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Mais Que Uma Utopia. Uma realidade possível para o Século XXI

Por:   •  30/7/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.757 Palavras (20 Páginas)  •  329 Visualizações

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UniSant’Anna

CENTRO UNIVERSITÁRIO SANT’ANNA

Mais que uma utopia.

Uma realidade possível para o Século XXI

Resenha do filme documentário

Encontro com Milton Santos:

O Mundo global visto do lado de cá

Sérgio Roberto Regis Paes  - RA: 00961141

Curso: Geografia   -   Período: Noturno

Disciplina: História do Pensamento Geográfico

Professora: Silvia Lopes Raimundo

São Paulo

2014

Trabalho apresentado ao curso de Geografia como requisito do Trabalho Discente Efetivo (TDE), da disciplina Prática de História do Pensamento Geográfico, sob orientação da Profa. Silvia Lopes Raimundo.

SÃO PAULO

2014

Mais que uma utopia.

Uma realidade possível para o Século XXI

Resenha do filme documentário

Encontro com Milton Santos:

O Mundo global visto do lado de cá

“Nós estamos fazendo os ensaios

do que será a humanidade”

Milton Santos

Filme documentário:

Encontro com Milton Santos: O mundo global visto do lado de cá

Ano de lançamento: 2006

Gênero: documentário

Duração: 1:22’ h.

Direção:

Silvio Tendler

Produção executiva:

Ana Rosa Tendler

Assistente de direção, produção e pesquisa:

André Alvarenga

Montagem:

Bernardo Pimenta

Consultoria:

Ana Clara Torres Ribeiro, Carlos Walter Porto-Gonçalves e Manoel Lemes da Silva Neto

Roteiro e texto:

Claudio Bojunga, Silvio Tendler, André Alvarenga, Miguel Lindengerg, Ecatherina Brasileiro e Daniel Tendler;

Narradores:

Beth Goulart, Fernanda Montenegro, Matheus Nchtergale, Milton Gonçalves e Osmar Prado

Concepção e composição musical:

Caíque Botkay

Participação especial:

Zélia Duncan cantando “Terra” de Caetano Veloso

Principais entrevistados:

Adeto Kumb Knowles Corishade, Adirley Queiroz, Ailton Krenak, Aline Sasahara, Boubacar Boris Diop, Bruno Medsta, Carlos Pronzato, Eduardo Galeano, José Saramago, Joaquim Yawanawá, Raimundinha Yawanawá, Sem-tetos da Rua Riachoelo.

São várias as contribuições para a montagem final do documentário: músicas, imagens, fotos, pinturas, depoimentos, reportagens e trechos de filmes, com os respectivos créditos escritos ao final do filme.

Resumo do filme documentário 

O filme documentário tem sua estrutura ancorada na entrevista que o próprio autor e cineasta, Silvio Tendler, em conjunto com Terêncio Porto e Marcelo Garcia, realiza em 4 de janeiro de 2001, com o professor Milton Santos, geógrafo e intelectual baiano, reconhecido no Brasil e em várias universidades estrangeiras, por sua contribuição singular ao pensamento científico e filosófico. Seu trabalho, ao logo de décadas, culmina com estudos, pesquisas e pensamento crítico sobre a globalização, com formulações de propostas teóricas. Um legado incontestável da ciência e da comunidade acadêmica internacional.

É este o tema que as lentes de Tendler retratam. A nova ordem da economia mundial provocada pelo avanço das tecnologias e, principalmente, pelo grande capital internacional, que determinam as relações de trabalho, produção e consumo das populações no mundo de hoje. Um mundo moderno e perverso, dissecado por Milton Santos com o objetivo de demonstrar a possibilidade do homem se projetar “Por uma outra globalização”. Este, seu último livro e, sua própria vivência, compõe, em primeiro plano, o enredo apresentado pelo cineasta.

Tendler resgata a força e o brilho da mensagem de esperança, construída arduamente, ao logo da labuta, pelo geógrafo e deixada para nós e as futuras gerações.

 O professor Milton Santos faleceu em 24 de junho de 2001, cinco meses após a entrevista, na qual, Silvio Tendler nos presenteia com sua edição em filme documentário.

Estruturação e conteúdos do documentário:

É possível vislumbrar um mundo melhor, mais justo e humano? É possível ser otimista dentro do olho do furacão? Um sistema mundial injusto e predador, construído pelo grande capital que apoderou-se da tecnologia e fragmentou os territórios e culturas humanas, criou um mecanismo de comportamento social, um circulo vicioso de produção e consumo ininterruptos que tem como refém a própria humanidade e o seu futuro.

Ainda assim, a esperança reafirma-se. A liberdade e dignidade terão dias melhores. Advindos de uma forte expressão popular e uma nova prática de manifestação política que ocupa os espaços das cidades e tece sua cidadania, não só através das passeatas de protestos, greves de trabalhadores e ocupações de terras improdutivas, mas também em manifestações culturais produzidos por estas populações periféricas com expressão cultural e econômica própria. Milton Santos detecta no surgimento dessas lutas o exemplo claro da construção de um caminho por uma nova globalização. Uma globalização solidária.

Silvio Tendler inicia seu documentário com essa síntese feita de flash backs sobre a colonização da América e o desenvolvimento do capitalismo que desaguarão no processo conhecido como  globalização da economia em nosso mundo contemporâneo. Opta também por registrar compassadamente, mas, desde o início, o pensamento e a proposta de Milton Santos, que como possibilidade de solução, perpassa por esta realidade imposta pelo neoliberalismo. Este script e o foco de suas lentes revelam o extrato desta realidade perversa. A denúncia do autor, de que o modelo de globalização hegemônico produz o globalitarismo, processo para a sua reprodução ininterrupta, e termo com o qual, o geógrafo nomeia a nova ordem mundial.

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