O Brasil E G20
Casos: O Brasil E G20. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: julinhaudi • 6/6/2013 • 2.411 Palavras (10 Páginas) • 362 Visualizações
O Grupo dos 20, mais conhecido como G-20, formado por 19 países desenvolvidos e em Desenvolvimento e pela União Européia.
90% do PIB global
Criado em 1999, o G-20 segue os moldes de um bloco mais antigo, o G-8, do qual fazem parte os países mais ricos do mundo - França, Alemanha; Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá
- e a Federação Russa. Nos últimos anos, as reuniões do G-8 (e de seu antecessor G-7, sem os russos) eram o principal fórum internacional para o debate de medidas econômicas. Tanto o G-8 como o G-20 não têm sede própria, orçamento nem equipe permanente sobretudo um espaço para os líderes de nações importantes se encontrarem pessoalmente com certa freqüência, a fira de debater os problemas mundiais (em geral, com o enfoque econômico e comercial, mas também político) e, se for o caso, estabelecer objetivos, adotar medidas conjuntas ou ao menos entrar em sintonia uns com os outros. É claro que, antes de os presidentes, premiês, ministros de Economia e Finanças e presidentes dos bancos centrais se reunirem, as equipes técnicas dos países articulam-se para fazer os preparativos, discutir de forma detalhada as questões e redigir as declarações finais.
As origens do G-7 remontam à década de 1970 e estão relacionadas aos problemas colocados para os países ricos a partir da crise do petróleo e da recessão mundial decorrente dela. Já o G-20 nasceu como uma resposta à crise financeira do fim dos anos 1990 e em decorrência do fato de que era preciso incluir os principais países emergentes nas grandes discussões e decisões, pelo peso que passaram a ter suas economias no cenário internacional. Dele fazem parte todos os membros do G-8, além de China, índia e Brasil, entre outros. A crise financeira global atual, agravada no fim de 2008, ressaltou a importância crescente das economias emergentes, entre as quais a brasileira, principalmente porque essa crise teve origem nos Estados Unidos e vem afetando de forma mais severa as nações ricas .
O G-20 reúne países que, juntos, respondem por 90% do PIE do planeta - ou seja, de tudo o que se produz no mundo, 80% do comércio global e dois terços da população mundial. A presidência do bloco é rotativa e, a cada ano, exercida por um representante de uma região diferente do planeta.
Em 2008, a presidência foi brasileira; em 2009, é do Reino Unido e, em 2010, será da Coréia do Sul. A União Européia é representada pelo líder do país que estiver ocupando a sua presidência do conselho e pelo presidente do banco central europeu.
Novo cenário
Até poucos anos atrás, o G-8 ainda era o fórum de maior destaque no cenário internacional. Em 2009, muitos anunciavam a "morte do G-8", ou seja, a perda de seu papel de referência principal, ao menos neste momento. "Hoje, por qualquer critério, economias como China, Brasil e índia são importantes e têm um efeito na economia mundial maior do que muitos outros que estão no G-8", disse o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, em junho. "Essas economias (do G-8) continuarão a ser importantes, mas não podem substituir a imprescindível presença de países como a China, o Brasil, a índia, e mesmo a África também tem de ser representada."
Em julho, foi a vez de a chanceler alemã, Angela Merkel, falar sobre a perda da relevância do G-8 e ressaltar a importância do G-20. "Estamos observando que o mundo está crescendo junto e os problemas que enfrentamos não podem ser resolvidos pelos países industrializados sozinhos", afirmou no Parlamento alemão. Uma semana antes da reunião de cúpula do G-8, na cidade italiana de L`Áquila, ela disse considerar o encontro um fórum para discussões preliminares, com as decisões globais relevantes sendo tomadas no bloco de formato maior (leia-se G-20). Pela primeira vez, o G-8 faria uma declaração final com um grupo de países emergentes - chamado G-5, formado por Brasil, China, índia, México e África do Sul -, além do Egito.
Nesse contexto de aumento da relevância do G-20, a diplomacia brasileira busca um papel maior na condução dos negócios globais e conta com o lugar particular ocupado pelo presidente Lula, como líder de uni partido de esquerda, mas que, no exercício do poder, adotou várias políticas conservadoras, sobretudo no terreno econômico - conseguindo manter sua popularidade interna (beirando os 70% em meados de 2009). Assim, na América Latina, Lula faz um contraponto às posições mais nacionalistas e radicais do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e adota uma linha de colaboração com a política externa dos Estados Unidos em diversos pontos. O país chefia as tropas de missão de paz da ONU estacionadas no Haiti desde 2004, num momento em que os EUA mantêm centenas de milhares de militares no exterior e buscam parceiros para dividir os altos custos financeiros
e humanos das intervenções militares no tabuleiro global. Nas negociações econômicas globais, por vezes, também adota posições próximas das dos países desenvolvidos.
O papel-chave do Brasil, nesse contexto, relaciona-se ao fato de que o governo de Lula dialoga diretamente tanto com os governantes de esquerda e ainda dos países pobres das Américas e da África quanto com os mais conservadores dos países ricos, que prezam a moderação do mandato do líder petista.
O peso do país também é grande (ou deveria ser) quando são discutidas questões ambientais. A dimensão continental do Brasil, que abriga a maior floresta tropical do mundo - a floresta Amazônica -, faz com que o país seja fundamental nas negociações sobre as medidas para combater as mudanças climáticas.
Rodada Doha
Uma questão importante em debate nos fóruns globais é a liberalização da economia mundial. O agravamento da crise em 2008 levou uma série de países a adotar medidas protecionistas, como o aumento de impostos para produtos importados, visando a proteger sua produção. Ocorre que a própria essência da globalização é o fluxo livre e intenso de capitais, produtos e serviços entre os países Os países ricos, bastante industrializados, fazem pressão permanente visando à abertura das economias, pois possuem fortes vantagens competitivas (grande produtividade, produção informatizada, alta tecnologia).
As negociações sobre as normas que regem o comércio global, na Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), estão emperradas desde 2006.0 que se discute na Rodada Doha são principalmente a redução dos subsídios agrícolas que os países ricos concedem aos produtores locais (o que beneficiaria o
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