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Movimento Sociais

Por:   •  8/6/2016  •  Resenha  •  1.616 Palavras (7 Páginas)  •  394 Visualizações

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GEOGRAFIA E MOVIMENTOS SOCIAIS

TRÊS LAGOAS

2016


MARVIN DA SILVEIRA

SÍNTESE TEXTO 3

Atividade apresentada à disciplina de Geografia e Movimentos Sociais ministrada pelo Prof. Rosemeire Aparecida de Almeida no 3º período curso de Geografia.

TRÊS LAGOAS

2016


O presente artigo é uma reflexão com o objetivo de analisarmos movimentos sociais a partir de dois processos geográficos: a espacialização e a territorialização. Do qual é essencial para que possamos entender os movimentos sociais pelas suas formas de organização, pelos processos que desenvolvem, pelos espaços que constroem, e pelos territórios que dominam.

Existem inúmeras pesquisas sobre movimentos sociais, porém os referenciais teóricos são em grande parte de outras áreas do conhecimento. Sociólogos, historiadores e cientistas políticos se dedicam a estuda-los há muito mais tempo que os geógrafos.

O autor apresenta o conceito de movimento socioespacial, que são os movimentos que têm o espaço como trunfo. O conceito envolve as diferentes dimensões do espaço geográfico: social, político, econômico etc. Movimentos sociais que têm o espaço ou o território como trunfos, organizam suas formas e dimensionam-se a partir desse referencial. Logo a Prof.ª Maria Encarnação Beltrão sugeriu o termo movimento socioterritorial.

O artigo analisa os significados de conceitos como ocupação, trabalho de base, acampamento, negociação política, organicidade, espacialização e territorialização. Elementos cruciais para entendermos os processos desenvolvidos e formadores de movimentos socioterritoriais

Movimentos socioterritoriais como o MST têm como objetivo a conquista da terra de trabalho, e os realiza por meio da ocupação da terra. A ocupação é um processo socioespacial e político, uma forma de luta popular de resistência, que se desenvolve nos processos de espacialização e territorialização. Ação decorrente de necessidades, são os trabalhadores desafiando o estado que sempre representou os interesses da burguesia agrária e dos capitalistas. Sendo assim a ocupação é então parte de um movimento de resistência, em defesa dos interesses dos trabalhadores, que é a desapropriação do latifúndio, o assentamento de famílias, a produção e reprodução do trabalho familiar, a cooperação, a criação de políticas agrícolas voltadas para o desenvolvimento da agricultura camponesa, a geração de politicas públicas destinadas aos direitos básicos da cidadania.

Os sem-terra ao longo da formação o MST, criaram distintas metodologias de lutas. Os acampamentos podem ser permanente ou determinado a um grupo de família. As formas de pressão são distintas, bem como as negociações. A formação, a organização, as táticas de luta e negociações são os elementos que compõem as metodologias, que têm como ponto de partida o trabalho de base.

Os trabalhos de base são realizados em diferentes lugares, acontecem por meio da construção do espaço de socialização política. Este espaço possui as seguintes dimensões: espaço comunicativo, construindo desde as primeiras reuniões no modo de se apresentar. Outra dimensão é o espaço interativo, que constitui uma forma de organização social, um processo de formação política, gerador de militância que fortalece a organização social na construção da consciência de seus direitos.

O crescimento das ocupações é decorrente da organização dos sem-terra e do aumento das formas de apoio, as famílias recebem apoio das comunidades urbanas e dos assentados, além das próprias prefeituras. O apoio das prefeituras tem como significado a possibilidade de se transformar um latifúndio em um assentamento, onde as famílias excluídas irão se ressocializar, trabalhando, gerando renda, e moradia.

As instituições envolvidas no apoio aos sem-terra defendem a ocupação como forma de acesso à terra. O MST recebeu apoio da Comissão Pastoral da Terra – CPT, dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, da Central Única dos Trabalhadores – CUT, do Partido dos Trabalhadores – PT, de outros partidos e de diversas outras organizações. Todavia foi a luta incessante pela autonomia política que muito contribuiu para a espacialização e a territorialização do MST pelo Brasil. O MST não é resultado de uma proposta política de um partido, e sim de uma realidade que surgiu da lógica desigual do modo capitalista de produção.

A ocupação é uma forma de luta e acesso a terra, ação continua na história do campesinato brasileiro. Os tipos de ocupação estão relacionados à propriedade da terra, às formas de organização das famílias e aos tipos de experiências que constroem.

Destacam-se três tipos de ocupações: terras de trabalho reconquistadas, que estavam ocupadas, mas se encontram em litigio devido à territorialização do capital na expropriação das famílias. Terras devolutas, ocupação de terras pertencentes ao Estado, cujas terras passam a ser griladas por latifundiários. E por fim Ocupação de Latifúndios. No Brasil predominam as ocupações de terras devolutas e as ocupações de latifúndios.

Com referência à forma de organização dos grupos de famílias, existem dois tipos: movimentos isolados e movimentos territorializados. Os movimentos territorializados podem ter duas formas, sendo elas, movimento social ou movimento sindical. Esses movimentos recebem o apoio de diversas instituições, desde a alguma pastoral da Igreja, centrais sindicais, partidos e organizações não governamentais.

Movimento isolado é uma organização social que se realiza em uma base territorial determinada, nascem em diferentes pontos do espaço geográfico, em lutas de resistências. Brotam em terras de latifúndios através da espacialidade da luta. Enquanto que o Movimento territorializado está organizado e atua em diferentes lugares ao mesmo tempo, ação que permite espacializar a luta para conquistar novas frações do território.

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