Armas, Germes E aço
Trabalho Escolar: Armas, Germes E aço. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: andregeo • 23/7/2014 • 2.455 Palavras (10 Páginas) • 1.293 Visualizações
ANDRÉ LEANDRO DA SILVA
ESTUDO DIRIGIDO
“ARMAS, GERMES E AÇO”.
Jared Diamond
Trabalho apresentado ao curso de especialização no ensino da Geografia ofertado pelo IEC - Instituto de Educação Continuada - da PUC Minas, como um dos pré-requisitos para a aprovação na disciplina - Geopolítica Ambiental - ministrada pelo professor ...
Belo Horizonte
Abril
2014
Questões Gerais
O planeta Terra, no alto de toda sua complexidade, da variedade de espécies e de ecossistemas não pode ser entendido como uma realidade estática. Vários acontecimentos se sucederam espaço e temporalmente interferindo diretamente na dinâmica da vida, humana ou não, neste planeta que se revela tão fascinante quanto paradoxal.
Aos olhos de uma criança, e, até mesmo baseado no senso comum a tendência é que a visão de um mundo como um tabuleiro, onde as condições naturais se repetem em todos os cantos seja difundida escondendo a complexidade dos fenômenos, naturais e/ou antrópicos. Tal concepção faz com que perguntas tais como a que foi feita pelo Neo-guineense, Yali e que despertou em Jared Diamond a “curiosidade” pela descoberta da origem das desigualdades sejam respondidas por um viés determinista, quando não preconceituoso da superioridade de algumas civilizações frente a outras.
Muitos são aqueles que dedicaram os trabalhos de suas vidas a entender as diferentes condições das várias civilizações humanas pelo viés cultural, étnico-racial e até religioso. Tais estudos não merecem e, nem devem ser descartados. Contudo, abrangem muito mais as consequências do que as causas. Jared Diamond, ao se pautar nas condições geográficas “disponíveis” ao longo do planeta atingiu a causa, ou seja, as singularidades físico-naturais de cada espaço que tiveram papel determinante na diferenciação organizacional dos diversos grupos humanos que habitaram e habitam o planeta Terra.
O mundo contemporâneo da tecnologia de ponta, da transformação da natureza pelo homem, do “controle” de algumas condições físicas adversas tornando áreas inabitáveis, habitáveis nem sempre foi assim. Fatores como posição geográfica, clima, fauna e flora num tempo pretérito, mas exatamente há 13 mil anos, foram determinantes, por exemplo, pela “largada na frente” dos europeus, “favorecidos” pelas condições climáticas, da fauna e flora da região da Eurásia. Conforme pode ser visto nos episódios da série “Armas, Gemes e Aço” alguns povos, destaque para os europeus, contaram com a “ajuda” de uma posição geográfica favorável, por climas mais propícios às práticas agrícolas, com espécies vegetais ricas em proteínas que se desenvolvem nestas áreas e com animais domesticáveis, ao mesmo tempo produto e mão de obra.
Essa diferenciação espacial ao promover condições mais favoráveis a certas populações humanas selou seu destino.
Episódio I – “Saindo do Jardim do Éden”
Em busca de respostas para a pergunta a ele feita, Jared Diamond remonta ao período da pré-história, quando os homens ainda viviam de maneira semelhante pelo planeta. Foi a partir do estudo desse período da história humana que ele desvendou um dos primeiros enigmas de sua empreitada, a agricultura como ponto de partida para a diferenciação das populações humanas no percurso da humanidade. Tal prática surgiu no oriente médio há cerca de 11500 anos.
O surgimento da agricultura naquele espaço se deveu a dois fatores marcantes, o primeiro devido ao fato de as espécies vegetais, em especial o trigo e a cevada, com rico poder proteico, predominavam na região. Contudo, inicialmente a população vivia como nômade deslocando-se à procura dos campos fartos, caçando e se abrigando em ambientes como cavernas. O segundo fator que, somado ao primeiro, foi preponderante para o surgimento da agricultura no oriente médio foi a mudança climática que perdurou por volta de 1000 anos e que tornou a região mais fria e seca, dificultando o modo de vida nômade, uma vez que a disponibilidade de recursos caiu sensivelmente.
Para se adequar a estas novas condições climáticas a espécie humana passou a se estabelecer próximo aos recursos hídricos, recurso primordial para todas as formas de vida, passando a plantar seus próprios campos de alimentos. A partir de então o nomadismo seria substituído pela fixação do homem em um determinado local onde plantava, colhia e estocava seu próprio alimento. Contudo, a agricultura não se desenvolveu de maneira igual por todos os continentes, seu sucesso esteve diretamente relacionado à produtividade das plantações, ou seja, as espécies vegetais existentes em cada espaço. Novamente a geografia “privilegiou” determinadas populações humanas.
Comparado ao estilo de vida nômade o homem agrícola deu um salto qualitativo e quantitativo no que tange à eficiência alimentar ao possibilitar a produção de um superávit possibilitando também a formação de agrupamentos cada vez maiores, com a liberação das mentes mais engenhosas agora voltadas à invenções e descobertas de novas técnicas e produção de novas tecnologias. Aos poucos foi se intensificando esta divisão de tarefas à medida que se aperfeiçoavam cada vez mais na produção de alimentos.
Não demorou muito e as populações dos vilarejos agrícolas do crescente fértil passaram a domesticar também certas espécies de animais, tal medida não só reduziu as atividades da caça como também proveu o vilarejo de uma suplementação alimentícia graças à procriação das espécies e ao fornecimento de carne, leite e até de pelagem para a confecção de roupas mais eficientes. A domesticação de algumas espécies animais como os carneiros e o cavalo também contribuíram consideravelmente para a expansão das civilizações agrícolas já que estes também se constituíram em mão de obra no campo, assim como fertilizantes das áreas cultivadas. Como resultado, a vinculação da pecuária à agricultura promoveu um novo salto
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