O Atual Como Produto Do Processo De Construção Da Geografia Urbana
Por: Rafaelalps • 30/3/2023 • Resenha • 751 Palavras (4 Páginas) • 101 Visualizações
RESENHA DE: SORBAZO, Oscar. Reflexões sobre a cidade e o urbano: o atual como produto do processo de construção da Geografia Urbana. In: ____. Cidades. São Paulo, editora expressão popular, v.6, n.10, 2009. p. 359-376
O autor Oscar Sorbazo, do departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, propõe uma breve reflexão acerca da dimensão temporal do que seria a cidade e o urbano, entendendo como se dá os processos de estruturação da cidade e o entendimento histórico formulado por um resgate das temáticas que serão abordadas.
Diante das proposições, o autor aborda sobre o que seria o entendimento do atual, levando em consideração quatro pontos ao qual ele discute sobre as definições de cidade, o estudo da cidade, a rede urbana, e o urbano em si. A análise histórica do que seria a cidade e o urbano está bem acentuada, levando em consideração a reflexão da reafirmação da importância da dimensão ou da escala temporal da cidade. O autor cita uma pequena citação do professor Milton Santos, relevante para a compreensão do que seria a cidade e o urbano, que considera: “O espaço como acumulação desigual de tempos”, mostrando que na cidade e no urbano há contradições que preexistem desde um processo temporal acumulada em um espaço, podendo inferir na proposição de espaço-tempo.
O resgate histórico traz para o artigo uma maior visibilidade da importância do que está sendo estudado, as transformações no espaço urbano e para que haja o entendimento melhor das potencialidades e das limitações. Iniciando o primeiro ponto, o autor vem a discutir sobre o que seria a definição de cidade, atrelado ao conceito de paisagem. O entendimento do que é cidade só pode ser respondido a partir da paisagem, afirmando que a paisagem de uma cidade ou a paisagem urbana, tem uma materialidade característica com construções e infraestruturas, mas também com movimentos, processos, dinâmicas e problemas. Segundo Robert Park (1916), “Antes, a cidade é um estado de espírito, um corpo de costumes e tradições e dos sentimentos e atitudes organizados, inerentes a esses costumes e transmitidos por essa tradição”. A materialidade do espaço urbano também vem a se refletir no espaço rural, sendo fortemente influenciados pelas contradições inerentes ao urbano e a cidade.
O ponto dois, trabalha as questões referentes do estudo da cidade, sendo caracterizadas por suas múltiplas possibilidades temáticas e analíticas. A cidade e o urbano formam um conjunto de estudos com planos teórico-metodológicos, com diferentes visões, desde as materialistas até as fenomenológicas. Os recortes são feitos numa perspectiva intraurbana, ou seja, sendo trabalhadas com estudos sobre bairros, ruas, parques etc. Sendo assim, a diversidade de recortes espaciais e temáticos, sugerem a necessidade de pensar essa ciência como síntese, não apenas trabalhando separadamente sem observar os outros aspectos.
O terceiro ponto, trabalha a rede urbana, com as influências das centralidades, de áreas de influência e a hierarquia urbana. Dispõe sobre as relações próximas e distantes, dependendo das escalas a serem estudadas, repensando a rede urbana, considerando todos os aspectos acima citados. O autor ainda ressalta que trabalhar a rede urbana em países subdesenvolvidos é muito complicado, por conta das características específicas e principalmente
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