ANÁLISE SISTÊMICA DO AMBIENTE URBANO, ADENSAMENTO E QUALIDADE AMBIENTAL
Casos: ANÁLISE SISTÊMICA DO AMBIENTE URBANO, ADENSAMENTO E QUALIDADE AMBIENTAL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: liaac • 14/5/2014 • 3.024 Palavras (13 Páginas) • 615 Visualizações
Adensamento urbano
Muitas soluções ambientais estão ligadas ao urbanismo. Embora urbanismo seja em primeiro lugar uma questão política e as soluções urbanas sejam coletivas vamos falar um pouco sobre ele aqui para orientar algumas decisões do cidadão individualmente ecológico. Percorrendo uma cidade encontramos realidades bem diferentes. Em certas áreas urbanas vemos árvores nas ruas, grama nas áreas de passagem, além de casas com jardim e quintal. Os recuos entre construções são mais amplos e elas não se grudam umas às outras. Em alguns condomínios de apartamentos também encontramos ampla área livre e verde abundante. Áreas residenciais com essas características, além de propiciarem uma qualidade de vida melhor aos moradores, também têm algumas vantagens ambientais. A presença do verde tem efeito positivo no efeito estufa, afinal os vegetais sequestram o carbono atmosférico. Áreas gramadas, jardins e quintais permitem a infiltração da água da chuva e isso é ótimo para a circulação subterrânea das águas. Construções com bons recuos, ou seja, com espaço livre em volta, podem receber ventilação e iluminação naturais e assim se tornam mais econômicas.
Da mesma forma, nas cidades também podemos encontrar áreas com alta ocupação do solo. As edificações ficam encostadas umas às outras e ocupam quase toda a área do terreno. As ruas são asfaltadas, as calçadas cobrem toda a área de circulação e praticamente não há verde. O adensamento urbano tem a vantagem de concentrar a população em área menor, o que resulta em economia de infraestrutura urbana, menos deslocamentos, etc. Por outro lado, quando o concreto ocupa o lugar do verde perde-se a área de infiltração da água de chuva. As temperaturas nessas áreas passam a lembrar de clima de deserto: escaldantes durante o dia e frias durante a noite. A impermeabilização do solo favorece as inundações e enxurradas.
Ponto de equilíbrio
Do ponto de vista ambiental, em áreas urbanas é interessante uma densidade populacional alta, ou seja, mais pessoas habitando áreas menores. Ao mesmo tempo, é preciso manter uma baixa ocupação do solo com a área verde predominando sobre a área construída. Conciliar essas duas necessidades não é fácil. Geralmente densidade populacional maior é acompanhada de alta ocupação do solo.
Soluções que equilibram maior densidade populacional com menor ocupação do solo existem, embora ainda não sejam comuns. Brasília nos oferece um modelo interessante nesse sentido. As chamadas super quadras brasilienses mantém uma relação boa entre área verde e área construída. O código de urbanismo restringe a área construída predial a 15% da área total da quadra e a ocupação se dá com prédios de apartamentos de até 6 andares. Esses prédios acomodam mais moradores do que na ocupação por casas. Nesse caso, temos uma relação amistosa entre áreas livres e construídas combinada com uma densidade populacional média.
O planejamento rigoroso de Brasília não é encontrado em outras cidades brasileiras em função do processo histórico particular da capital federal, mas existem pelo Brasil projetos que também conciliam maior densidade populacional com manutenção do verde. São exemplo os condomínios verticais construídos em terrenos amplos. Esses projetos, embora pontuais, talvez não sigam um modelo ideal; geralmente atendem à demanda de famílias de alta renda; mas demonstram preocupação ambiental e com a qualidade de vida.
Entende-se por adensamento a deformação plástica e a redução do índice de vazios de uma massa de solo em função do tempo e da pressão aplicada.
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ANÁLISE SISTÊMICA DO AMBIENTE URBANO, ADENSAMENTO E QUALIDADE AMBIENTAL
I - INTRODUÇÃO
Propostas de planejamento urbano colocam o adensamento como resposta às demandas sociais. O adensamento proposto, que significa uma intensificação do uso e ocupação do solo, aparece vinculado à disponibilidade de infra-estrutura e às condições do meio físico. Então, a área que se apresentasse com uma infra-estrutura subutilizada e sem impedimentos do meio físico seria considerada como passível de adensamento, entendendo-se como infra-estrutura as redes de água, luz, esgoto, telefone e gás encanado.
Como na área urbana de uma cidade, a terra já se apresenta quase que completamente edificada, esta intensificação do uso e ocupação do solo só pode ocorrer com a verticalização das construções.
Entendendo-se que a sociedade humana depende, para seu bem-estar, da consideração não só dos parâmetros éticos e sociais, mas também dos fatores ambientais, coloca-se como tema central deste artigo a questão do adensamento do espaço urbanizado, levando-se em consideração as conseqüências ambientais geradas pela verticalização das construções.
Foi preciso uma ampla consulta de vários trabalhos referentes aos atributos ambientais do espaço urbanizado para que se pudesse trabalhar com inferências. Na revisão bibliográfica realizada por NUCCI (1996) em sua tese de doutoramento, procurou-se apresentar o máximo de citações possíveis sobre os aspectos relacionados com o clima urbano (ilha de calor, poluição, etc.), água (enchentes, abastecimento e esgotamento), lixo, poluição sonora, visual, cobertura vegetal, espaços livres, áreas verdes, recreação, uso do solo, verticalização, densidade demográfica e tombamento.
II - CONSEQÜÊNCIAS DO ADENSAMENTO E DA VERTICALIZAÇÃO
Segundo MARCUS & DETWYLER (1972), as mudanças causadas no clima pela urbanização são: diminuição da radiação solar, da velocidade do vento e da umidade relativa e aumento da temperatura, da poluição, da precipitação e de névoa.
Com a urbanização tem-se um aumento da impermeabilização ocasionada pela inescrupulosa ocupação do solo por concreto. Os corpos d'água e os espaços livres vegetados não encontram lugar na luta pelo espaço.
A verticalização faz com que a superfície de concreto, com alta capacidade térmica, aumente. Todo este procedimento leva a uma diminuição da evaporação, a um aumento da rugosidade e da capacidade térmica da área. Estas três modificações são os principais parâmetros que determinam a ilha de calor encontrada nas grandes metrópoles, segundo Myrup (1969) in LOMBARDO (1985).
As conseqüências da verticalização não ficam circunscritas à área verticalizada. Elas influenciam na qualidade de vida de toda a população ao redor, desde a vizinha até a mais distante. Os únicos que ganham com a construção desses enormes edifícios são os
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