Brasil Caipira

INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ

ADMINISTRAÇÃO 2

TRABALHO DE GEOGRAFIA

BRASIL CAIPIRA

BEATRIZ COSTIN

CURITIBA, 2013.

Neste trabalho serão apresentados os caipiras de sua forma mais simples. Seus costumes e sua história. Muito daquilo que estamos acostumados a ver, surge de algo tão complexo que nem mesmo paramos para pensar. Como eles se divertiam antigamente? Como era sua culinária? Como se vestiam? O que continua igual e o que mudou? Afinal, o caipira que conhecemos é realmente o caipira existente? Existem alguns estudiosos no assunto que respondem essas perguntas. Seguindo principalmente o livro “O Povo Brasileiro” de Darcy Ribeiro estas perguntas serão respondidas ao decorrer do trabalho.

 

O povo caipira, como é considerado por Darcy Ribeiro, pelo fato de ser uma mistura de raça, etnias e também uma nação. Todos os povos criam laços afetivos e atividades socioculturais em relação ao território e a sua paisagem. E por isso os caipiras são um povo, o que os difere dos outros pontos são esses laços afetivos, eles se identificam e se caracterizam por si só. Etnia é, sobretudo, a identidade cultural do grupo, indicadas por elementos tais como as tradições e a língua. Raça baseia-se em fatores biológicos, como a cor da pele o formato da cabeça, o tipo de cabelo, entre outros. É como se sendo um povo, as pessoas são unidas de forma humana, com outros conceitos seria sobre algo exterior, físico.

Caipira é um termo de origem tupi que designa desde os tempos coloniais brasileiros, o morador da roça, os mestiços de branco e índia, no século XVIII. Ou seja, surgiu com a vinda dos portugueses, principalmente, para o Brasil, quando eles se relacionaram com as índias. A designação alcançou, sobretudo, populações da antiga capitania de São Vicente, depois capitania de São Paulo, que abrangia extensa região que ia de Minas Gerais, Paraná até à região de Lajes, no estado de Santa Catarina, abrangendo ainda Mato Grosso e Goiás. O termo "caipira", no entanto, costuma ser utilizado com mais frequência no estado de São Paulo. As primeiras referências ao caipira e ao dialeto caipira são relativas aos antigos aldeamentos situados ao redor da vila de São Paulo. O caipira sofreu muitas transformações, influenciado que foi pela maciça imigração italiana para as fazendas de café. Mas o caipira, por sua vez, aculturou o imigrante. Também os alemães imigrados logo depois da Independência acabaram conhecidos como "os caipiras alemães de Santo Amaro". Na região norte paulista povoada no início do século XIX, a presença de migrantes de Minas Gerais foi grande, dando outra característica à região. Já o Oeste de São Paulo, de colonização, já surgiu com a presença italiana, japonesa, mineira e nordestina, também formando uma cultura bem diferente das regiões mais antigas de São Paulo.

Os caipiras são muito característicos, desde o século XVII até hoje. Todos temos na cabeça aquela imagem tradicional dos caipiras, por exemplo, antigamente eles usavam roupas de trabalho no campo, para as mulheres, os vestidos longos e “confortáveis” junto com lenços na cabeça para que fossem protegidas do sol. Os homens usavam calças largas e também confortáveis, as vezes rasgadas pelo trabalho, junto com as camisas largas e velhas. E nunca poderia faltar o chapéu de palha para também proteger a cabeça do sol. E algo que dá pra observar também, é que os caipiras tem a tendência a trabalharem juntos, ajudando uns aos outros. Tanto naquela época como hoje eles não estão muito diferentes. Os homens mantiveram os trajes e as mulheres trocaram os vestidos por calças e camisetas, mas hoje conhecemos os caipiras pela forma da festa junina. Os vestidos floridos junto com as tranças das mulheres e as calças remendadas dos homens. Essa forma de se vestir veio do século XVII, quando aos domingos para comemorar festas, eles se vestiam dessa maneira. E os remendos nas roupas eram para igualar as classes sociais, para que na hora de festejar não houvesse desigualdades. E foi isso que ficou “guardado” para a nossa geração durante as festas juninas, onde as crianças e adultos copiam essa maneira de se vestir. A música caipira, outro parte importante de sua cultura, tem uma temática rural. “As letras das músicas são românticas, por um canto triste que comove e lembra a senzala e a tapera, mas sua dança é alegre". É principalmente conhecida como moda de viola desde o século XVII. Quando começou a surgir a música sertaneja, o nome mudou para “música de raiz” para ser melhor distinguida. Muitas vezes tocam esse tipo de música em “rodas” em festas. É tocado pela viola e cantado de forma homofônica ou seja, por uma voz só. Uma música muito característica dos caipiras é a música “Romaria”. Nela está explicita algumas coisas que marcaram os caipiras. Retrata um sentimento de alguém que sofreu, mas que nunca deixou de sonhar frente às adversidades. Simplesmente um brasileiro, que luta diariamente, mas mantém a imaginação e as lembranças firmes. Há luta, derrotas e vitórias como em qualquer batalha. Há sonhos, ainda que perdidos em pequenas divagações e preces. Há esperança de tempos melhores apesar de toda e qualquer dificuldade. Há uma capacidade transformadora explícita, expressa principalmente na religiosidade. Há uma descrição natural do brasileiro: uma vida árdua, mas onde a palavra desistir não existe. É a descrição do caipira, do brasileiro.

Comida caipira é um conjunto de pratos típicos do interior de São Paulo, nos primórdios era feita no fogo-de-chão na trempe, o fogão dos tropeiros, onde as panelas ficavam apoiadas em pedras em formato de triângulo ou penduradas em uma armação de três varas em estilo tripé por cima do fogo e que podiam ser de ferro ou de pau verde, e às vezes no chamado tucuruva, um fogão improvisado no meio do cupinzeiro, com o passar dos tempos ganhou altura e formato no que é hoje o fogão a lenha, onde normalmente é feita a maioria dos pratos. Os caipiras sobreviviam muitas vezes de plantação de subsistência, por isso os alimentos utilizados eram muitas vezes os que eram plantados. Entre os grandes pratos e bebidas da cozinha caipira figuram: o leitão à pururuca, cuscuz caipira de legumes, pamonha, arroz tropeiro, bolinho caipira, vaca atolada, frango caipira,

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