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Artigo do livro: Os (des) caminhos do meio ambiente.

Por:   •  30/7/2016  •  Artigo  •  1.918 Palavras (8 Páginas)  •  2.277 Visualizações

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

TEORIA E MÉTODO EM GEOGRAFIA

PROFESSOR DAKIR LARARA

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Artigo do livro: Os (des) caminhos do meio ambiente.

Jaqueline Ribeiro

CANOAS

2013

Artigo do livro: Os (des) Caminhos do meio ambiente. Autor: Carlos Walter Porto Gonçalves. Foram citados no artigo quatro capítulos do livro (“O conceito de natureza não é natural”, “A harmonia natural. Natural?”, “Sociedade natural. Natural?” e “Sociedade Moderna e Natureza”).

O CONCEITO DE NATUREZA NÃO É NATURAL

O autor inicia colocando que as sociedades indígenas ou os orientais, se aproximam mais da natureza, convivem mais com a própria natureza. Deixando de fora a sociedade ocidental. Conforme Gonçalves (2005, p. 23) “as comunidades indígenas e as sociedades orientais são, via de regra, evocadas como modelos de uma relação harmônica com a natureza”. E coloca também que toda a sociedade/cultura cria seu próprio conceito de natureza, criada pelo homem, sendo assim, não seria natural, pois foi inventada.

Toda sociedade, toda cultura cria, inventa, institui uma determinada ideia do que seja natureza. Nesse sentido, o conceito de natureza não é natural, sendo na verdade criado e instituído pelos homens. Constitui um dos pilares através do qual os homens erguem as suas relações sociais, sua produção material e espiritual, enfim, sua cultura. (GONÇALVES, 2005, p. 23)

A HARMONIA NATURAL. HARMONIA?

O nosso dia a dia, está repleto de convencionalismo que colocam a cultura contra a natureza, fazendo com se separem. Que deveria ser ao contrario, deveriam ser unidos estes dois conceitos.  No ocidente, vemos a natureza de dois modos: ou como sendo a bondade, ou como sendo a “lei da selva”, o mais forte sobrevive.

No chamado mundo ocidental, vivemos de fato essas duas vertentes: ou vemos a natureza como algo hostil, lugar da luta de todos contra todos, da chamada lei da selva, ou vemos a natureza como harmonia e bondade. Se a natureza é o lugar de luta de todos contra todos, nada mais necessário do que o Estado para impor a lei e a ordem... com isso desqualificando os seus críticos como sendo aqueles que querem voltar ao Estado da natureza, à animalidade. Já entre aqueles que veem a natureza como bondade e harmonia encontramos, infelizmente, muitos que contraditoriamente partilham do mesmo ponto de vista que acreditam criticar: a natureza é bondosa e harmônica e os homens é que destroem a natureza. Como se vê, o homem não é natureza, mantendo-se, portanto, a dicotomia sociedade-natureza, homem-natureza. (GONÇALVES, 2005, p. 62).

Como o próprio autor coloca que “não existem palavras naturais para falar de natureza... as palavras são criadas e instituídas em contextos sociais específicos e também por este modo o conceito de natureza não é natural”.

O conceito de ecossistema vem a ser algo menos ambíguo que os de natureza e meio ambiente. Pois compreende tanto o meio físico como meio que ocorrem as interações humanas.  

Conseguiram apontar para um conceito mais sólido que é o de ecossistema, menos ambíguo e vago que o de natureza e meio ambiente... O ecossistema compreende, antes de mais nada, o biótopo – o meio geofísico – e a biocenose – conjunto das interações entre os seres vivos de todas as espécies que povoam este biótopo. Constitui, assim, uma unidade complexa de caráter organizador ou sistema. (GONÇALVES, 2005, p. 63)

O ecossistema nada mais é do que as interações que existem entre os seres que o habitam, sendo assim ele só existem por causa dessas interações.

Na verdade, cada ecossistema é um todo que se organiza a partir das interações dos seres que o constituem. Assim, o todo, o ecossistema, só existe pelas interações entre partes e são essas complexas interações que o constituem. (GONÇALVES, 2005, p.64)

A organização biológica do indivíduo depende dos processos geofísicos (estações do ano, dia/noite, etc.), não só os indivíduos, mas também as espécies, ecossistemas, entre outros.

A radiação solar traz energia à vida. A rota da Terra em torno do seu próprio eixo e o movimento que faz em torno do sol produzem as variações dia/noite e as estações com suas alternâncias cíclicas de luz, temperatura, hidrologia, segundo as latitudes e regiões... Esses ciclos geofísicos condicionam a organização biológica dos indivíduos, das espécies, dos ecossistemas, que segundo a alternância sazonal e de dias e noites sincronizam a sua atividade, germinação, hibernações, mortes, etc... (GONÇALVES, 2005, p. 66).

Isso faz com que se cada ser vivo tivesse consigo um medidor próprio que controla os ciclos que a Terra faz. De acordo com Gonçalves (2005, p. 67)  “é como se cada individuo, espécie e mesmo ecossistema trouxesse um relógio próprio que se movimentasse no período de uma volta completa da Terra sobre si mesma”.

Não só no controle do que a Terra faz, mas ainda mais o controle de seus próprios ciclos, desde o ato sexual, o nascer e até a sua morte.

O próprio universo animal está sob o comando conjugado do grande relógio geocósmico, dos relógios vegetais e dos relógios individuais, tanto nas ações cotidianas como na atividade sexual, o nascimento, o crescimento, e o desenvolvimento e, por vezes, mesmo a senescência e a morte. (GONÇALVES, 2005, p. 68).

Não devemos esquecer que as espécies que existem hoje, é uma insignificante parcela daquelas que já viveram. E que evoluíram por algum motivo. Que podemos consideram os próprios ciclos que a Terra faz ao longo de seu “tempo”, este que fizeram as espécies se reorganizar, reestruturas, reagrupar, para sobreviver, evoluir.

Apesar das inúmeras espécies vivas que hoje conhecemos, é preciso considerar que elas constituem uma ínfima parcela das que existiram... A eco-evolução está marcado por inúmeras mutações ecológicas, isto é, reestruturações novas sob o efeito de perturbações a longo e a curto prazo: submersões, emersões, enrugamentos, elevações, erosões, tropicalizações, glaciações, desertificações, migrações, aparecimento de novas espécies. (GONÇALVES, 2005, p. 68 e 71).

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