Fronteira Argentina Bolívia
Por: bbcampos_ • 5/6/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 6.538 Palavras (27 Páginas) • 156 Visualizações
FRONTEIRA ARGENTINA-BOLÍVIA
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CAMPOS, Bruna Fernandes de Oliveira
Introdução
“O espaço onde o Estado nacional exerce sua soberania é chamado de território. Esses territórios são separados por limites que, muitas vezes, são representados por acidentes naturais (rios, lagos, cadeias de montanhas). [...] Esses limites, construídos pela natureza ou não, foram estabelecidos após séculos de um passado que envolveu guerras, acordos, conquistas e tratados. Se, por um lado, as fronteiras são elementos de separação de povos e culturas, elas podem significar também uma aproximação entre nações vizinhas.” (JERONYMO, 2010)
Os conceitos de território e fronteira são de extrema importância para compreender os limites políticos dos países no mundo atual, assim como as relações que acontecem entre eles a partir de tal demarcação.
Baseado no que foi citado acima, essa pesquisa visa apresentar, explorar e debater a linha imaginária latino americana delimitada entre o Estado Plurinacional da Bolívia e a República Argentina. Nessa perspectiva, o principal objetivo é fornecer um conteúdo preciso, confiável e ao mesmo tempo didático a respeito das particularidades de tal fronteira, para que desperte o interesse e seja de fácil compreensão a todos os leitores.
Este trabalho está organizado em quatro tópicos. No primeiro tópico, será feita uma apresentação predominantemente fisiográfica da fronteira entre Argentina e Bolívia. Já o segundo tópico consistirá a História de sua formação. O terceiro abordará os principais problemas contemporâneos e suas perspectivas. Por fim, o quarto e último tópico refere-se à uma análise do que foi exposto ao longo do texto.
Apresentação
O Estado Plurinacional da Bolívia é um país localizado no centro da América do Sul, ao nordeste e sudeste do Brasil, ao sul com a Argentina, ao oeste com o Peru, ao sudoeste com o Chile e ao sudeste também com o Paraguai, que possui uma área total de 1.098.581km². O clima varia de altitude, podendo ser úmido e tropical a frio e semiárido, com terreno formado por montanhas andinas acidentadas, colinas e planícies da Bacia Amazônica. Sua população é de 11.138.234 pessoas. Na planície de grande altitude a oeste, conhecida como Altiplano, é a área focal da maior parte dessa população. A Bolívia tem mais da metade de seus parques nacionais na zona de fronteira. (CIA, 2017)
Já a República Argentina é o segundo maior país da América do Sul em território e o terceiro em população, constituída como uma federação de 23 províncias e uma cidade autônoma, Buenos Aires, capital do país. Faz fronteira com o Paraguai e Bolívia ao norte, com o Brasil e Uruguai a nordeste e com o Chile a oeste e sul, possuindo uma área total de 2.780.400km². O clima é temperado e geralmente varia de subtropical no norte, até subpolar no extremo sul. Existem áreas de savana nas regiões mais secas próximas aos Andes e, no centro do país, os pampas úmidos são um verdadeiro ecossistema de pradarias de grama alta. Sua população é de 44.293.293 pessoas, onde um terço vive em Buenos Aires, os bolsões de aglomeração ocorrem nas partes do norte e central do país e a Patagônia (sul) permanece escassamente povoada. (CIA, 2017)
O limite que demarca a separação da Argentina e a Bolívia possui 942 km. Tal fronteira percorre o Altiplano Boliviano, atravessa as planícies do Chaco e a zona de Yungas. É de grande relevância o conhecimento sobre os aspectos fisiográficos da fronteira, o destaque às principais cidades e rios para ter uma maior compreensão a respeito dos fatos históricos e cotidianos que ocorreram/ocorrem na área, afetando todo o ecossistema do local, inclusive a vivência humana. (OFICINA DE INFORMACIÓN DIPLOMÁTICA, 2015)
Fronteira política Argentina – Bolívia
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Fonte: GOOGLE MAPS, 2017 (Acesso em: 16/09/2017)
Escala: 1000 km l___________l
Para melhor esclarecer a localização, verifica-se, primeiramente, que o Altiplano Boliviano é o lugar onde a Cordilheira dos Andes atinge a sua maior largura e divide-se em imensas cadeias paralelas: a Oriental e a Ocidental. O clima da região é frio e seco, com ventos fortes, radiação solar abundante e níveis baixos de precipitação. As temperaturas registradas nessa região são as mais baixas da Bolívia, com mínimas de -25° á -30° no inverno. A flora é escassa e rasteira visto a constante atividade de neve. (RISACHER, 1981)
Já o Chaco ou “Gran Chaco” é uma ampla planície localizada na América do Sul que engloba países como a Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil. Possui uma grande variedade vegetativa, porém predominam florestas e selvas. As temperaturas e regimes de chuvas também são bastante diversificados. No caso mais específico, prioritariamente analisado, a região que abrange a fronteira entre Argentina e Bolívia faz parte do Chaco central e tem como principal característica uma parte do rio Bermejo, com clima tropical. (LOZANO, 1941)
Por último, a zona de Yungas é considerada uma ecorregião extensa de floresta montana (tropicais que se desenvolvem sob solo argiloso, com pouca profundidade e material orgânico) e andina (solo pobre em nutrientes, praticamente impenetrável) importantíssima para a ecologia da América do Sul. Novamente, com o foco voltado para a região que divide os países da Bolívia e da Argentina, tal zona pode receber o nome de “Floresta Tucumano-Boliviana” ou “Floresta Tucumano-Oranense”. Nessa área, o clima é subtropical, dispõe de uma grande variação climática entre as estações do ano, inclusive com chuvas orográficas no verão. É frequentemente úmida devido à formação de névoas, chuvas abundantes e fontes de água doce. Alguns animais como jaguar, anta, quati e furão fazem parte do lugar. Por causa das suas belas paisagens tropicais e da sua biodiversidade, a atividade do turismo é bastante realizada nos territórios das duas nações, afetando positivamente a economia fronteiriça. (SAGÁRNAGA, 2016; FUNDACIÓN VIDA SILVESTRE, 2017)
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