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Meu Tempo Favorito

Por:   •  7/9/2016  •  Abstract  •  440 Palavras (2 Páginas)  •  171 Visualizações

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Meu tempo favorito.

Autora: Carla Luzia Silva Borges

Dona Claudemira vivia em Uberaba, onde tinha um sítio com um pomar lindo. Com o passar dos anos a cidade foi crescendo, houve a necessidade de fazer daquele sítio uma rua com várias casinhas, estilo vilinha.

As casinhas eram feitas de tijolinho e barro, e os alicerces de tapiocanga, recurso muito utilizado naquela época. A rua era de terra e os postes de energia eram de madeira. Lá todas as crianças podiam brincar, correr, comer frutas direto do pé, tinham liberdade de ser apenas crianças. Os vizinhos viviam em comunidade, eram quase uma família. E quando os moradores não tinham dinheiro para pagar o aluguel dona Claudemira e seu esposo aceitavam galinhas, ovos, e outros produtos em troca do dinheiro.

O comércio era diferente. Havia muitas trocas de mercadorias e o boteco da esquina tinha de tudo um pouco. Lá se podia comprar dois copinhos de arroz, tudo era a granel, a mercadoria chegava em sacos de algodão, o pãozinho era sempre fresquinho e quentinho, tudo era feito manualmente. Naquela época não existiam sacolas plásticas, tudo era colocado em saquinhos de papel, e ninguém reclamava disso.

Mas, com o passar dos anos, tudo foi mudando, as ruas foram sendo pavimentadas com asfalto, os postes de madeira deram lugar aos de concreto. E aquelas casinhas antigas? Ah aquelas casinhas deram lugar a casas modernas de cimento e concreto. Os vizinhos, que antes viviam como uma família, agora já não vivem mais em comunidade, pois a rotina e a correria do trabalho e do dia a dia da vida moderna fizeram com que as pessoas se afastassem.

Hoje as crianças não brincam mais na rua, pois com o crescimento da cidade, vieram também os problemas, a violência, e as crianças de hoje já não brincam mais de boneca, de carrinho, de pique e pega, de pular corda. Todas essas brincadeiras deram lugar ao computador, ao vídeo game, e a criança pode brincar sozinha no seu próprio quarto.

O boteco lá da esquina, ah aquele mudou muito também! Hoje já não vende mais de tudo um pouco, cada loja vende determinado tipo de produto. E já não existe nada a granel, tudo já vem embalado, a simplicidade saiu para dar lugar ao novo, à modernidade. Hoje, lá naquele boteco, só se compra com dinheiro ou cartão de crédito, não se vende mais fiado e muito menos há troca de mercadorias.

Ah como aquele tempo antigo dá saudades! Faz falta ver crianças brincando nas ruas, a roupa quarando na grama, mulheres batendo papo no final do dia nas portas das casas. Hoje vivemos a serviço do trabalho, do dinheiro e, principalmente, servimos à modernidade.

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