Capacitação de aguas pluviais
Por: Gabriel Resende • 19/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.043 Palavras (5 Páginas) • 287 Visualizações
Césio-137 – Acidente radiológico em Goiânia
No dia 13 de setembro de 1987, em Goiânia-GO, ocorreu o maior acidente radiológico fora de uma usina nuclear. Devido ao descumprimento do acordo firmado entre a Sociedade São Vicente de Paulo e o Instituto Goiano de Radioterapia (IGR), o qual deveria oferecer exames gratuitos à Santa Casa de Misericórdia, com isso resultou a perca do terreno o qual o Instituto estava instalado até o ano de 1984. Somente no ano seguinte, o Instituto de Radiologia se mudaria para um novo endereço deixando para trás os mobiliários e equipamentos antigos, entre os quais havia um aparelho radiológico contendo uma cápsula de Césio-137. Não houve o interesse por parte do IGR em transportar os equipamentos devido ao alto custo do transporte, além disso a cápsula não fora objeto de nenhum ato de fiscalização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Os equipamentos abandonados despertaram curiosidade e interesse em dois catadores de lixo, Roberto e Wagner, os quais encontraram a cápsula e violaram um envoltório de chumbo que continha aproximadamente 19,26g de cloreto de césio-137. Esta cápsula foi vendida para Devair, dono de um ferro velho, em sua posse a cápsula revelou um brilho azul fascinante, proveniente do césio, em uma noite de setembro. Com sua descoberta, ele divulgou na vizinhança esta luz azul e distribuiu entre parentes, amigos e vizinhos alguns fragmentos do pó desprendidos do interior da cápsula, que circulava de mão em mão e pelos ares, transformando-se em uma terrível fonte de contaminação. Pouco tempo depois várias pessoas procuraram hospitais com os mesmos sintomas: náuseas, vômitos, diarreias, tonturas, lesões do tipo queimadura da pele.
Maria Gabriela, esposa do Devair, desconfiava de possíveis malefícios com relação à cápsula. Suas suspeitas se confirmavam ao observar os enjoos persistentes e a queda de cabelo de seu marido que haviam começado logo depois que a cápsula chegara à sua casa. Devair ridicularizava as suspeitas da mulher e continuava levando consigo a cápsula a tira colo na sua rotina de trabalho entre a casa e a oficina. Ela buscou novas estratégias para tentar comprovar suas hipóteses com relação à cápsula. No dia 29 de setembro, em uma nova tentativa de se livrar da cápsula, Maria Gabriela levou-a até a sede da Vigilância Sanitária, a qual contratou um físico nuclear chamado Walter Mendes que detectou altos índices de radiação próximo à sede da Vigilância Sanitária e imediatamente acionou a CNEN.
No final do mês de outubro, a notícia da morte das primeiras vítimas: Maria Gabriela e sua filha Leide das Neves, elevou o drama a seu ponto culminante de enfurecimento. O episódio propagou o medo na população goianiense revelando-lhe o caráter fatal da contaminação radiológica. As primeiras providencias tomadas foram identificar, monitorar, descontaminar e tratar a população envolvida, as áreas consideradas como focos principais de contaminação foram isoladas e iniciou-se a triagem de pessoas no estádio da cidade. Para a possível descontaminação foi necessário a remoção do solo e de construções que índices de radiação acima do permitido e foi realizado um monitoramento para quantificar a dispersão do césio no ambiente, além de análise do solo, água e ar.
A retirada de todos os materiais contaminados com o césio-137 rendeu cerca de seis mil toneladas de resíduos (roupas, utensílios, materiais de construção, etc.). Tais resíduos radioativos encontram-se confinados em mil e duzentas caixas, dois mil e novecentos tambores e quatorze contêineres revestidos com concreto e aço em um depósito especial na cidade de Abadia de Goiás, um distrito de Goiânia.
No ano de 1996, a justiça julgou e condenou por homicídio culposo os três sócios e funcionários do antigo IGR a três anos e dois meses de prisão, pena que foi substituída por prestações de serviços.
Este acidente resultou em centenas de vítimas pelas quais várias veio a falecer e a maioria dos sobreviventes sofrem até hoje com sequelas, como por exemplo: cicatrizes de queimaduras, cegueiras, má formações, câncer entre outros, e o descaso do Estado para com a população afetada.
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Caixão de Chumbo
A fonte da contaminação apresentada é pontual/localizada por ser facilmente identificada e dispersa em locais específicos. O Césio-137 é um metal alcalino que se caracteriza como um poluente radioativo com caráter físico (radioatividade) e químico (metal pesado). Os meios de transporte observados no acidente foram água, ar e solo, além da circulação de pessoas e objetos. Como exemplo: a da Leide ao ingerir um ovo cozido com as mãos sujas de pó radioativo, mulheres temendo o mistério das partículas luminosas, lançara-as no vaso sanitário e a precipitação de chuva no mês de outubro daquele ano embalados pelas finas correntes de água que se formava continham vestígios de césio que escorriam por outras ruas e contaminado o solo dos bairros. Tendo como seus possíveis agentes receptores, destacam os organismos individuais como: Devair, Maria Gabriela, Leide, entre outros; ecossistemas como: a hidrosfera, litosfera e atmosfera; além de bens como: os objetos das vítimas e os resíduos enterrados.
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