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O ESTUDO GEOGRÁFICO DO CLIMA NO PERÍODO ANTROPOCENO: Questões teóricas, tendências e contribuições atuais.

Por:   •  21/1/2017  •  Artigo  •  3.540 Palavras (15 Páginas)  •  262 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO AMAPÁ

CURSO ENGENHARIA DE PESCA

        

O ESTUDO GEOGRÁFICO DO CLIMA NO PERÍODO ANTROPOCENO: Questões teóricas, tendências e contribuições atuais.

MACAPÁ

2016

ALVENI GOMES

IRANY MORAES

RODRIGO COSTA

O ESTUDO GEOGRÁFICO DO CLIMA NO PERÍODO ANTROPOCENO: Questões teóricas, tendências e contribuições atuais

Trabalho apresentada à professora Ana Paula a Universidade Estadual do Amapá, como requisito parcial para obtenção de crédito em Meteorologia e Climatologia.

MACAPÁ

2016


O Antropoceno designa uma nova época geológica, ou seja, época da dominação humana, em que a dimensão dos impactos da atividade humana - crescimento econômico pautado em exploração de recursos naturais - tornou-se a causa principal da mudança ambiental e do aquecimento global. Assim, partindo de pressupostos teóricos-metodológicos que articulam estudos sobre Climatologia que encontra suas bases na Meteorologia - estuda a atmosfera e seus fenômenos, e preocupa-se com o registro e a medição dos mesmos, a fim de que possa determinar as condições físicas sob as quais foram produzidos. (ZAVATINI, 2009) - este trabalho tem por objetivo apresentar um estudo geográfico do clima no período Antropoceno, bem como debater a (in)sustentabilidade para futuras gerações, além discutir embasamentos teóricos, tendências e contribuições atuais no que diz respeito ao tema.

A noção de avanço esteve/está diretamente pautada na lógica do crescimento econômico, adotando-se um modelo de máxima exploração dos recursos naturais. No entanto, a pressão exercida sobre o planeta fez com que a humanidade se visse não só diante da ameaça da poluição e do esgotamento dos recursos naturais, mas também de problemas que são capazes de provocar impactos globais e ilimitados no tempo (LEITE; FERREIRA, 2010).

Para avaliar a complexidade dos impactos ambientais globais em curso, onde as alterações climáticas são simultaneamente uma manifestação e uma força motriz, se faz necessário compreender o sistema climático e a sua interação com a economia global. Esta compreensão é fundamental para avaliar da eficácia das medidas propostas por relatórios oficiais para enfrentar o problema. (SOUSA, 2013).

Porém antes de analisar o sistema climático, deve-se distinguir tempo meteorológico e clima. Assim, para Sousa (2013) o tempo aponta para determinadas condições atmosféricas em um determinado momento e espaço, enquanto que o clima é o tempo médio, que traduz um padrão, uma regularidade, num espaço e tempo mais alargados. Para Zavattine (2009), o tempo é uma combinação passageira, efêmera, de curta duração e o clima é um conjunto de tendências - mais ou menos estáveis - que resulta em condições relativamente permanentes, durante um período de tempo mais extenso, mais longo ou mais duradouro.

Diante disso, Sousa (2013) relata que embora seja difícil prever o tempo a mais de 10 dias, é possível prever, com elevado grau de confiança, como poderá ser o clima daqui a algumas décadas. Sousa fala, ainda, que o clima pode variar numa região devido a fatores particulares, a construção de uma grande barragem, por exemplo.

As alterações climáticas de que se fala são globais, manifestam-se em todo o planeta e, só tem paralelo a escala do tempo geológico e poderão ser irreversíveis do ponto de vista da Civilização Humana. (SOUSA, 2013).

Por conta disto, existem cientistas dizendo que começamos uma nova era geológica, chamada de Antropoceno, ou seja, uma época em que o ser humano passou a influir na composição química da atmosfera e dos oceanos, consequentemente, alterando o equilíbrio dos ecossistemas da Terra. (ALVES, 2014, p.13)

Desde os anos 80, alguns pesquisadores iniciam a definição do termo Antropoceno. Porém foi a partir de artigos publicados pelo químico Paul Crutzen – vencedor prêmio Nobel de Química em 1995 - que discutia o fim da estabilidade climática, que houve uma popularização do termo nos anos 2000, havendo, assim, mais publicações debatendo o que seria essa nova era.

A discussão sobre o assunto tem sido intensa e há divergências entres alguns estudiosos sobre estarmos vivendo ou não no período Antropoceno. De um lado estão os que acreditam que ainda estamos na época do Holoceno, pois o termo Antropoceno não está no estatuto oficial da entidade que define as unidades de tempos geológicos – A União Internacional das Ciências Geológicas (doravante UICG) - e só poderá ser documentado/oficial se cientistas e geólogos encontrarem, nas camadas estratigráficas da terra, marcas deixadas pelas atividades do homem que venham representar uma mudança global.

Há, porém, aqueles que acreditam estarmos vivendo no período Antropoceno, entretanto, a discussão está em torno de uma data. Sobre tais datas, o Grupo de Trabalho do Antropoceno aponta uma que abrange desde as grandes extinções de mamíferos até o início da agricultura e a sua expansão; a revolução industrial, a partir do século XIX após o desenvolvimento das máquinas de vapor e que iniciou o aumento de dióxido de carbono na atmosfera; e o período após a Segunda Guerra Mundial  a que se chama “a grande aceleração”, caracterizados pelo aumento exponencial  de população, a agricultura intensiva com uso de adubos, as grandes emissões de dióxido de carbono, a produção de plásticos e emissão de isótopos radiativos devido aos testes de bombas nucleares.

Diante dessas três possíveis datas, a equipe defende que do período Antropoceno inicia-se em 16 de Julho e 1945 - período da “grande aceleração” – marcado pelos primeiro depósitos estratigráficos. Contribuindo com o debate, Steffen et al (2007) demarcam quatro períodos na história: um pré-Antropoceno, anterior à revolução industrial; uma primeira fase do Antropoceno, de1800 a 1945; uma segunda fase, de 1945 a cerca de 2015; e uma terceira, com início em 2015, com a adoção de resoluções políticas relativas ao aquecimento global.

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