhados.
Ao mesmo tempo em que os alunos se apropriavam das regras e tentavam colocá-las em prática, conceitos matemáticos eram abordados, questionados e apresentados. Uns tratados como revisão e outros aprendidos pela primeira vez. Na Matemática os conceitos estudados ao longo de um ano reaparecem nos anos subsequentes e são aprimorados, surgindo novos conceitos.
ÂNGULOS foi um dos conceitos estudados concomitante à prática de Tênis de Mesa, como pode ser verificado na Figura 1[2], na qual os braços do jogador precisam estar abertos, formando um ângulo de 100º e 30º dependendo da jogada.
[pic 2] |
Figura 1: Posição 14 - Manual de Tênis de Mesa. (YAMADA, M., 2007) |
O estudo sobre ângulos é extremamente vasto e perpassa todos os Anos Finais de escolaridade do Ensino Fundamental. Muitas vezes este conteúdo não é abordado ou simplesmente é apresentado de forma mecânica, sem significado para os alunos, servindo somente para cumprir o planejamento estabelecido no início do ano letivo ou exigido pelas Secretarias de Educação.
A noção de ângulo é muito antiga. Ela já aparecia, por exemplo, na construção das pirâmides do Egito ou nos estudos astronômicos. Os ângulos também tiveram destaque na época das grandes navegações, tanto para a construção de embarcações quanto para os cálculos de rotas marítimas. Infinitas são as representações de ângulos observadas ao nosso redor ou quando encontramos situações que sugerem a ideia de ângulo. Construções de casas e edifícios nos quais o ângulo de inclinação do telhado, em relação ao nível horizontal, contribui para que a água da chuva escoe com mais facilidade. Em estradas, pontes, ruas e placas com sinais específicos que representam a via, conforme se apresenta. Os ângulos e suas medidas são utilizados nos instrumentos: de localização e navegação para calcular distâncias, localizar pontos de referências e definir rumos; de verificação do nivelamento para obras. No jogo de sinuca, noções de ângulo possibilitam boas jogadas.
Ao associar uma das regras apresentadas do Tênis de Mesa ao conceito de ângulos, foi possível despertar a curiosidade e o interesse dos alunos em buscar um pouco mais de conhecimento sobre o assunto e levá-los ao aprendizado dos conteúdos específicos do ano em questão, a saber: semelhança entre triângulos, ângulos complementares, suplementares, adjacentes, Teorema de Tales e suas consequências. Neste sentido, foi possível inserir outros conceitos como geometria, números decimais que culminaram com o estudo do Teorema de Pitágoras, de relações métricas em um triângulo retângulo, dentre outros, além de possibilitar o intercâmbio entre outras áreas do saber, explorando diversos temas e motivando o trabalho interdisciplinar.
Entretanto, a direção escolar e a coordenação pedagógica, da Unidade de Ensino na qual leciono, não conseguiam perceber a relação entre Ângulos e Tênis de Mesa. Questionaram o desenvolvimento de minha prática, no que diz respeito ao conteúdo a ser apresentado à turma durante o ano letivo, bem como minha capacidade de dar “conta” de todo o conteúdo estabelecido no planejamento inicial do ano letivo e levantaram questões do tipo: “O que os responsáveis vão achar desta ‘brincadeira’?”; “Como iremos nos apresentar junto às Coordenadorias Regionais?”; “Tênis de Mesa: isto é sério?”. Por conta destes e outros questionamentos e comentário e pela falta de argumentos suficientes que as convencessem, suspendi o trabalho desenvolvido até aquele momento e retomei às aulas tradicionais com receio de ser colocada “à disposição”.
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