Artigo Sobre Conceitos de Marx
Por: Guilherme Matheus Da Cruz Mendes Vieira • 30/9/2019 • Artigo • 2.034 Palavras (9 Páginas) • 360 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO[pic 1][pic 2]
Faculdade de Formação de Professores
Departamento de Geografia
Disciplina :Sociologia Geral
Docente: Gustavo Vilela
Discentes: Jully Rackel Mistura, Beatriz Henrichs e Guilherme Matheus
Resumo: O presente artigo tem como objetivo as análises sobre Karl Marx, com embasamento em obras sobre os conceitos e pensamentos marxistas, por meio de autores como David Harvey e Louis Althusser. Essas obras abordam o período de transição de sistemas econômicos, do feudalismo para o capitalismo, principalmente focado na Grã-Bretanha, além da dinâmica do capital e suas consequências sociais.
Palavras-chaves: Materialismo Histórico - estrutura e superestrutura; Ideologia; Acumulação primitiva do capital - gênese do capital e da sociedade de classes; êxodo rural e vida urbana; exército industrial de reserva - desemprego – “marginalidade” dinâmicas do capital - mais-valia; Fetichismo da Mercadoria.
Karl Heinrich Marx nascido em 5 de maio de 1818, em Tréveris na Renânia- Palatinado, advindo de uma família de classe média prussiana, estudou nas universidades de Bonn e Berlim. As ideias da filosofia hegeliana despertaram sua curiosidade através da dialética e a contradição do conceito apresentado por Georg Friedrich Hegel, onde ele defendia que não havia a possibilidade de existir uma filosofia materialista. Foi quando Marx e Engels produziram a obra “A Ideologia Alemã”, questionando as ideias dos jovens hegelianos e depreciando os costumes tendenciosos da burguesia. O livro já apresentado também introduz algumas ideias, tais quais como por exemplo o “materialismo histórico”.
A partir da industrialização na Europa a desigualdade social se fez crescente, gerando grande impacto no campo social e político, que leva a estudos da sociedade, como se pode citar a ideia principal da concepção materialista da história que é o materialismo histórico que consiste na construção social através dos meios de produção e da forma como se produz. Esta concepção foi gerada a partir de estudos científicos e empíricos, saindo do campo da observação. Um dos conceitos apresentados no materialismo histórico é a evolução da sociedade por meio da luta de classes, este confronto é chamado de “exploração do homem pelo homem” e seria um fator crucial para a superação de um sistema econômico e a concretização de um novo.
A globalização traz uma nova corrente econômica oriunda dos ideais do liberalismo clássico. O neoliberalismo tem como fundamentais características a abertura da economia para a entrada de multinacionais, a privatização de empresas pertencentes ao Estado e a redução estatal como promotor do bem estar social (prestação de serviços públicos básicos) e da economia (distribuição de renda para a população).
Loïc Wacquant apresenta a ideia de encarceramento em massa advinda das características do neoliberalismo. O principal fator que leva ao encarceramento em massa é a atenuação do Estado como um incentivador no combate as desigualdades sociais e econômicas. Devido aos princípios do neoliberalismo, há sempre uma parcela da população desempregada que recorre aos saques e roubos como forma de sobrevivência. As classes dominantes mandatárias do Estado respondem a essas ações com um Estado punitivo e criminalizador da miséria, que é causada pela exclusão de uma parcela da classe menos favorecida economicamente, principalmente da população negra que são maioria desta parcela.
O interesse comum se erige encarnado no Estado. Autonomizado e separado dos reais interesses particulares e coletivos, o Estado se impõe na condição de comunidade dos homens. Mas é uma comunidade ilusória, pois o Estado, por baixo das aparências ideológicas de que necessariamente se reveste, está sempre vinculado à classe dominante e constitui seu órgão de dominação. (MARX, Karl. ENGELS, Friedric;1998. p.XXXI.)
Focualt trabalha com a ideia de necropolítica, que consiste na eliminação de indivíduos não produtivos para o capitalismo. Mas a eliminação, nem sempre, é feita de modo explícito. No neoliberalismo, a ação de privatizar empresas atinge diretamente a massas dispensáveis, que são consideradas inimigas do Estado. A ativista política e social Clara Valverde usa o termo ‘violência discreta’ e diz que
Por exemplo, cortes, mercantilização e privatização da saúde pública são uma violência discreta. Não matam a tiros os doentes das listas de espera. Mas, quantos morrem nessas listas intermináveis? Essas listas são longas porque os administradores da saúde pública e os políticos as organizam para que a saúde privada “sugue” dela. Isso tem, como uma de suas consequências, o sofrimento e a morte lenta dos doentes que esperam. (VALVERDE, Clara. O neoliberalismo e a necropolítica: o objetivo é deixar morrer as pessoas que não são rentáveis. Diário do Centro do Mundo, 2019)
No livro “A Ideologia Alemã” Marx apresenta o conceito de estrutura e superestrutura através da metáfora do edifício em que sua base, a estrutura, representa o modo de produção econômico e as relações entre as classes dessa sociedade. Já a superestrutura seria determinada na estrutura, através de instituições, direito, Estado, cultura, consciência, visão de mundo e ideologia.
Pode-se dar o exemplo do capitalismo, que é um modo de produção e é considerado estrutura e vai determinar como a sociedade se comporta, através da superestrutura (visão de mundo, consciência, instituições.
Dentro da superestrutura existe a chamada “Ideologia” que funciona como uma forma de distorção da realidade ou a deturpação do real sentido das coisas, representando desde sempre o caráter e interesses da classe dominante (detentora dos meios de produção). As ideias da classe dominante, são as ideias prevalecentes. Pode-se dar um exemplo de ideologia no Brasil contemporâneo a partir da falsa realidade da igualdade racial, onde a classe mais influente diz que não há diferença de oportunidades para brasileiros com antecedentes de outras etnias e também não existe discriminação.
Na Inglaterra, no século XVIII, ocorreu um fenômeno de grande surgimento de indústrias, principalmente do ramo têxtil, as máquinas dessas industrias funcionavam com o carvão como combustível, essa nova forma de produção implementou uma substituição no setor produtivo e nas relações de trabalho, mudando o sistema econômico vigente e provocando assim a mudança do feudalismo para o capitalismo.
Com este fenômeno houve um aumento do abismo econômico entre as classes sociais, onde o trabalhador é dissociado dos meios de produção – a acumulação primitiva. Camponeses têm suas terras expropriadas para a propriedade privada, esta com a função de expandir os pastos para criação de ovelhas, de onde se retira a lã. Devido a essa desapropriação de terras, os camponeses passam a ter que vender sua força de trabalho para sobreviver, buscando oportunidades nas indústrias dos grandes centros urbanos, gerando assim a um grande êxodo rural.
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