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Estradas Antigas

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Por:   •  18/3/2015  •  535 Palavras (3 Páginas)  •  230 Visualizações

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A história dessa estrada é interessante. Nascida da iniciativa conjunta dos fazendeiros, no final da década de 1870, demorou muito para ser construída e só foi inaugurada em 1888. Tarde demais! A região, cuja prosperidade durara apenas 50 anos, de 1836 até 1886, já estava em decadência quando a estrada foi concluída.

Os trilhos foram simplesmente desmontados e levados embora quando o governo Jânio Quadros mandou desativar ramais secundários, como era o caso do Ramal Bananalense, de 28km, que já no começo do século XX se tornara deficitário. Desativada em 1964, a estação foi tombada pelo Patrimônio Histórico em 1969. Por iniciativa dos habitantes, foi recuperada (felizmente sem muita dificuldade, já que o ferro belga galvanizado é muito resistente) e aproveitada pela Prefeitura como centro de informação turística.

É uma pena que essa linha, que hoje poderia ter grande importância na implantação de um “turismo ferroviário” (como o que existe entre São João del Rey e Tiradentes, em Minas Gerais), já não exista. Que delícia seria percorrer, em um trenzinho puxado por uma Maria Fumaça, as lindas paisagens entre Bananal e Barra Mansa!

Quem conhece “de fio a pavio” a história dessa estrada de ferro (e também da cidade) é Seu Plínio, um ícone de Bananal. Ele se lembra de quando a estrada Rio-São Paulo passava em frente à Pharmacia Popular, que pertence à sua família desde 1922. “ Bananal era outra coisa ”, diz ele. ” Depois fizeram a Dutra e a cidade parou do dia para a noite ”. Ele conta também sua luta, como prefeito de Bananal na época, para preservar a estação belga que, por pouco, não foi transformada em sucata. A farmácia de Seu Plínio é, aliás, uma das atrações de Bananal, muito curiosa e de grande valor histórico.

Farmácia Popular Fundada em 1830 por um farmacêutico francês, é a mais antiga do Brasil em funcionamento, cuidadosamente preservada, com piso de mosaicos franceses, balcões em pinho de riga, antigos frascos, caixa registradora do tempo do onça, balanças de precisão e outros aparelhos utilizados na preparação de remédios, móveis e compêndios de medicina, a maior parte em francês. Ela pode ser visitada por dentro, e o próprio Seu Plínio serve como guia. A módica contribuição solicitada é revertida nas despesas de conservação desse verdadeiro museu que, lamentavelmente, não conta com patrocínio nem apoio do governo. Visite antes que acabe!

Nas redondezas de Bananal, pode ser visitada a Fazenda Resgate, uma das maiores do ciclo do café. Era onde o imperador D. Pedro II se hospedava quando visitava a região.

Seu proprietário Manoel de Aguiar Vallim, falecido em 1878, foi um dos homens mais ricos do Brasil. Restaurada em 1970, continua sendo enriquecida com móveis e objetos de época. A fiel reconstituição de época faz com que a fazenda seja constantemente utilizada como cenário de filmes e de novelas da TV Globo, dentre elas, a recente versão de “Cabocla”, onde a Resgate pertence ao personagem Justino, interpretado por Mauro Mendonça.

Em razão de sua proximidade com a Serra da Bocaina, Bananal atrai também um público voltado para o turismo ecológico e caminhadas por suas trilhas, cheias de cascatas e paisagens de grande beleza natural. É possível percorrer trechos pavimentados com pedra da antiga Trilha do Ouro na Mata Atlântica.

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